Feliz com ótima estreia, Fonseca sonha alto e enfrenta torcida francesa

Paris (França) – A vitória na estreia de Roland Garros foi bastante comemorada por João Fonseca, especialmente pelo nível de atuação apresentado nesta terça-feira diante do polonês Hubert Hurkacz, 28º do ranking e vindo de dois bons resultados no saibro. O carioca de 18 anos e número 1 do Brasil comemorou a segunda vitória da carreira em chaves principais de Grand Slam, a primeira em Paris, e sonha alto.

“É um sonho passar pela primeira rodada. E obviamente tenho sonho maior de ganhar aqui, mas estou muito feliz com a primeira rodada que joguei, com minha performance”, disse Fonseca após vencer Hurkacz por 6/2, 6/4 e 6/2 em 1h40 de partida. “Entrei muito focado, consegui colocar em prática o que venho treinando e fiquei satisfeito com a forma como consegui me impor contra um jogador tão experiente”.

“Joguei meu melhor. Joguei muito bem, focando muito nas devoluções e nos saques”, afirmou Fonseca. “Sabia que enfrentaria muitos saques potentes, então minha atenção estava em colocar a primeira devolução em quadra e trabalhar o ponto logo em seguida, tentando ser o mais agressivo possível. Foquei nas oportunidades, fui à rede quando dava, e tentei impor meu jogo sempre que possível. Foi um ótimo jogo. Estou muito feliz com meu desempenho nos games de saque, então posso dizer que foi uma partida incrível”.

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O controle emocional foi importante para o jovem tenista, ainda mais em um torneio tão especial para os torcedores brasileiros. Escalado para estrear na pequena quadra 7 do complexo, Fonseca jogou com arquibancadas lotadas. E até mesmo parte do público da quadra Philippe Chatrier foi para os corredores do estádio para ter melhor visão do jogo na quadra ao lado.

Estádio cheio e longas filas para a entrada

“O frio na barriga vem em qualquer jogo. E quando você joga em um Grand Slam, ainda mais contra um cabeça de chave e ex-top 10, e jogando um torneio em que os brasileiros vêm em peso, por causa da história do Guga, é impossível não sentir. A pressão vai existir, com certeza”, comentou o carioca. “Tentei entrar o mais intenso possível, focar nas minhas pernas, no meu plano de jogo, e deixar a tensão de lado. Acho que consegui canalizar isso bem”.

“Quando eu estava indo para a quadra e vi que a fila para entrar era enorme, já senti algo especial. E ainda tinha gente saindo da Philippe Chatrier e da Suzanne Lenglen para assistir meu jogo. Foi como um déjà vu, porque joguei nessa mesma quadra contra o [Gabriel] Debru nas quartas do juvenil em 2022, e perdi. Então foi muito legal estar de volta ali e jogar tão bem diante de um público incrível”.

“É sempre especial jogar diante da torcida brasileira. Acho que uns 80% da arquibancada era de brasileiros, e isso me deu muita energia”, celebrou Fonseca. “Foi meu primeiro jogo na chave principal de Roland Garros, e curti cada momento. É um sonho realizado chegar à segunda rodada aqui. E mais do que tudo, é uma honra estar aqui, representando o Brasil e jogando bem diante dessa torcida maravilhosa”.

Duelo com Herbert na segunda rodada

O próximo adversário de Fonseca será o experiente francês de 34 anos Pierre-Hugues Herbert, 147º do ranking, que venceu o compatriota Benjamin Bonzi, 60º do mundo, por 7/5, 3/6, 4/6, 7/5 e 6/2. O confronto é inédito contra o rival, que já foi 36º do ranking e tem carreira sólida nas duplas, com estilo de jogo com muitas variações.

“Sei que vai ser difícil. Não só pelo jogador, que tem muita experiência e um estilo bem diferente, mas também pela torcida, que com certeza vai empurrar o francês o tempo todo”, avaliou o brasileiro, que já teve a experiência de jogar contra a torcida na Copa Davis. “Tenho que jogar meu melhor tênis, manter a cabeça leve e aproveitar a chance de disputar uma segunda rodada de Grand Slam. Sem pressão, só curtindo o momento e tentando evoluir a cada jogo”.