Equipe e torcida motivaram volta por cima dos Thiagos em Paris

Felipe Priante
Especial de Paris

Derrotados na primeira rodada de simples, o cearense Thiago Monteiro e o paranaense Thiago Wild voltaram às quadras do complexo de Roland Garros nesta segunda-feira para a estreia nas duplas, vencendo os cazaque Alexander Bublik e Aleksandr Nedovyesov em sets diretos, com duplo 6/4. Após a boa vitória, a primeira de ambos nos Jogos Olímpicos, eles destacaram a importância do time e da torcida para dar a volta por cima depois da eliminação simples.

“Aqui nos jogos olímpicos a gente está representando nosso país, então é especial. Ficamos junto com o time depois do jogo ontem, vimos a estreia da Bia (Haddad Maia) e a equipe toda apoiou um ao outro. Particularmente usei essa energia para recuperar para hoje”, afirmou Monteiro, que também destacou a importância da torcida brasileira, que tem comparecido em peso aos jogos.

“A atmosfera na quadra estava incrível, a galera compareceu desde o começo, não tem como se motivar mais do que isso. Você está jogando nas olimpíadas, algo que tantos sonham em fazer, e isso é mais que o suficiente”, falou o cearense. “Sempre adorei jogar as competições de equipe pelo Brasil, a atmosfera na quadra foi incrível. Não esperava tantos brasileiros na quadra assistindo o tênis com tantos esportes acontecendo ao mesmo tempo”, complementou Wild.

Estratégia funciona e entrosamento vais crescendo

Embora não sejam especialistas nas duplas, para Monteiro o entrosamento com Wild foi crescendo no decorrer da partida. “A gente foi se entrosando por conhecer bem um ao outro, fizemos ajustes durante o jogo. Acho que gente foi super bem, muito sólidos. pegamos uma dupla muito dura, contra a qual criamos boas oportunidades e vencemos em dois sets, definindo bem as chances que criamos”, analisou o cearense.

Com duas quebras, uma em cada set, no saque de Nedovyesov, a dupla contou que realmente foi uma estratégia planejada antes. “Bublik tem um baita saque e um talento que dispensa comentários. Sacar do segundo andar é fácil”, brincou Wild. “A gente traçou essa estratégia de colocar um pouco mais de pressão no saque do seu parceiro”, apresentou o paranaense, destacando que neste momento os rivais ficavam em quadra longe de suas melhores posições: Bublik no fundo é Nedovyesov na rede.

Monteiro espera poder aproveitar o pouco tempo que terão pela frente para treinar um pouco e se entrosar. “Sem dúvida, no decorrer da competição, a gente vai evoluindo junto, estamos muito felizes e animados com a vitória. Agora é aproveitar para entrosar mais e treinar para o próximo jogo”, afirmou o canhoto do Fortaleza.

Páreo duríssimo pela frente

Os próximos adversários dos brasileiros na competição serão os norte-americanos Rajeev Ram e Austin Krajicek, que bateram os australianos Alex de Minaur e Alexei Popyrin em sets diretos, com 6/2 e 6/3. “Um dia a gente pega uma dupla mais fácil”, comentou Wild, relembrando da estreia difícil que os dois tiveram semanas atrás na grama do All England Club

“Em Wimbledon pegamos (Marcel) Granollers e (Horacio) Zeballos, agora pegamos Bublik e Nedovyesov, que é uma bela dupla, Bublik já fez final aqui (com o compatriota Andrey Golubev em 2021). É mais um jogo duro pela frente, mas todos os que estão aqui são melhores do mundo”, finalizou o paranaense.