Felipe Priante
Do Rio de Janeiro, especial para TenisBrasil
Uma das polêmicas dos últimos dias, a mudança feita pelo US Open nas duplas mistas também repercutiu entre os duplistas brasileiros no Rio Open. O mineiro Marcelo Melo e o gaúcho Rafael Matos, que jogam juntos na competição e já estão nas semifinais, se mostraram bastante contrários ao novo formato. O ex-duplista Bruno Soares foi bem menos incisivo nas críticas e viu coisas positivas.
“A ideia por si só eu não acho ruim. Uma das pessoas que trabalhou nisso é o Eric Butorac, que jogou comigo, e ele está sempre buscando melhorar esse ativo da dupla. Não acho de todo ruim fazer com o quali, que é em uma semana onde muita coisa está acontecendo e tem muito público. Está todo mundo lá treinando e acho uma ideia divertida. O que eu não gostei é da chave reduzida e com oito convites”, disse o mineiro.
O principal ponto para Soares é o número reduzido de participantes. “Você encurta muito a capilaridade e isso eu achei ruim. O conceito é legal, mas precisavam dar chance para no mínimo a mesma quantidade de duplas jogarem. Você tinha uma chave de 32, com muitos convites, que já eram oito, mas agora é metade da chave. Isso eu não gostei. Eles buscam grandes nomes, mas eles não precisam de convite. Se Alcaraz quiser jogar, ele tem ranking, o mesmo vale para Sinner, Sabalenka, Iga e por aí vai”, acrescentou.
Bruno destaca que a premiação de US$ 1 milhão pode ajudar a trazer os grandes nomes, mas sempre reforçando a importância de dar espaço para mais gente poder participar. Ele também não acredita que vá trazer um retorno financeiro. “Acho que estão buscando uma solução para um espetáculo melhor, não vejo eles cobrando caro para isso. Está perdendo um pouco do conceito e não vejo problema em ir mais para o lado do espetáculo, o que eu não gosto é de tirar as chances das pessoas”
Sem elogios de Matos e Melo
Dupla 100% brasileira em atividade no circuito, Melo e Matos foram bem mais críticos às alterações feitas no US Open. “Entre os duplistas, ninguém acabou gostando. Vai ser na semana anterior ao torneio, quando está sendo disputado o quali ainda. Vão ser dois dias apenas de jogos, só oito duplas entrando com o ranking e oito convidadas, a chave vai diminuir. A gente sente que quem ganhar não vai poder dizer que é campeão de Grand Slam. Acho que descaracterizou bastante”, comentou o gaúcho.
“Acho que eles poderiam fazer o que escolheram, mas mantendo a outra competição, deixando essa para os jogadores de simples para manter a outra como era, caracterizando assim um Grand Slam. Manteve o fato de ser Grand Slam para incentivar os jogadores a jogar, mas não sei até que ponto eles vão querer participar e se vão se sentir campeão de Grand Slam”, acrescentou o experiente mineiro.
Melo, que neste ano esteve na chave de duplas mistas do Australian Open, lembrou que a disputa ajuda a preencher a programação nos dias, com menos jogos de simples nas quadras. “Vamos ver como vai funcionar esse teste. Pode ser igual Madri, que fizeram todo aquele procedimento lá tentando tirar ideias para melhorar a dupla, com alguns aspectos ruins e outros bons. Nesse caso da mista eu não sei”, finalizou.
Trágico, não?!?!
O óbvio de sempre, duplistas acharam uma porcaria a ideia. Ex-tenistas, influencers, instagrammers, curiosos, tenistas de olho em exibições com cachê gordo e patrocinadores acharam ótima.
Duplas mistas é exibição, não vale como título de Grand Slam…
Se quiserem melhorar a atratividade das duplas mistas, façam com que valham pontos para o ranking de duplas e que os integrantes das duplas sejam da mesma nacionalidade defendendo a mesma bandeira em quadra…
Eu não perco meu tempo assistindo a duplas de bandeiras diferentes, pra mim, não tem sentindo nenhum torcer para tenistas que defendem bandeiras diferentes em uma dupla… Por exemplo, não tenho motivação nenhuma para torcer pela dupla Beatriz Haddad/ Laura Siegmund…
Nuss……