Diretor alerta risco de Paris perder status de Masters

Foto: Rolex Paris Masters

Paris (França) – Embora satisfeito no geral com o sucesso da edição de 2023 do Masters 1000 de Paris, com um recorde de ingressos vendidos, Cédric Pioline não fez vista grossa às polêmicas sobre a programação do evento. Para o diretor do torneio, a infraestrutura precisa evoluir, caso contrário o evento perderá o selo Masters 1000.

“Só temos três quadras de competição e no início da semana jogar todas as partidas já representa um desafio. Se diminuirmos o número de partidas por quadra, temos que pensar em outro lugar”, explicou Pioline durante coletiva de imprensa neste domingo.

As reclamações por causa dos horários das últimas partidas, que frequentemente entraram madrugada adentro, contrastam com o sucesso de público, com o recorde de 170 mil ingressos vendidos no decorrer da competição. Porém, o número pequeno de quadras disponíveis faz com que a programação seja apertada, com até seis partidas na quadra central.

A diferença entre a capacidade da quadra central e a da quadra 1 é um fator que também complica mais, e força muitos jogos no palco principal. Por causa disso, o italiano Jannik Sinner, que encerrou sua partida às 2h37 da noite de quarta para quinta, resolveu abandonar o torneio no dia seguinte.

“Oferecemos a Sinner a possibilidade de mudar para 1 se a partida central durasse muito, ele e sua equipe recusaram. A escolha foi deles. Isso já representaria outro problema, com uma capacidade de público menor e potencialmente mais torcedores desejando assistir à partida do que há lugares disponíveis”, contou o diretor do torneio.

Pioline sabe que mudanças são necessárias, principalmente com o crescente interesse da Arábia Saudita em busca de grandes eventos de tênis, entre eles um Masters 1000. “Historicamente, o torneio sempre teve isenção emitida anualmente pela ATP, pois nas quadras 1 e 2 não estamos à altura dos padrões”, alertou o dirigente.

“O que foi aceito ontem não será mais aceito amanhã e o risco é de fato perder um dia o status de Masters 1000. Já houve um precedente com Hamburgo, que mudou para ATP 500”, falou Pioline, que depois, em entrevista ao Eurosport, foi ainda mais enfático e voltou a falar em mudança de local, saindo do Palácio de Bercy para a Arena La Défense.

“Provavelmente estamos apertados nas condições atuais. É um evento que tem de crescer porque está funcionando extremamente bem. Teríamos todas as facilidades necessárias para a organização de um Masters 1000”, afirmou o diretor, que também falou sobre um estudo elaborado pelo Palácio de Bercy para melhorar suas instalações e atender às especificações exigidas pela ATP.

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