Suely Kawana
Especial para TenisBrasil
Uma carreira recheada de sucesso e façanhas chegou ao fim nesta terça-feira, com Rafael Nadal, aos 38 anos, vestindo as cores das Espanha na Copa Davis pela última vez. Admirado pelos fãs e pelos companheiros de profissão, Nadal deixou sua primeira marca muito cedo e no piso que viria a consagrá-lo: aos 18 anos, ele ergueu o primeiro de seus 14 troféus de Roland Garros, em 2005, quando entrou na lista dos três melhores do mundo. De forma apropriada, foi também em Paris que o Rei do Saibro ganhou seu último título de Grand Slam, em 2022, aos 36 anos.
O tenista nascido em Manacór, nas Ilhas Baleares, permaneceu entre os 10 primeiros do ranking mundial por 912 semanas consecutivas, até 19 de março de 2023, quase 18 anos completos, a maior série de aparições nessa faixa na história de meio século do ranking computadorizado da ATP.
A notável carreira é coroada por 22 títulos de Grand Slam, atrás apenas dos 24 do sérvio Novak Djokovic. O amplo domínio sobre as quadras de terra fica perpetuado em números: de suas 1.080 vitórias, nada menos que 484 aconteceram no saibro. Em Roland Garros, é ainda mais incrível: 112 vitórias em 116 possíveis.
Com grande esforço para se adaptar aos outros pisos, Nadal também brilhou nos outros Grand Slam, tendo triunfado quatro vezes no US Open (2010, 2013, 2017, 2019), duas de Wimbledon (2008 e 2010) e mais duas no Aberto da Austrália (2009 e 2022).
Em 2010, ao derrotar Djokovic na decisão do US Open e ganhar o terceiro troféu de Slam consecutivo e o primeiro em Nova York, o espanhol completou o Grand Slam da carreira. “Ainda tenho 24 anos, então veremos onde estarei quando terminar minha carreira”, afirmou na ocasião. Quatorze anos depois, o mundo lhe presta homenagens – como a de Roger Federer antes do início de sua última Copa Davis – pelo tamanho de sua contribuição ao tênis.
Números e façanhas
Veja as estatísticas mais relevantes na carreira de Nadal, de acordo com a ATP e a Federação Internacional de Tênis:
– 29 vitórias e apenas duas derrotas em jogos de simples pela Copa Davis, incluindo a desta terça-feira.
– 1.080 vitórias e 227 derrotas em partidas de simples no circuito profissional da ATP, o que confere ao espanhol o 4º lugar entre os homens na Era Aberta, que data de 1968, atrás de Jimmy Connors (1.274), Roger Federer (1.251) e Djokovic (1.124).
– 92 títulos na carreira, o quinto jogador com mais conquistas entre os homens na Era Aberta, atrás de Connors (109), Federer (103), Djokovic (99) e Ivan Lendl (94).
– 209 semanas como número 1 do mundo, o sexto com maior domínio.
– Cinco temporadas encerradas no 1º lugar no ranking (2008, 2010, 2013, 2017 e 2019) e oito anos como nº 2 (2005-07, 2009, 2011, 2018, 2020 e 2022).
– Duas medalhas de ouro olímpicas, em simples de 2008 (Pequim) e duplas de 2016 (Rio de Janeiro).
– Pelo menos um título de ATP Tour durante 19 temporadas consecutivas, de 2004 a 2022, empatado com Djokovic.
– 23 vitórias contra um número 1 vigente, o máximo desde que o ranking informatizado da ATP começou em 1973.
– 63 títulos em quadra de saibro, recorde entre os homens na Era Aberta.
– 410 vitórias em Masters 1000, empatado com Djokovic.
Síndrome e histórico de lesões
Dores, sofrimento, abandonos e longas semanas fora do circuito foram também uma marca do espanhol. Desde muito cedo, precisou usar palmilhas especiais para seguir no esporte. Ele foi precocemente diagnosticado com uma síndrome chamada Muller-Weiss, que é uma doença degenerativa que afeta o osso navicular do pé, o escafoide do tarso. O problema o obrigou a disputar Roland Garros de 2022 com o pé totalmente anestesiado. Mas não foi só.
O joelho direito foi um dos problemas graves e a tendinite se manifestou em temporadas importantes como 2009, 2017 e 2019. Também contundiu a coxa, o tornozelo e quadril direitos e em 2018 ele optou por operar o quadril. Também sofreu com os dois punhos e uma grave lesão de abdôme que perdurou por 2008 e 2009 e se tornou fissura em 2012. Como resultado desse vasto currículo médico, deixou de disputar nada menos 18 torneios de Grand Slam.
Grandes rivalidades
Também coube a Nadal marcar dois confrontos históricos para o tênis. O primeiro deles com o suíço Roger Federer, que teve 40 partidas disputadas, muitas delas históricas, como a final de Wimbledon de 2008, considerada uma das mais bem disputadas de todos os tempos. O espanhol terminou com 24 vitórias, 14 delas sobre o saibro.
A outra enorme rivalidade foi contra Novak Djokovic, no duelo que mais se repetiu na Era Profissional: foram 60 jogos no total, com 29 triunfos do canhoto espanhol e também batalhas espetaculares, como a final do Australian Open de 2012 que durou mais de cinco horas.
e lá se vai o 2º maior da história… vai deixar saudade, foi um grande saco de pancadas do GOAT na grama e quadras rápidas
E quantas o Federer perdeu do Nadal em Roland Garros?
Federer foi um monstro, principalmente em Wimbledon. Nadal foi um monstro também. Principalmente em Roland Garros. Djokovic, outro gigante. Principalmente no AO.
Então tá tudo ok.
Merece todas as homenagens!!!
Rafael Nadal deixou sua marca ainda mais cedo . Em dezembro de 2004 , bateu o então TOP 2 , Andy Roddick, na decisão da Copa Davis, numa surpreendente vitória da ARMADA por 3 x 2 . Foi o segundo Título dos Espanhóis na história da competição. Abs!
Enorme jogador, uma lenda do esporte. O fim de uma era se aproxima, mas ainda temos um representante do Big 3.
O BOTICário é o tipo do cara que gosta jogar água no chopp de espanhóis… Não bastasse ter eliminado o Beiçola no US OPEN 2024, agora na DAVIS venceu NADAL em simples e eliminou novamente o Beiçola nas duplas… BOTICário, o terror dos espanhóis…
O recorde mais ANIMAL e EXTRA-TERRESTRE são os 14 incríveis títulos de ROLAND GARROS do MONSTRO NADAL, que, para mim, parece ser um recorde imbatível !!!
Não jogou 18 slams devido a lesões e ainda ganhou 22. Imagine se não tivesse tantas lesões. Craque.
Também me impressionei com esse número, além de dezoito anos sem sair do top 10. Fenomenal.
O fato do Nadal nunca ter quebrado uma raquete, não tem nada a ver com esporte, mas pra mim também é um fato impressionante. Não sei se existe algum outro tenista homem ou mulher que conseguiu ter esse controle e passou a carreira toda sem quebrar raquetes.
Eu… Eu nunca quebrei, nem nunca quebrarei uma raquete !!! Acho super tosco o ato de um tenista quebrar uma raquete !!!
acho que o Federer também
“Também sofreu com os dois punhos e uma grave lesão de abdôme que perdurou por 2008 e 2009 e se tornou fissura em 2012.” NÃO SERIA 2018 E 2019 E SE TORNOU FISSURA EM 2022??
As datas do artigo estão corretas, Daniel.