A temporada de 2025 do tênis já começou e o primeiro Grand Slam do ano dá a largada domingo que vem. E não faltam caras novas e histórias de jovens jogadores para acompanhar, não apenas na Austrália, mas ao longo de todo o ano que acabou de começar. É inegável que o primeiro nome da lista, ainda mais para o público brasileiro, é o de João Fonseca. Mas as novas gerações masculina e feminina do tênis mundial reservam ainda mais personagens.
Fonseca chega para a disputa do quali em Melbourne motivado por dez vitórias seguidas e os títulos do Next Gen ATP Finals, na Arábia Saudita, e do challenger de Camberra. A sequência invicta já dá indício de uma das metas que o carioca de 18 anos pretende cumprir: ser mais consistente em semanas consecutivas, sem tantas oscilações entre um torneio e outro, que o ajudarão a ter um crescimento mais constante.
Durante a última semana em Camberra, Fonseca não perdeu sets e conseguiu se impor contra jogadores mais experientes e que estão à frente dele no ranking. Sacando bem, especialmente na final contra o norte-americano Ethan Quinn, o carioca soube se aproveitar das condições mais velozes do torneio australiano e jogou um tênis agressivo. Em sua preparação para o Next Gen e para a Austrália, treinou durante uma semana em Londres, nas quadras duras e cobertas da Associação Britânica (LTA) e com tenistas habituados ao estilo de jogo praticado em pisos mais rápidos.
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Mais que isso: Como todo jogador em formação – e com uma ótima base – Fonseca evolui a cada dia em diferentes aspectos do jogo. Ele melhorou sua movimentação em quadra, chega mais inteiro nos ralis e encontra respostas e soluções para diferentes estilos de adversários. Será interessante acompanhá-lo contra adversários mais sólidos de fundo, como é o caso do argentino Federico Gomez, adversário na estreia do quali do Australian Open.
Os rivais de Fonseca no período de transição
Os dois títulos recentes que Fonseca conseguiu nas últimas semanas também o ajudam a ficar à frente de alguns rivais que ele fez nos tempos de juvenil, seja nas vitórias em confrontos diretos que fez em Jeddah, especialmente contra o norte-americano Learner Tien, ou mesmo em números e no ranking quando o salto após o título em Camberra for confirmado pela ATP. A projeção oficial é de que Fonseca apareça no 113º lugar.
O carioca já aparecerá na frente de Tien, canhoto de 19 anos e que ocupa o 122º lugar do ranking, e do espanhol de 18 anos Martin Landaluce, hoje na 151ª posição. O norte-americano tem três títulos de challenger, só um a mais que Fonseca, mas perdeu duas vezes no Next Gen e também havia sido derrotado na final do US Open juvenil em 2023. Landaluce, que foi semifinalsita em Camberra, tem apenas um título e também já perdeu de Fonseca no fim do ano passado em Lyon. Quem também já ficou para trás é o belga de 19 anos Alexander Blockx, atual 203º da ATP, que foi número 1 juvenil pouco antes do brasileiro e parceiro dele nas duplas.
Ao mesmo tempo em que Fonseca começa a deixar para trás esses adversários, que também terão perspectivas de crescimento, começam a surgir novos adversários que podem enfrentá-lo com maior frequência em 2025: O britânico de 23 anos Jacob Fearnley, 99º do mundo e superado pelo brasileiro na semifinal em Camberra, já venceu quatro challengers no ano passado e foi até parceiro de treinos de Fonseca em Londres. Já o tcheco de 19 anos Jakub Mensik, 48º do mundo e eleito o Novato do Ano pela ATP, foi superado em duelo de cinco sets pelo brasileiro no Next Gen. O confronto definido saque a saque deve se repetir muito nos próximos anos.
Um nome que está atrás desses todos, mas que pode dar um bom salto, é o do português Henrique Rocha, atual 171º do ranking aos 20 anos. Há aproximadamente dois anos, Rocha era apenas o 850º do ranking, saltou para o 229º lugar no fim de 2023 e cresceu ainda mais no último ano. O português chamou a atenção por uma vitória contra o número 9 do mundo Casper Ruud na Copa Davis e é um postulante a vaga no top 100, especialmente se tiver bons resultados no saibro, superfície em que se sente mais confortável.
Andreeva, Shnaider e Noskova: As jovens que buscam o top 10 da WTA
Em um circuito feminino dominado por Aryna Sabalenka, Iga Swiatek, Coco Gauff e Elena Rybakina nas últimas temporadas, são várias as jogdoras que flutuam numa faixa de ranking que vai desde a segunda metade do top 10 até um pouco além do top 20. São jogadoras que estão habituadas a disputar torneios grandes, enfrentam as melhores do mundo com frequência e, eventualmente, conquistam bons resultados contra as primeiras colocadas. E assim, dão um novo salto no ranking e nas expectativas. Aconteceu neste ano com Emma Navarro, Jasmine Paolini e Qinwen Zheng, por exemplo. Como também já havia acontecido com Bia Haddad Maia na temporada anterior (e todos torcemos para que ela consiga repetir esse feito cada vez mais).
E existem três nomes da nova geração com grande potencial de lutar pelo top 10. As russas Mirra Andreeva e Diana Shnaider e também a tcheca Linda Noskova. Mais jovem do trio, Andreeva está com 17 anos e ocupa o 16º lugar do ranking da WTA, o que evita cruzamento com o top 8 nas primeiras rodadas em Melbourne. Treinada por Conchita Martinez, Mirra já tem uma semfinal de Roland Garros no currículo e começou 2024 chegando à semifinal de Brisbane em simples e conquistando o título de duplas, ao lado de Shnaider.
Sua parceira, canhota de 20 anos, ganhou quatro títulos de WTA em simples na útlima temporada, em Hong Kong, Budapeste, Hua Hin e Bad Homburg, saltando do 60º para o 13º lugar. Também de 20 anos, Linda Noskova é a número 26 do mundo e chegou às quartas de final do último Australian Open, eliminou Iga Swiatek pelo caminho e mostrou um saque de difícil leitura para as adversárias e um jogo de variações.
Os próximos passos de Victória e Naná
As duas jogadoras mais jovens no ranking profissional da WTA são brasileiras: Nauhany Silva, de apenas 14 anos, tem 9 pontos no ranking e ocupa o 1.186º lugar. Já Victória Barros, que completou 15 anos em dezembro, está na 1.115ª posição com doze pontos. Ambas despertam grandes expectativas do público, na esperança de ver novas jogadoras repetindo os passos de Bia Haddad ou até mesmo superando os feitos da atual número 1 nacional. A própria Bia comemora o bom momento vivido pelas mais jovens e espera que o legado continue para cada vez mais meninas.
“É muito especial o momento que a gente vem construindo no tênis feminino. É um legado que está começando e tomara que cada vez mais a gente tenha mais Nanás e Victorinhas”, disse Bia a TenisBrasil durante o duelo entre Brasil e Argentina pela Billie Jean King Cup. “O mais importante é que a gente possa vê-las se divertindo, competindo e trabalhando, porque o caminho é muito longo. Todas nós já tivemos 14 ou 15 aninhos e a gente sabe como é a trajetória. Então, vou sempre estar na torcida e espero que elas possam desenvovler o potencial que elas têm”.
As duas jovens promessas brasileiras têm estilos distintos. Naná aposta num jogo agressivo e de muita potência nos golpes. Fala, sorrindo, que gosta de “bater na bola e sacar forte”. Victória é uma jogadora de mais variações, com habilidade para criar jogadas, sair de situações desconfortáveis e disputar os pontos na rede. Um estilo de jogo que impressionou técnicos renomados como Ivan Ljubicic e Patrick Mouratoglou, que a levou para treinar em sua academia na França. Com tão pouca idade, Naná e Victória vão mesclar calendários de juvenil e profissional ao longo da temporada e começam o ano jogando na Austrália. E é preciso ter paciência e respeitar os processos e o desenvolvimento de cada uma.
Jogadoras recém-saídas do juvenil e que começam a se destacar
Quando se fala em tênis feminino, também é comum que apareçam algumas jogadoras que evoluem muito rápido da saída do circuito juvenil até o alto nível nos torneios da WTA. A própria Andreeva é um exemplo claro disso. E existem outras tenistas com potencial parecido. A eslovaca Renata Jamrichova, canhota de 17 anos, foi campeã do Australian Open e de Wimbledon como juvenil em 2024 e chegou ao número 1 da categoria. Como profissional, já tem dois títulos de ITF, convocações para a Billie Jean King Cup e ocupa o 372º lugar da WTA. Já a tcheca Tereza Valentova, campeã juvenil de Roland Garros, conquistou cinco títulos profissionais em 2024 e ocupa a 239ª posição.
Destaque também para a australiana Emerson Jones, número 1 juvenil e campeã do Junior Finals em 2024, além de duas decisões de Slam. A tenista de apenas 16 anos já ganhou um ITF W75 em Sydney, ocupa o 373º lugar no ranking profissional e terá a oportunidade de ser testada em um WTA de alto nível em Adelaide. Ela também já recebeu convite para o Australian Open. Outros bons nomes são os da norte-americana de 17 anos Iva Jovic, número 2 juvenil e 189ª da WTA, que já ganhou jogo no US Open como profissional e da britânica de 15 anos Hannah Klugman, 570ª do ranking profissional, e que se destacou no quali de Wimbledon na última temporda contra rivais bem mais experientes.
Joao ainda não tem biótipo para encarar a Intensidade física de Djokovic e Alcaraz. Mas na Trocacao em um bom dia tem tudo para jogar de igual para igual contra Medvedev, Zverev, Ruud ou até Sinner em qq piso. Contra Fritz, Hurkacz ou Tiafoe entra como favorito.
Concordo com você Tadeu. Porém, eu incluiria nestes jogadores com grande intensidade física o Fritz, o Medvedev e o Tiafoe. São tenistas mais experientes no circuito e acho que essa experiência também conta muito num torneio Grand Slam. Mas nada é impossível. Vejo um momento muito bom do Fonseca. Agora é ir pensando apenas jogo a jogo. Focar no primeiro. Se passar, focar tudo no segundo jogo e assim por diante.
Só corrigindo: acho que o Sinner também é um jogador de grande resistência física atualmente. Páreo duríssimo para qualquer um, inclusive o nosso Fonseca.
nao acho que o djokovic tenha essa intensidade toda, eu to achando inclusive que esse provavelmente e o ultimo ano em altissimo nivel do servio.
Contra fritz e huskacz entra comk favorito??? Que isso cara… Hahaha
Victoria e Nauhany, meninas de ouro do nosso tênis feminino, continuem o belo trabalho! Vocês darão, e terão, muitas alegrias em 2025. Esperamos que participem, e tenham bons resultados, nos 4 Grand Slams juvenis, e demais torneios! Go, go, go!!!
Parabéns pelo artigo e pesquisa Mário!
Essa nova geração dá esperança de continuidade da caminhada da Bia! Grande Bia!
VQV BRAZUCAS!
Verdade, Mestre Mário. Contamos com mais artigos do naipe deste, falando das nossas jovens promessas, jovens jogadores e jogadores, que estão dando alegrias a nós, veteranos admiradores desse nobre esporte chamado Tênis!
João vai ter bastante dificuldade com jogadores consistentes que obrigam a bater mais uma bola ou buscar as linhas.assiati todos os jogos do next e de Canberra. Não houve ralis com mais de 10 trocas de bola ou o adversário errava ou o João errava.
Acho que não se deve fazer expectativas. Ainda mais em um esporte tão competitivo. O legal vai ser torcer muito e ter paciência para que a nova geração do tênis brasileiro possa colher grandes frutos. Potencial é o que não falta.
Concordo que não devemos ter muitas expectativas, mas lembro que o João foi o oitavo no next generation, e detonou todos, repetindo a dose em Camberra. A depender do resultado e sorte depois no sorteio da chave principal, quem sabe faça um terceira rodada. A conferir!!!
Belo texto, Mário Sérgio, bastante informativo…uma curiosidade, caso vc tenha a informação…
Como é a relação da Victoria com a academia do Patrick Mouratoglou, que a levou para treinar em sua academia na França.
Existe uma bolsa? A academia assume as despesas da atleta? A CBT paga as despesas? A própria atleta e sua família assume parte das despesas?
Como acontece essa relação?
Eu não tenho detalhes sobre a parte financeira da carreira dela. O que se sabe é que ela tem os próprios patrocinadores, e empresas grandes como a Claro e a Nike. E ano passado, ela até não pôde jogar a BJK Cup Junior, que é o Mundial de 16, por não ter acordo de exposição das marcas entre os patrocinadores dela e os da CBT. Quando conversei sobre ela com o Westrupp, então presidente da CBT, em 2023 ele contou que a Confederação mantinha contato com o agente dela e que sempre a convidava para participar de torneios e ações.
Obrigado pelo retorno, essa questão financeira é algo importante, muitas vezes pode servir como exemplo e criar um “caminho” para outros prodígios que poderão surgir no tênis (sem uma condição financeira ideal).
A CBT deveria ter um “modelo” de carreira para “futuro campeões”, afinal, nessa pais imenso, o que não falta são jóias para lapidar.
O caminho trilhado, até o momento, pela Victoria (e família) é algo que pode se tornar um modelo de gestão para “promessas”, desde que a CBT participe efetivamente (não apenas com ajudas pontuais).
Abs
Essa Emerson Jones humilhou uma rank 40 hj, aquela que chegou nas semis do wta 1000, deu um 6/4 6/0 nela kkkkkkkkkkkkkk
eu espero o wild mais consolidado no nível mais alto