CBT explica rompimento com o Comitê Brasileiro de Clubes

Clube Paineiras do Morumby, campeão de 2024 do Brasileiro Interclubes (Foto: Luiz Candido/CBT)

Florianópolis (SC) – A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) publicou na última terça-feira uma nota oficial a respeito do fim da parceira da entidade com o Comitê Brasileiro de Clubes, o que nos últimos anos permitiu a disputa dos Brasileiros Interclubes de tênis e beach tennis.

Veja a nota na íntegra:

“A Confederação Brasileira de Tênis (CBT), entidade máxima responsável pela administração do Tênis, Beach Tennis e Tênis em Cadeira de Rodas no Brasil, vem a público manifestar-se, após diversas reuniões realizadas com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), acerca das recentes propostas relacionadas aos Campeonatos Brasileiros Interclubes (CBI).

Durante essas reuniões, foi discutida a realização dos CBIs para o ano de 2025, para as modalidades de tênis e beach tennis. O CBC propôs a adoção de um formato exclusivo de competição por equipes, onde clubes competiriam diretamente entre si, excluindo qualquer possibilidade de incentivo ao formato de competição individual.

Desde o início da parceria com o CBC, em 2017, mais de 30 eventos foram realizados, com uma média de 600 atletas por etapa.

Desde 2017, a CBT sempre buscou atender às diversas solicitações estabelecidas pelo CBC, adaptando o formato dos campeonatos e fortalecendo a parceria ao longo dos anos. Um exemplo claro desse compromisso é a vinculação dos pontos do CBI ao ranking nacional, que vale para o programa Bolsa Atleta Federal, garantindo que o evento seja um dos principais no ranqueamento nacional e essencial para que os atletas possam pleitear esse importante incentivo. Além disso, a CBT tem dedicado recursos humanos, inclusive colaboradores do Departamento Técnico, Gerentes, Árbitros, Diretores, para engajar clubes não vinculados ao CBC. Por meio da modalidade tênis, aproximadamente 100 clubes, academias, institutos e/ou afins se filiaram ao CBC.

Apesar dos esforços, a CBT entende que a proposta de um calendário de campeonatos exclusivamente por equipes contraria princípios fundamentais para a formação de atletas. O formato sugerido é restritivo, pois limita a forma de disputa, desconsiderando a competição individual e de duplas. O novo formato sugerido, exige ainda participação apenas a clubes filiados ao CBC, excluindo atletas de clubes não vinculados ou de academias que ainda estejam em processo de filiação. Essa limitação compromete o caráter inclusivo das competições, inviabiliza a atribuição de pontos no ranking nacional individual de cada atleta, reduz a atratividade da competição, prejudica a formação plena, contraria totalmente projeto original da parceria que prioriza a meritocracia, e impacta negativamente desenvolvimento técnico.

A tradição secular do tênis e o sucesso recente do beach tennis estão alicerçados em competições individuais e de duplas, seguindo padrões internacionais consagrados. A tentativa de alterar esse formato pode desvirtuar as modalidades, prejudicando a formação de novos talentos e comprometendo o desenvolvimento esportivo. Para atender às demandas do CBC, a CBT já implementou um evento por equipes que encerra o calendário anual de tênis, e o mesmo modelo poderia ser aplicado ao beach tennis sem a necessidade de alterar o formato principal dos CBIs.

É importante citar que o novo formato exige que todos os participantes do campeonato deverão estar representando algum clube/academia filiados ao CBC. A CBT entende e defende que essa restrição gera desigualdades e dificulta a equidade de condições competitivas. Não podemos, sob hipótese alguma, privar atletas de competirem em campeonatos que atribuam pontos no ranking e que são determinantes para a elegibilidade à programas como o Bolsa Atleta, às convocações para Campeonatos Sul-americanos, Mundiais, Camps de Treinamentos, entre outros, pelo simples fato de seus clubes não estarem vinculados ao Comitê Brasileiro de Clubes.

Nos anos anteriores, a impossibilidade de inclusão de atletas avulsos ou de clubes não filiados levou a CBT a criar circuitos alternativos, o que gerou disparidades no ranking nacional, contrariou o princípio de meritocracia e resultou em notificações judiciais. Essas consequências prejudicam diretamente o esporte e o futuro dos jovens atletas.

Diante do cenário proposto, a Confederação Brasileira de Tênis entende que não haverá benefícios ao esporte nem à formação de atletas, uma vez que as especificidades da modalidade não estão sendo respeitadas, inviabilizando a continuidade da parceria para o próximo ano. Este mesmo raciocínio se aplica aos CBIs de Beach Tennis, que, caso se afastem do formato tradicional da modalidade, não poderiam ser sustentados como base para a formação de atletas.

A CBT reitera que seu compromisso é e sempre será com o desenvolvimento do Tênis, Beach Tennis e Tênis em Cadeira de Rodas no Brasil. O foco primordial é garantir a verdadeira formação de atletas em um ambiente que respeite as especificidades técnicas das modalidades, promova a inclusão e a igualdade de oportunidades, valorize o mérito esportivo, os atletas e técnicos, e todos os agentes e entidades envolvidas.

Sempre estivemos à disposição para dialogar e buscar soluções que fortaleçam o projeto, desde que respeitadas as particularidades das modalidades e assegurando o crescimento sustentável do esporte. Agradecemos a atenção de toda a comunidade do Tênis, Beach Tennis e Tênis em Cadeira de Rodas e reiteramos nosso apreço por todos os clubes, atletas, técnicos e parceiros que compartilham conosco a missão de promover e desenvolver o esporte em nosso país.”

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Walter
Walter
8 horas atrás

Parabéns à CBT. A proposta das outras entidades maximiza ainda mais a elitização principalmente do tênis e, pelo que parece, o intuito é somente financeiro, haja vista que nem todos os tenistas possuem condições financeiras de se filiar a algum desses clubes.

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