Mário Sérgio Cruz
Especial, de São Paulo
A temporada de 2024 está terminando de forma positiva para Ingrid Martins, mesmo depois de um primeiro semestre bastante complicado, com muitas mudanças de parceira no circuito de duplas. Terceira melhor brasileira no ranking da modalidade, ocupando atualmente o 85º lugar, a carioca de 28 anos encaixou uma sequência de bons resultados com a norte-americana Quinn Gleason que a fizeram voltar ao top 100 e vencer o segundo WTA 250 da carreira, há duas semanas, em Mérida.
Ingrid e Gleason jogaram nove torneios juntas e chegaram a quatro finais. Além do título no México, elas também venceram um WTA 125 nas quadras de saibro de Montreaux, na Suíça, e ficaram com o vice no 125 Barranquilla, na Colômbia, e no ITF W100 de Macon, nos Estados Unidos. A parceria, entretanto, não deve continuar e a brasileira busca uma jogadora com um ranking mais alto para entrar na chave do Australian Open e nos principais torneios do circuito. Ela se sente hoje muito mais experiente para lidar com esse tipo de competição do que em anos anteriores.
“Em janeiro eu comecei perto do top 50, então eu conseguia jogar todos os 1000 e Grand Slam e os WTA. Quando cheguei nessa posição, eu não estava muito preparada, rodei muito de parceira. Isso é algo que eu faria diferente, fixaria com uma ou tentaria mesclar mais torneio”, disse Ingrid a TenisBrasil, na véspera do confronto entre Brasil e Argentina pela Billie Jean King Cup, em São Paulo.
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“Acho que a Quinn foi uma jogadora que eu estava procurando quando meu ranking caiu um pouco, depois de não defender meus pontos no meio do ano. Tive muita troca de parcerias e isso afetou meu nível nos torneios”, avaliou a brasileira. “Foi a oportunidade que eu vi de fazer uma parceria por alguns meses e trabalhar posicionamento, que eu amo. É o meu trabalho e como eu quero jogar. Então eu usei um limão para fazer uma limonada e olhei o lado positivo: ‘Vamos jogar ITF e 125 para tentar subir meu ranking de novo’. E a gente fehcou com chave de ouro, com um título de 250”.
“Não pretendo seguir com ela nos próximos, mas a gente nunca sabe. É passo a passo. Tenho mais três torneios [os WTA 125 de Colina, Buenos Aires e Florianópolis] para finalizar o ano e subir ainda mais e começar o próximo com o pé direito”, complementou a tenista, que chegou a cair para o 124º lugar do ranking. Ela já definiu que jogará com a portuguesa Francisca Jorge nas duas próximas semanas, mas ainda não há definição sobre a parceira em Floripa.
“Eu vou jogar esses três últimos torneios para somar ainda mais. Estou em 85° lugar do ranking e conseguiria entrar com uma menina top 50. Mas eu quero melhorar mais para ter mais chances de encontrar parceiras melhores para começar o ano. Nos WTA é quase certo, mas no Australian Open vai depender dessas últimas semanas, mas tenho que focar em melhorar meu nível. O resto é consequência”, complementou.
A vida sem parceria fixa
Ingrid jogou ao lado de 16 jogadoras diferentes ao longo da temporada, entre elas a grande amiga Bia Haddad Maia, além da ucraniana Nadiia Kichenok, das russas Anna Blinkova e Irina Khromacheva, da chinesa Lin Zhu e da experiente romena Monica Niculescu. E como é a vida de uma duplista sem parceira fixa no circuito? É preciso estar preparada para imprevistos, mudanças de planos, adaptar-se a diferentes estilos de jogo e tentar absorver o máximo de experiência a cada partida.
“Acho que se você perguntar para todo duplista, inclusive o Marcelo, o Bruno e a Luísa, tem que passar por um processo de encontrar seu parceiro e aprender com cada um que está jogando. Foi assim comigo. Aprendi muito com as grandes jogadoras, contra e favor. Inclusive as líderes do ranking e campeãs de Slam. Agora é trabalhar cada vez mais no meu nível e ter paciência para encontrar o nome certo. A gente sabe que ninguém é perfeito, nunca vai ser mil flores. É trabalhar que as coisas vêm”.
Ingrid ainda se recorda de uma situação que aconteceu ainda em 2022, quando uma mudança repentina de planos possibilitou a chegda à semifinal de um WTA 250 em Portoroz. “Foi no meu início da carreira de duplas. Eu estava fazendo uma conexão em Madri para jogar em Portugal e aí me ligaram para eu jogar um WTA. Na hora eu troquei o meu vôo, fui para a Eslovênia e fiz semifinal. Então no início foi muito assim, mas estou acostumada. No tênis você tem que estar preparada para tudo. E isso me fortaleceu muito”.
Chance de definição nas duplas com Bia
Escalada para um eventual quinto jogo de duplas contra a Argentina, Ingrid pode repetir a parceria com Bia Haddad Maia. Este ano, elas atuaram juntas em Madri, Stuttgart e Wimbledon. E embora não tenham conseguido ir longe, caíram no match-tiebreak para duas parcerias campeãs nos torneios, as anfitriãs e medalhistas olímpicas Cristina Bucsa e Sara Sorribes na capital espanhola e as chinesas Xinyu Wang e Saisai Zheng no torneio alemão na grama.
“É um sonho estar escalada ao lado da Bia. A gente se conhece desde os 13 anos e foi um longo caminho até aqui
Estou muito orgulhosa de nossa trajetória. A gente jogou juntas agora na temporada de grama, tivemos algumas duras derrotas para as campeãs dos torneios, mas a gente se conehce muito e isso ajuda na quadra. Se tiver que definir na dupla, estou muito confiante”.
senti um pouco de desdém com a moça que a ajudou a escalar novamente o ranking. claro que almeja uma moça com ranking melhor pra compor e entrar nas chaves grandes. mas um pouquinho de paciência não ajudaria? pra crescerem juntas? fizeram 4 finais e acabaram de vencder um WTA 250! bom sábado internautas.
concordo!
Nada a ver. Paranoia tua!
Concordo. Pegou mal o limão pra fazer limonada. Mesmo por que as duas tem praticamente o mesmo ranking.
Infelizmente tenistas de um modo geral são assim…so não precisava tornar isso público….
No primeiro semestre rodei muito de parceira, não fixei com ninguem e isso me prejudicou muito, no segundo fiz bons torneios com a Quinn e fomos campeãs, mas não quero seguir com ela porque acho que não é meu rolê, vou procurar outra.
E difícil a parceria nas duplas.tem que ter muita compreensão…de ambas as partes
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