Becker acredita que Shelton possa completar o “Novo Big 3”

Turim (Itália) – O domínio do italiano Jannik Sinner e do espanhol Carlos Alcaraz na temporada, com eles dividindo entre si os títulos de Grand Slam, cada um conquistando dois, faz o alemão Boris Becker vê-los como sucessores do Big 3. Em entrevista a Gazzetta dello Sport, o ex-tenista profissional comparou Alcaraz ao suíço Roger Federer e o Sinner ao sérvio Novak Djokovic, especulando que o norte-americano Ben Shelton poderia ser o terceiro integrante de um “Novo Big 3”.

Atual número 1 do mundo, Sinner foi apontado por Becker como o melhor do momento. “Tenho visto muitos jogos do Jannik ultimamente, ele está em muito boa forma. A partir do US Open, está claramente jogando seu melhor tênis. Seu estilo é muito parecido com o do Novak, principalmente em termos de consistência. Jannik nunca desce, joga sempre em altíssimo nível e imprime grande velocidade nos golpes e afasta os adversários da linha de base”, analisou o alemão.

Derrotado apenas seis vezes na temporada, o italiano perdeu metade dessas partidas justamente para Alcaraz. “As derrotas ocorreram porque Carlos é capaz de jogar numa velocidade talvez até superior à de Sinner, mas não com a mesma consistência. No entanto, quando Alcaraz joga o seu melhor tênis, é difícil até para Jannik. Quando você luta pelo número 1, pelos Slams, faz todo o possível para superar o rival e subir de nível de forma excepcional, como faz o Carlos”, observou.

“Podemos definir Sinner e Alcaraz como o Djokovic e o Federer do futuro, embora as proporções adequadas devam ser mantidas. Roger e Nole fizeram história no esporte, assim como Rafa Nadal. O estilo de jogo do Alcaraz, em termos de beleza, é mais parecido com o do suíço, embora o seu ídolo sempre tenha sido Rafa. Do ponto de vista puramente estilístico, o espanhol pode ser comparado a Federer e o italiano a Djokovic”, acrescentou o germânico.

Becker pontuou que o circuito vive um dilema sem ainda ter um “novo Nada” para completar o novo Big 3. “Quem para mim está mais perto de chegar ao topo é Ben Shelton. O mais preparado, no início, parecia Holger Rune, mas ele não avançou muito neste ano. Porém, também assisti por muito tempo o americano na Laver Cup, em simples e duplas, e gostei da atitude dele”, finalizou o ex-número 1 do mundo.