Gratidão pelo tênis

João Sawao Ando, oftalmologista e tenista amador
Rio de Janeiro/RJ

Vou falar de uma criança que começou a jogar tênis com 7 anos de idade na cidade do Rio de Janeiro, tendo aula aos sábados na quadra do Colin Fox no bairro de Jacarepaguá. Esse menino era acordado pelo pai às 5 horas da manhã. A aula era às 6 horas com o professor de tênis Délio, um bom primeira classe do Rio de Janeiro. Ia o pai ,a mãe e o garotinho muito emburrado por ter que acordar cedo.

Esse garotinho começou a tomar gosto pelo esporte e com 11 para 12 anos já jogava bem. Morava em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, perto do hotel Nacional, onde havia três quadras, e do Hotel Intercontinental, onde também se contavam tês quadras. Todas elas rápidas. Com 13 ou 14 anos, teve aula com o professor Donald, um
americano radicado no Brasil, sendo um bom segunda classe.

Aos 15, já jogando muito bem em São Conrado e na Barra da Tijuca, resolveu entrar no circuito carioca juvenil dos de sua categoria. Mas infelizmente não teve grandes resultados, perdendo sempre nas rodadas iniciais, não sendo nunca campeão carioca ou vice. Ganhou alguns torneios de condomínios da Barra, como o Riviera del Fiori. Mas nada além disso.

Era neto de japonês e jogava os torneios da colônia japonesa em São Paulo. Jogou contra Roberto Okabe uma vez para quem perdeu. Já com 16 anos, entrou na classe A do Intercolonial de Cotia da colônia japonesa e iria jogar contra Alberto Oka. Era o cabeça 1. Vamos dizer todos iam para ver Oka jogar, mas ele não veio e ganhei por wo. Embora eu quisesse jogar. Esperamos ele até as 2 horas da madrugada e não compareceu. A organização do torneio resolveu muito a contra gosto dar o wo.

Na rodada seguinte peguei outra parada indigesta, Eduardo Daijiro Furusho, que tinha 13 anos. No aquecimento, minha corda estourou . Eu fui com duas raquetes. Peguei a segunda raquete.
No sorteio eu ganhei e escolhi sacar. Quando dei o primeiro saque arrebentou a corda da outra raquete! Fiquei sem raquete… Me emprestaram uma para jogar. Já com as minhas ia ser difícil, com uma que eu nunca joguei, imagina… levei uma surra de 6/1 e 6/0. Mas joguei com Furusho, um dos meus ídolos de juvenil.

Queria ser tenista profissional, porém não tinha resultado. Meu pai podia me bancar. Um dia, ele me falou quer: “Quer ser tenista profissional? Ok. Vamos treinar 12 horas por dia. pois só 4 horas não estão dando. Aí eu pensei e resolvi seguir a carreira do meu pai, que era um médico muito bem sucedido aqui no Rio de Janeiro. Tinha 16 para 17 anos.

Passei para faculdade de Medicina em Petrópolis, depois me transferi para o Rio de Janeiro, no entanto sempre com esperança de, depois de terminar a faculdade e fazer a residência, conciliar a oftalmologia com o tênis profissional. Não deu. Joguei no Marina Barra, onde com 27 anos fui número 1 da classe A. Ficava sempre com Ricardo Corrêa. que foi top 20 aqui no Rio de Janeiro. Eu era hit partner dele quando ele ia jogar torneios de veteranos.

Fiz grandes amigos no tênis. E sou um fanático. Venho acompanhando tênis desde os meus 9 anos de idade, Hoje, com 58 anos, sou muito grato ao tênis.

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