Enquanto acompanhamos as grandes estrelas do tênis mundial e felizmente as mais recentes vitórias de Bia Haddad, no US Open, título em Seul e o provável retorno ao top 10 do ranking, uma outra realidade vem acontecendo ao redor do planeta.
Atualmente já se contabilizam pelo menos 1.600 jogadoras no ranking mundial feminino. Espalhadas pelo mundo, é preciso que a roda gire para acolher não só um incontável número de aspirantes como também as que, por algum motivo, perderam seus pontos e não se sustentaram mais nos maiores eventos.
Ai entra em pauta a atual estrutura do esporte, que fica num primeiro momento, a cargo do órgão máximo, a ITF (Federação Internacional de Tênis), que além de outras atribuições organiza os Grand Slam, Copa Davis e Billie Jean King Cup, promove torneios juvenis e o gigantesco ITF World Tennis Tour feminino. que oferece ao longo do ano mais de 500 torneios em 65 países .
Esse circuito não só é a porta de entrada dos juvenis no ranking da WTA, como também um porto seguro para atletas que por motivos distintos perderam seus rankings e precisaram voltar à base da pirâmide, na tentativa de conseguirem escalar de novo a “montanha” classificatória.
Neste ano, melhor que outros, o Brasil sediou 10 deles até agora, realizados no sul e sudeste brasileiros, que se distinguem pela nomenclatura em ordem crescente, representando a quantidade de pontos que leva a campeã, sendo W15 os menores, seguidos dos W35, W50, W75 e W100.
O saldo até agora tem sido um dos melhores já que, em agosto, a brasileira Luiza Fullana, até então pouco conhecida no próprio país, surgiu aos nossos olhos, levantando um dos canecos e a paulista Laura Pigossi, radicada na Espanha, levou mais um, no domingo passado.
Não resta dúvida portanto dessa grande oportunidade gerada para a maioria das nossas tenistas da mesma forma que também fica a nossa eterna queixa de não termos no Brasil ao menos um grande evento feminino como o Rio Open que, nos seus 10 anos de existência, já trouxe estrelas como os espanhóis Rafael Nadal e Carlos Alcaraz e que segue pinçando tenistas de destaque para cada edição.
Lamentavelmente a participação feminina durou apenas três edições, sem trazer grandes nomes. Embora o seu retorno venha rendendo muitas especulações, promessas e expectativas nos últimos anos, nada ainda de concreto foi anunciado.
É compreensível que, no atual momento, com o tênis feminino migrando cada vez mais para a China, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, que colocou uma oferta de 10 bilhões de reais para fundir os circuitos e sediar novos torneios, incluindo o WTA Finals, fique cada vez mais difícil que tenhamos a oportunidade de ver em ação a nossa maior estrela.
E lembrar que o Brasil Open feminino, outro torneio de grande destaque, já extinto, começou com uma versão feminina que também durou três anos (2001 a 2003) e foi descontinuado. Só posso mesmo achar que essa semelhança deve ser mera coincidência!
Claro que há. E só querer fazer assim como se faz o Rio open que é um atp500.
Existem outros 250 na Argentina e Chile antes e depois do Rio Open. Para que haja uma equivalência, teria que ter outros WTA 250 na região. Porém, como sabemos, atualmente só há um torneio desse nível na América do Sul (em Bogotá).
Bem interessante essa matéria, parabéns Patrícia.
Bom, o momento é esse, capitalizado pela Bia, o torneio vai atrair publico, se puder fazer na mesma semana ou em semana consecutiva do ATP 500, pode aproveitar a estrutura para reduzir o custo. O problema é conseguir trazer boas jogadoras, porque pela distancia é uma viagem cara e fora de mão, e para isso precisa ter uma premiação atrativa, que depende de arrecadação. Por isso volto ao ponto de origem, o momento é esse, aproveitar o boom que a Bia está trazendo
Ótimo momento para essa provocação, até porque o Lui, Diretor do Rio Open, é membro do conselho da WTA!
Então, se o mundo do tênis se unir tem possibilidade sim !
Valeu Patrícia!
VQV brazucas!
Puxa, não tinha visto a publicação antes, Patrícia. Mas deixo agora minha resposta: sim! Vamos tentar trazer o torneio WTA 500 para o Brasil, porque é o momento certo para isso. O melhor lugar seria São Paulo.. O Rio para o Fonseca brilhar e SP para a Bia brilhar. rs
Sou mais um que torce não só para a realização de um WTA 500 no Brasil, mas para um Golden Swing feminino. Oxalá a fusão da WTA com a ATP propicie isso.
Patrícia, no auge da carreira da Gabriela Sabatini, chegou a ser disputado na Argentina algum WTA de primeira linha (equivalente aos atuais 250, 500 e 1000)?