Montréal (Canadá) – Classificado para a semifinal do Masters 1000 de Montréal depois de eliminar o atual número 1 do mundo, Jannik Sinner, o russo Andrey Rublev revelou estar passando por momentos conturbados no que diz respeito à sua saúde mental. Em uma temporada marcada por diversos casos de descontrole e fúria dentro de quadra, inclusive com uma desclassificação em Dubai após insultar um juiz de linha, o jogador de 26 anos atribuiu o comportamento a um quadro de depressão.
“Este é um momento muito especial para mim [vitória sobre Sinner e vaga na semi] porque tenho lutado contra sérios problemas há muitos meses. Precisava de uma vitória como esta para sentir novamente que posso jogar bem e vencer os melhores”, disse ele antes de explicar seus problemas. “Mentalmente têm sido tempos difíceis, tenho estado muito desorganizado. Venho lutando contra a depressão há muitos anos, com muitas questões problemáticas fora da quadra e acabei muito esgotado. Nesta temporada explodi, principalmente em quadra”, disse o russo.
Depois de inúmeros episódios em que esbravejou e quebrou raquetes em derrotas, Rublev reforça que o triunfo do último sábado é um sinal de que ele pode recuperar seus melhores dias técnica e emocionalmente. Agora ele tentará disputar sua terceira final no ano, depois dos títulos em Hong Kong e Madri.
“Felizmente, já faz algumas semanas que me sinto melhor e meu tênis está voltando a ser o que sempre foi. Estou muito feliz porque esta vitória me dá muita confiança. É muito bom me ver novamente nas semifinais de um grande torneio. No tênis você tem que lutar consigo mesmo o tempo todo, e é isso que torna esse esporte tão especial. Hoje tive sentimentos muito bons e consegui superar uma partida vital para mim”, finalizou.
Força Rublev!!!! Se trate com ❤️ ❤️ ❤️ ❤️
Está aqui um assunto de muitíssima utilidade pública, não apenas para atletas de ponta, como para nós.
Os transtornos mentais são as “doenças” que mais afastam/incapacitam trabalhadores da ativa e, felizmente, estão cada vez mais recebendo a devida atenção.
É quase impossível não conhecer alguém que já tenha enfrentado (ou ainda enfrente) tais condições, isso quando nós mesmos não enfrentamos.
Assim como tantos tenistas, e aqui me recordo da Osaka, espero que o Rublev se cuide e fique bem.
Realmente é um problema sério que deve ser tratado
Além da Osaka, recordo-me também da Anisimova, Garcia, Fish, Pouille, Zormann, Kyrgios, Biles (ginástica), Filipe Toledo e Medina (surf), Adam Peaty e Bruno Fratus (natação). Talvez o esporte individual de alto rendimento suscite mais esse problema.
Na verdade, não. Atletas de ponta e a população em geral possuem os mesmos índices (%) de transtornos mentais. É o que a imensa maioria das pesquisas têm mostrado.
A predisposição à doença é igualmente distribuida na população em geral, mas os gatilhos os quais desencadeiam a manifestação da doença são diferentes. Nos últimos tempos, no caso de atletas de alto rendimento, esses gatilhos estão relacionados principalmente à maior concorrência pelo sucesso, decorrente do aumento da remuneração envolvida, o que está exigindo cargas de treinamento cada vez mais intensas, além de cobranças e autocobranças maiores. Outro gatilho recente está ligado à mudança da exposição midiática com o advento da internet e das redes sociais, onde impera todo tipo de insulto e ameaça. Nos esportes individuais como o nome sugere, as pressões são todas concentradas num único indivíduo, o que o torna mais vulnerável ao colapso mental. Os exemplos citados anteriormente falam por si.
Rublev traz novamente à tona a questão da saúde mental dos atletas de alto rendimento! É uma questão séria! Espero que se recupere logo!
Tem 2 títulos de Masters 1000, disputará o 3o como favorito, outros diversos títulos de ATP, quadrifinalista em todos os GS, diversas temporadas seguidas como top 10, 15 etc. Certamente uma carreira vitoriosa. Só não está entre os gigantes e não pode competir com eles. Se ele se conformar com isso, poderá ter uma segunda metade de carreira mentalmente tranquila e igualmente vitoriosa.