Los Angeles (EUA) – “American Son” é o novo documentário da ESPN que estreou na noite desta segunda-feira, focando a carreira de Michael Chang, agora com 52 anos. Em um momento marcante, Chang lê uma carta enviada a ele pela lenda do tênis americano Arthur Ashe, logo após Chang tornar-se profissional aos 15 anos.
Ashe sentiu que era importante dar alguns conselhos e estímulo ao filho de pais que emigraram de Taiwan.“Você pode usar isso discretamente a seu favor”, escreveu Ashe. “Continue com seu comportamento agradável. Seja educado, sorria um pouco mais às vezes se você conseguir. Você acha que eu, sendo negro, teria sobrevivido 10 minutos se tivesse agido como (John) McEnroe? De jeito nenhum. Michael, você não tem escolha. Se agir como um idiota, toda a comunidade asiático-americana sofrerá porque em breve você será o asiático-americano mais conhecido do país.
Chang, na época, não entendeu muito bem o que Ashe quis dizer ou por que escreveu a carta. “Não acho que isso seja mais verdade, mas em nossa geração, cujos pais vieram depois de 1965 de Taiwan, Coréia e, até certo ponto, da Índia, acho que houve uma forma de assimilação muito mais agressiva”, disse Jay Caspian Kang, o autor e redator do The New Yorker, que dirigiu o filme. “Eu realmente me identifiquei com Michael porque passei por uma experiência semelhante crescendo na Carolina do Norte. Você é americano agora. Entenda.”
Chang ganhou 34 títulos de ATP e alcançou o 2º lugar do mundo. Kang, de 44 anos, cuja família é coreana, lembra-se de ter visto Chang, de 17 anos, vencer o Aberto da França de 1989. Quando Kang começou a jogar tênis recreativamente quando adulto, teve a ideia de que valia a pena rever a caminhada de Chang e o que ele significou tanto para o esporte mundial como para a cultura asiática-americana.
“American Son” começa com Chang sendo entrevistado no programa “Today” após seu inesperado título em Roland Garros, tendo 75 minutos de duração total.
A carta do Ashe foi importante mas acho que Chang no tênis como juvenil e depois como profissional nunca sofreu racismo por ser asiático americano nos eua e em outros países