por Mário Sérgio Cruz, de Brasília
Laura Pigossi viveu um cenário dos sonhos na partida desta sexta-feira pela Billie Jean King Cup, em Brasília. Dentro de quadra, a combinação entre o saibro e a altitude favorecem seu estilo de jogo e trouxeram alguns dos melhores resultados da carreira. Somado a isso, a tenista que sempre tem uma relação muito próxima com a torcida e que costuma crescer quando defende o Brasil em competições por equipes, ficou ainda mais à vontade e se divertiu em quadra, sentindo-se “no paraíso”.
“Com certeza, se eu tivesse que escolher um lugar perfeito para jogar seria no Brasil, com calor, altura e a bola mais viva. Eu estava me sentindo no paraíso na quadra”, disse Pigossi a TenisBrasil na coletiva de imprensa após a vitória por duplo 6/1 sobre Sohyun Park. “O jogo acabou sendo muito rápido, mas são aquelas situações que você está desfrutando e não quer que acabe. A gente até brinca que hoje foi sem emoção, porque geralmente eu gosto de fazer jogos longos, mas estava sol e não dava para brincar”.
“Mas ao mesmo tempo, muito feliz de conseguir esse ponto para o Brasil. As condições me ajudaram muito e tenho a experiência de ter jogado vários torneios aqui”, acrescentou a número 2 do Brasil e 134ª do mundo. “Eu sempre digo que é uma das minhas competições favoritas, acho que eu me transformo em quadra. Sou uma pessoa que ama jogar com a torcida, adoro chamar o público e transformar a energia da quadra. Acho que faço isso muito bem. E poder jogar com a torcida a favor é um privilégio, é muito especial”.
Pigossi vem da conquista das medalhas de ouro em simples e duplas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. “Durante aquela semana eu tive muitos altos e baixos, mas consegui me manter forte e superar tudo o que eu passei. Isso me dá muita confiança para vir aqui e disputar mais um torneio pelo Brasil”.
Objetivo claro: Voltar ao top 100 e se garantir vaga na Austrália
Para as próximas semanas, ela segue para uma série de três torneios WTA 125 na América do Sul, com destaque para Florianópolis, visando a volta ao top 100 e a vaga na chave principal do Australian Open de 2024. “Meu objetivo para o final do ano é entrar no top 100, principalmente nessas próximas três semanas de torneios que eu tenho para tentar entrar direto na chave principal do Australian Open. Até porque isso me abre uma semana a mais no ano que vem, eu conseguiria jogar três semanas em vez de duas. Acho que você precisa sempre ter objetivos claros. Por mais que as metas sejam difíceis, eles te dão um rumo”.
Bom momento do tênis feminino no Brasil
A jogadora de 29 anos também falou sobre o momento do tênis feminino no Brasil, com conquistas recentes de várias jogadoras, e da importância de mais torneios no país. “Espero que possamos ter cada vez mais torneios no Brasil. É muito bom também para a visibilidade do tênis. Cada vez mais eu vejo crianças, as menininhas torcendo, e antigamente não tinha tanto. Isso faz muita diferença e poder incentivar o tênis no Brasil é uma das coisas que mais quero”.
“O Brasil vem num momento muito bom. A gente é muito unida. Eu, por exemplo, conheço a Bia desde que tinha oito anos de idade. Acho que todas as meninas tem essa conexão muito forte e isso faz muita diferença. Uma vai puxando a outra. Então, acredito muito nesse time, acredito que a gente tem potencial para conseguir coisas muito maiores. Acho que o tênis só tende a crescer, tem muita visibilidade. Com certeza, a gente vai notar uma grande diferença daqui a 10 ou 15 anos no tênis. Quanto mais meninas a gente puder inspirar, melhor”.