O bom ano de 2025 termina com uma polêmica: quando realmente é necessário trocar de técnico?

O bom ano para o tênis mundial de 2025 termina com uma chocante polêmica: a inesperada troca de treinador de Carlos Alcaraz, justamente para um técnico, como Juan Carlos Ferrero, que o atual número 1 do mundo jamais hesitou em definir como segundo pai. Os motivos não são oficiais. Por isso, difícil julgar e entender. Mas vou me ater a exemplos de relacionamento tão marcantes, assim como diferentes na história do tênis.

No Brasil estamos acostumados a relacionamentos até então parecidos com o de Alcaraz e Ferrero. Quem não se lembra da longa parceria de Gustavo Guga Kuerten com o polêmico Larri Passos? Campeão de Roland Garros, pela primeira vez, em 1997, logo iniciou-se um movimento para a troca do treinador. “Precisaria de alguém com maior experiência internacional”, este era um dos comentários mais ouvidos.

A dupla Guga e Larri sobreviveu aos ‘ataques’. E um dos principais motivos, muito bem explicados pelo então agente do tenista brasileiro, Jorge Salked, era ‘mais ou menos’ assim: “o surfista precisa de alguém que o segure no chão… não deixe ele dispersar, manter o foco na carreira”.

Pelos relatos, Alcaraz sofre da mesma diversidade de interesses. Se um gostaria de ser surfista profissional, outro tem uma bela atração pelo golfe. Larri não curtia muito que seu pupilo participasse de inúmeras campanhas publicitárias, durante o período auge de sua carreira. Alcaraz, entre um título ou outro e briga pela liderança, fez documentário para a Netflix, jogou o Six Kings Slam, Laver Cup, exibição em Miami e agora dia 10 de janeiro, apenas dois dias antes do início do Aberto da Austrália, confirmou uma exibição na Coreia do Sul. Será que Ferrero ficaria feliz com mais este compromisso do pupilo fora do circuito?

Uma relação bem diferente acontecia com Pete Sampras e seu treinador Tim Gullikson. Os dois tinham uma rotina própria. Não ficavam hospedados no mesmo hotel, não iam jantar juntos e um só via o outro para os treinos técnicos, nem se cruzavam nas preparações físicas. Parecia sim algo muito distante e extremamente profissional. Mas o estado emocional que o tenista norte-americano ficou ao ver o então treinador sofrer uma doença grave e morrer foi algo marcante. Enfim, é difícil não ter uma empatia.

Um exemplo curioso de uma relação bastante discreta, a meu ver, e muito eficiente é a de Aryna Sabalenka. Acho que é muito mais fácil lembrar o nome do namorado, do que propriamente o do seu treinador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Realista
Realista
2 horas atrás

Muitos confundem com futebol que pode ser bom um trabalho de longo prazo, mas para o tenis eu vejo sempre a necessidade de mudar. É um esporte individual, o tenista estará sempre crescendo com novas metodologias. Ficar muito com um tecnico haverá uma estagnação.

SANDRO
SANDRO
1 hora atrás

O prejuízo será todo de Alcaraz e a sorte será de quem contratar o excelentíssimo técnico Juan Carlos Ferrero… Alcaraz foi ingrato, por vários momentos Ferrero foi a voz da consciência e da razão que punha Alcaraz de volta no jogo quando ele fazia cara de desespero e perdia o controle da partida… Ferrero era o “Maestro” de Alcaraz… Alcaraz tem muito mais a perder do que Ferrero, pois esse técnico será disputado a dedo, e sorte de quem contatá-lo!!!

Última edição 1 hora atrás by SANDRO
Joselito
Joselito
17 minutos atrás

O momento ideal é quando o tenista entende que o técnico já não agrega ou agrega pouco ao seu jogo comparado ao recurso que é despendido.
No caso em tela, o tempo dirá quem tinha razão.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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