“Enriquecedor, mas complicado”, diz Simon sobre parceria com Medvedev

Foto: Corinne Dubreuil/ATP Tour

Paris (França) – Antes de resolver dar novos rumos na carreira, encerrando o trabalho de longa data com Gilles Cervara, o russo Daniil Medvedev chegou a fazer uma experiência com o também francês Gilles Simon, que se uniu ao time para tentar ajudar o ex-número 1 do mundo a retomar o caminho das grandes conquistas.

Em entrevista ao programa Retour Gagnant, o francês resumiu o que foi o trabalho com Medvedev em uma fala: “Enriquecedor, emocionante, mas complicado”. Apesar disso, Simon não se arrepende, embora reconheça que encarar as partidas no box do russo era um desafio, uma vez que Daniil podia se tornar incontrolável.

“O box era o momento mais desagradável. Ele é extremamente agradável fora da quadra, mas quando está em quadra durante uma partida, tem um pequeno monstro para enfrentar por dentro que não é fácil de controlar. Já fomos jogadores, entendemos o que está acontecendo, sabemos que ele não está se ajudando em nada, mas entendemos”, relembrou.

“É uma pena que isso se manifeste dessa forma, mas eu já sabia disso antes de trabalhar com ele. Todo o resto foi pura alegria”, acrescentou Simon, cujo papel específico envolvia trabalho tático. “Conversamos sobre táticas uma ou duas vezes, eu expliquei a ele, em particular, como deveria enfrentar Novak (Djokovic) e isso o ajudou bastante, então quis tentar”, disse o francês.

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Simon destacou que o principal fator era gerenciar essa dinâmica a três, já que Medvedev e Cervara formaram uma parceria sólida e duradoura. “Temos um jogador que já ganhou muito, que tem 28 anos, que tem convicções muito fortes e é importante para ele mantê-las, mas é ainda mais difícil mudar nessas situações”, comentou o treinador.

Para completar, ele revelou um detalhe complexo no começo do trabalho. “Daniil me contatou sem avisar o Gilles (Cervara). Ele deve ter percebido que algo estava faltando, ou que queria acrescentar algo”, contou Simon.

Mudanças na devolução

Um dos pontos que Simon tentou trabalhar com Medvedev foi a devolução mais dentro de quadra. “Quando dois jogadores como (Carlos) Alcaraz e (Jannik) Sinner o ultrapassaram e você precisa tentar algo diferente. Trabalhamos durante todo o inverno na devolução mais perto. Quando ele chegou às semifinais em Wimbledon, devolveu de perto”, disse o francês.

“Na minha opinião, ele é capaz de fazer isso. Mas é muito difícil para um jogador sair do seu padrão habitual quando ele não precisa absolutamente disso. Definitivamente, é mais difícil mudar as coisas quando você começa a trabalhar com um jogador de 28 anos, cujo caminho já está traçado, do que com um garoto entre 15 e 20 anos”, acrescentou.

Apesar do trabalho não ter seguido, o francês vê tudo com naturalidade. “Quando você não está mais na mesma sintonia, acaba e tudo bem”, observou Simon, que não descarta treinar outros jogadores. “Não imediatamente. Quem sabe um dia? Meus filhos estão crescendo, têm 12 e 15 anos. Talvez daqui a três ou quatro anos”, disse o francês.

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