Mais jovem no top 100 da ATP, João Fonseca completa 19 anos

Suely Kawana
Da redação

João Fonseca completa 19 anos nesta quinta-feira, mas o presente de aniversário chegou com três dias de antecedência com a divulgação de seu melhor ranking da carreira, o 44º lugar, obtido no início da semana com a divulgação da classificação atualizada da ATP. O carioca é o brasileiro mais jovem a entrar no top 50 mundial e disputa a partir do próximo domingo a chave principal do US Open pela primeira vez na carreira.

Fonseca é também o tenista mais jovem de todo o top 100 no ranking da ATP. Agora não há mais nenhum jogador de 18 anos entre os cem melhores do mundo. Os outros dois tenistas da mesma idade que estão no top 100 são o tcheco Jakub Mensik, que é o 16º do mundo e completou 19 anos em setembro de 2024, e o canhoto norte-americano Learner Tien, 48º colocado e que fará seu 20º aniversário em dezembro.

João França Guimarães Fonseca – este é seu nome completo – nasceu em 21 de agosto de 2006, tendo dado suas primeiras raquetadas no Rio de Janeiro Country Club aos 4 anos. Seu pai, Christiano Fonseca Filho, é cofundador e CEO da IP Capital Partners, gestora de recursos independente, que administra mais de R$ 2,5 bilhões em recursos de clientes, segundo o Estadão. A mãe, Roberta, é ex-jogadora de vôlei.

+ Clique aqui e siga o Canal do TenisBrasil no WhatsApp

O atual número 1 do Brasil não gosta de comparações com Gustavo Kuerten e quer fazer sua própria história. Também já disse várias vezes que quer ser número 1 do mundo. “Não quero ser o próximo Guga, quero ser o João Fonseca. Espero poder fazer algo parecido com o que ele fez, mas estou trabalhando para criar minha própria história”.

Destaque desde o juvenil, Fonseca atrai atenções

Entre seus primeiros patrocinadores está a On, empresa suíça de artigos esportivos da qual Roger Federer é um dos sócios. Fonseca também conta com o apoio da Rolex, da construtora JF Living, focada em empreendimentos de luxo, e da XP Investimentos. O rol de patrocínios que já conseguiu e os elogios e atenção que vem recebendo no circuito profissional são resultado de sua evolução meteórica, confirmando as previsões da época de juvenil, quando foi número 1 do ranking mundial da categoria aos 17 anos, após conquistar o US Open juvenil em 2023, além de ajudar na primeira conquista da Copa Davis Junior pelo Brasil.

Em 2024, a ascensão continuou, chegando pela primeira vez às semifinais de um challenger em Buenos Aires e marcando a primeira vitória de nível ATP no Rio Open, em cima de Arthur Fils, então 36º do mundo, em sets diretos, e indo até às quartas de final. Em março do mesmo ano, alcançou sua primeira final nesse nível em Assunção e foi derrotado por Gustavo Heide, mas entrou no top 300 mundial pela primeira vez. Fonseca recebeu convite para disputar o ATP 250 de Bucareste e avançou duas rodadas, entrando assim no top 250 do ranking.

A rápida evolução e seus resultados chamaram a atenção e o carioca começou a receber comentários positivos de tenistas importantes como Novak Djokovic e Carlos Alcaraz. Foi graças a um convite que disputou seu primeiro Masters 1000 em Madri, onde caiu na segunda rodada diante de Cameron Norrie, então nº 30 do mundo. Já em agosto, veio o primeiro título de Challenger em Lexington, sem perder sets. E no fim do ano, Next Gen ATP Finals, venceu de virada o norte-americano Learner Tien e conquistou o torneio de forma invicta.

Primeiro título de ATP e estreia nos Grand Slam em 2025

A atual temporada vem sendo de experiências em torneios de maior importância e adversários de maior gabarito. O brasileiro começou o ano conquistando o título do challenger 125 de Camberra. E logo depois, fez grande campanha no Australian Open, onde furou o quali e venceu um top 10 pela primeira vez, o russo Andrey Rublev, em sua estreia na chave principal. Seu algoz foi o italiano Lorenzo Sonego na segunda rodada.

Já em fevereiro, conquistou seu primeiro título de de ATP 250 em Buenos Aires, e se tornou o brasileiro mais jovem a vencer um torneio desse nível. Na história, apenas dez tenistas do país venceram torneios da elite do circuito. Ele também saltou para o top 70 (nº 68) e assumindo a condição de número 1 do Brasil. A expectativa era enorme para a disputa do Rio Open, mas a sequência de jogos cobrou seu preço.

Na sequência disputou três Masters 1000. Em Indian Wells passou à 2ª rodada, em Miami avançou até a terceira fase e entre um torneio e outro, foi campeão do challenger de Phoenix. Em Madri e Roland Garros parou novamente na segunda fase. Já na temporada de grama, avançou uma rodada em Eastbourne, antes de ser superado pelo top 5 Taylor Fritz, a caminho do tetracampeonato. E ao vencer dois jogos em Wimbledon, tornou-se o primeiro brasileiro a chegar à terceira rodada desde Thomaz Bellucci em 2010. Já semana passada, no Masters de Cincinnati, após chegar à 3ª fase e garantiu o melhor ranking de sua jovem carreira profissional.