Londres (Inglaterra) – Após o vice-campeonato no WTA 500 de Bad Homburg no último sábado, Iga Swiatek desembarcou em Londres para a disputa de Wimbledon e concedeu entrevista coletiva neste domingo. De volta ao top 4 do ranking após uma final inédita na grama, a polonesa ressaltou o progresso que sente em seu jogo sobre a superfície original do tênis.
“Definitivamente, está sendo minha melhor temporada de grama até agora. Me diverti muito em Bad Homburg, aproveitei mesmo. Ter mais tempo para treinar nesse piso ajudou bastante, me sinto com mais confiança e acredito que meu nível está melhor. Enfrentei grandes jogadoras, foi uma preparação valiosa”, avaliou.
Mesmo depois de afirmar que a campanha na Alemanha lhe dava mais esperança na grama, ela ainda admite que a adaptação ao piso segue sendo um desafio. “Não é uma mudança de 180 graus em relação ao saibro, mas continua sendo difícil. Preciso de mais anos de experiência. A cada verão, fica um pouco mais fácil, mas ainda preciso de dias de treino para realmente evoluir. Por isso fui a Mallorca antes do torneio, para trabalhar meu movimento e sentir a bola de maneira diferente. No fim, tudo depende da confiança que você tem no momento. Preciso confiar nos meus golpes nesse piso. Em Bad Homburg funcionou, e quero seguir nesse caminho”, concluiu.
Campeã juvenil de Wimbledon em 2018, a polonesa relembrou com carinho aquela conquista, mas também com os pés no chão. “Parece que foi em outra vida. Foi um grande momento, mas quando voltei para casa, nada tinha mudado. Ainda não era profissional, então percebi que o trabalho real ainda estava por vir. Aquilo só me deu a certeza de que talvez eu pudesse realmente viver do tênis”, recorda.
Críticas ao calendário
A fala mais contundente da polonesa, porém, veio ao ser questionada sobre o ritmo de competições e a carga mental enfrentada pelos tenistas. Mais uma vez, a ex-número 1 do mundo demonstrou seu desconforto com o exigente calendário do circuito.
“A programação é intensa demais. Não faz sentido disputarmos mais de 20 torneios por ano. Às vezes, somos obrigados a abrir mão de jogar em casa para disputar um WTA 500 e evitar um zero na pontuação. Esse tipo de obrigação e as regras do circuito nos pressionam muito. Acredito que as pessoas continuariam acompanhando o tênis mesmo se jogássemos menos. Isso até nos tornaria mais consistentes.”
Para Iga, a questão vai além do desgaste físico. “É um desafio mental. No tênis, toda semana você começa do zero. É importante lembrar que o esporte não é tudo na vida. A gente precisa colocar as coisas em perspectiva e se orgulhar do que faz, mesmo quando não está vencendo”, destacou.