Roma, final aberta

Foto: FITP

Os dois principais cabeças de chave de Roland Garros irão decidir neste domingo o Masters de Roma, um título inédito para ambos e com um peso especial neste ainda início de suas carreiras. Jannik Sinner ainda corre atrás de um grande título no saibro – na verdade, só tem um no discreto Umag -, enquanto Carlos Alcaraz tenta completar o leque nobre sobre a terra europeia.

Dentro do Foro Italico e com apoio maciço da ruidosa torcida, Sinner deveria entrar com certo favoritismo. Mas o otimismo exacerbado pela surra e atuação magnífica em cima de Casper Ruud, o recente campeão de Madri, desceu alguns degraus depois da vitória instável em cima de Tommy Paul na semifinal. Começou muito mal, reagiu gradualmente a ponto de ganhar nove games consecutivos até que uma inesperada dor na perna esquerda – explicada como uma bolha no pé – permitiu que o valente norte-americano encostasse no placar e desse um susto nos tifosi. Sinner ganhou com 32 erros, 17 deles oriundos de seu poderoso backhand.

A incerteza sobre as condições físicas do número 1, que afinal das contas retornou como um furacão de seus três meses de gancho, é um ponto positivo para o espanhol, que encarou talvez a partida mais difícil da semana contra um perigoso Lorenzo Musetti, principalmente em função da forte ventania no Campo Centrale. Carlitos foi bem superior no primeiro set, viu o italiano crescer e abrir 4/2, mas manteve a cabeça firme para buscar o empate e faturar o tiebreak, com destaque para seu opção tática de iniciar a maioria das devoluções por uma bola profunda no lado esquerdo de Musetti.

O histórico de seis vitórias em 10 confrontos, incluindo os três mais recentes, pesa a favor de Alcaraz, obviamente. Os dois se cruzaram apenas duas vezes no saibro. Sinner ganhou a primeira na final de Umag, lá em 2022, e liderou duas vezes a semifinal de Roland Garros do ano passado antes de cair no quinto set. Portanto, a distância não é tão grande. Porém o fato de Carlitos já ter no bolso os troféus de Paris, Madri e semanas atrás de Monte Carlo é um tremendo handicap.

Inevitável imaginar que a decisão de Roma possa ser uma prévia de Roland Garros. Quem você acha que leva? Vote:

Final feminina também promete

Da mesma forma que o masculino, a disputa do título entre Coco Gauff e Jasmine Paolini me parece completamente aberta, com pequenas vantagens para cada um dos lados.

Gauff lidera o pequeno histórico de três jogos, mas foi Paolini quem ganhou o único sobre o saibro, que aconteceu poucos dias atrás, em Stuttgart, curiosamente um piso mais veloz por ser coberto.

Apesar de ser oito anos mais jovem, Gauff tem maior rodagem em grandes decisões, incluindo um título de Grand Slam e outro de Finals, dois WTA 1000 e dois vices importantes no saibro, em Roland Garros e Madri. A italiana por sua vez só ergueu dois troféus na carreira, um deles no 1000 de Dubai, e fez finais consecutivas em Paris e Londres no ano passado, quando deu o grande salto da carreira.

Finalista também de duplas ao lado de Sara Errani, Jasmine contará com todo o apoio da torcida, como aconteceu em todas suas vitórias em Roma até agora, incluindo a incrível e espetacular virada em cima de Diana Shnaider. Já a norte-americana, garantida como número 2 do ranking, mostrou estar enfim recuperada da parte emocional ao suportar 3h30 de batalha contra Qinzen Zheng na semi em que esteve algumas vezes contra a parede.

Roland Garros ainda terá o favoritismo natural de Iga Swiatek e logo atrás Aryna Sabalenka, mas quem faturar Roma neste sábado precisará ser considerada com muito respeito quando Paris chegar.

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Julio Marinho
Julio Marinho
9 horas atrás

O que aconteceu com Sinner hoje foi só um retorno à média. Ele é espetacular, mas não tem cabimento jogar como jogou o primeiro set contra o Rudd todo jogo. O próprio segundo set contra o norueguês foi mais normal, com alguns erros e Sinner se sobressaindo para ganhar os games. No primeiro set foi algo anômalo. Ele bateu 50 bolas fundas antes que uma batesse dentro do T. Então, não é por aquele Sinner que devemos analisar, o que obviamente faria ganhar todas as partidas de sua vida até o fim da carreira. Mas um Sinner que também oscila, pode estar cansado e tem uma pequena pressão de jogar em casa. Alcaraz costuma entrar na cabeça dele um pouco e as 3 derrotas recentes mostram isso. Por outro lado, fez um jogo pavoroso hoje, com 39 ENF só superados pelos 41 de Musetti. Não há furacão no mundo que justifique. E ele viaja beeem mais que o Sinner. Por outro lado, tem bem mais armas e não vai aceitar ficar tomando pancada a torto e a direito. Assim, não tem
Como sair do 50-50 mesmo ou algo um pouco para lá e para cá, de acordo com a preferência do freguês.

Victório Benatti
Victório Benatti
8 horas atrás
Responder para  Julio Marinho

Sinner é o número 1, ficou 3 meses sem jogar, continua número 1, e Alcaraz só conquistou o número 2 neste torneio.
Se o Alcaraz fosse tão bom, teria alcançado e ultrapassado o Sinner.
Vai dar Sinner nesta final. Aposto nele.

Jonas
Jonas
6 horas atrás
Responder para  Victório Benatti

“Se o Alcaraz fosse tão bom”

O cara tem 4 Slams, com 22 anos. Como disse o sábio Arrascaeta “futebol de internet é foda”. Serve pro tênis.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
7 horas atrás
Responder para  Julio Marinho

Desculpe, meu caro. Mas nem precisa de furacão. As condições eram pessimas com o vento . Impossível não acontecer um número imenso de ENFS tanto na ATP , quanto na WTA . A habilidade de Alcaraz já demonstrava que seria fundamental, para superar o dono da casa ( reclamava em todos os pontos ) , e consertar golpes com maestria . Somente por disputar quase toda a Gira de Saibro Europeia, o “ INCONSISTENTE “ Espanhol , pode abrir quase 1600 pontos no Ranking ( caso vença Sinner ) , para cima do “ CONSISTENTE “ Alemão, que fez FINAL no AOPEN 2025 . Em 2024 ficou de fora de Monte Carlo, Barcelona e Roma . Essa de entrar na mente pra mim não cola . h2h somente existe para ser quebrado . Vence quem está melhor no momento. Carlitos vai tentar de novo tirar a bolinha da linha de cintura do Jovem Italiano , mas é 50 a 50 % , ao menos a meu ver . Abs !

Jose
Jose
9 horas atrás

E dalcim.acho.que os dois vão dominar o circuito nos próximos anos

Maior geração tenis chego
Maior geração tenis chego
9 horas atrás

Os saudosistas estão cada vez mais bravos pq sinner e alcaraz são maiores que Federer Nadal e djokovic nessa idade, e outra coisa alcaraz pode ser mais genial porém sinner já é maior q ele no tenis e nos próximos anos se os 2 não tiver lesões sérias, o sinner será maior ,pq em geamd salm eles vão disputar ali equilibrado ,porém na liderança de semana no topo alcaraz não tem físico pra.dispitar com sinner ,se não aparecer outro fenomeno igual a sinner ou alcaraz nos próximos 4 anos ,sinner já vai bater o recorde de semanas de djokovic antes dos 30 anos ,o cara é maquina todo jogo ele está no máximo fisicamente

Maurício Luís Sabbag
Maurício Luís Sabbag
7 horas atrás

O preparo físico e a competitividade se aprimoraram. Não vejo como alguém alcançar 24 Slams nem bater recorde de semanas na liderança. Até mesmo os 109 títulos do Jimmy Connors acho bem difícil de se alcançar, porque o tenista vai chegando perto dos 100, a idade vai pesando.

Paulo F.
Paulo F.
6 horas atrás

Eu já estou na contagem regressiva para as 288 semanas consecutivas de Sinner como número 1.

Sergio
Sergio
6 horas atrás

Discordo. O big 3 ainda tem, na média, uns 20 Grand Slams de vantagem para o italiano e para o espanhol. Podem ser alcançados? Sim. Mas a tarefa, a meu ver, é hercúlea. Vamos com calma. Estamos falando de três tenistas que, juntos, ganharam nada mais nada menos do que Sessenta e Seis Grand Slams.

Jose
Jose
9 horas atrás

Vamos ver como o João vai se sair nos próximos anos ne

Paulo F.
Paulo F.
6 horas atrás

Na torcida para que o número UM tenha contra o herdeiro o.nível de atuação que teve contra o Ruud.
Jetzt geht’s Los, Sinner!

Sergio
Sergio
6 horas atrás

Duas finais espetaculares mesmo caro Dalcim. Penso que no masculino o Sinner ganha apertado. Já no feminino está bem difícil fazer qualquer prognóstico. Duas guerreiras.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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