Roma (Itália) – O italiano Jannik Sinner falou pela primeira vez sobre a suspensão por doping que o afastou do circuito desde fevereiro. Em entrevista à Sky Sports, o atual número 1 do mundo admitiu que aceitou o acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA) por entender que seria a única forma de evitar um desfecho ainda mais severo.
“No final, você tem que escolher o mal menor e eu acredito que é isso que eu fiz. Mesmo que às vezes pareça um pouco injusto tudo o que estou vivendo, se eu olhar as coisas de uma perspectiva diferente, poderia ter sido pior, com ainda mais injustiça”, disse o jogador de 23 anos.
O caso explodiu em agosto, após a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) revelar que o tenista havia testado positivo duas vezes para a substância clostebol durante o Masters 1000 de Indian Wells. Apesar da absolvição da ITIA, a WADA então recorreu à Corte Arbitral do Esporte, pedindo uma suspensão de um a dois anos para o tenista. Diante da possibilidade de uma punição maior, Sinner optou pelo acordo, recebendo um gancho de apenas três meses, podendo voltar a competir a partir de 4 de maio, no torneio de Roma.
Sinner confessou que viveu semanas difíceis logo após a suspensão. “Fiquei muito frágil depois do que aconteceu. Eu mentiria se dissesse que sou uma pessoa sem sentimentos ou emoções. Foi muito difícil às vezes, mas as pessoas ao meu redor me deram força para entender o que tinha acontecido. Depois que tomamos essa decisão [do acordo], levei um tempo para me encontrar novamente, mas ainda estou aqui. Ainda tenho um pouco de tempo para digerir tudo isso”, refletiu o dono de três Grand Slam.
O italiano reconheceu que ainda não sabe como será recebido no circuito após o retorno, especialmente diante das críticas sobre o tempo de pena que lhe foi imposto. “Não posso responder a essa pergunta porque não sei o que pode acontecer. Sei como as coisas aconteceram, sei que sou inocente. Tenho certeza de que tudo correrá bem, mesmo que no começo demore um pouco para recomeçar”, disse.
+ Clique aqui e siga o Canal do TenisBrasil no WhatsApp
O retorno justamente na Itália, segundo ele, terá peso emocional extra e exigirá equilíbrio. “Mal posso esperar para jogar em Roma. É um torneio especial para mim, mas sei que não será fácil, pois voltarei em um momento em que haverá muita atenção sobre mim”, reconhece.
“O equilíbrio entre a atenção que vou receber e como vou reagir, junto com outros fatores externos, será muito importante. Gosto de jogar na Itália, como mostrei em Turim, um lugar onde me sinto seguro. O público é uma arma a mais, o apoio italiano é muito importante e se sente em quadra, especialmente se você não for um jogador da casa. Isso será uma carta na manga, mas pode ser tanto um problema quanto um privilégio que terei daqui a cerca de um mês. Agora vou tentar me preparar da melhor forma possível”, acrescentou.
Mesmo afastado, Sinner deverá manter a liderança do ranking até o seu retorno, já que hoje sua vantagem é de 2.685 pontos para o alemão Alexander Zverev, segundo colocado na ATP. A meta agora é olhar para frente e usar o momento como oportunidade antes de voltar ao circuito. “Cada dia me sinto melhor física e mentalmente, embora ainda haja um longo caminho pela frente. É uma boa chance de melhorar onde eu tinha dificuldades. Vamos tentar fazer algo diferente.”
Essa Agências arrumaram sarna pra se coçar, vamos ver o próximo caso se vão fazer acordo, este foi o grande problema, um divisor de águas, deixando injustiçados com penas plenas e longas, com injustiçado com pena mais curta num período sem afetar tanto, dado que ele não é lá essas coisas ainda no saibro, a involuntariedade esteve presente na maioria dos casos dos outros injustiçados, sempre alguém da equipe etc sem intenção, mas entrou no corpo, não há como mais, a culpa é de todos, incluindo o(a) jogador(a), o caso da Iga acho que optaram por não “declarar acordo” pois viram a burrada que fizeram, então já deram um pena mais curta sem falar nisso, do contrário, ela levaria uma pena muito maior se fosse antes dessa confusão. Sinner garotão, vai detonar na volta, os concorrentes estão abaixo do nível dele, saiu no lucro, mas vai ficar a marca por muito tempo esse ocorrido na sua carreira, creio que infelizmente ele não pode mais falar dessa injustiça e aproveitar para cutucar as Agências sobre a injustiça dos outros, pois aí seria uma quebra do acordo vantajoso, acho que as Agências ficarão agora todas pressionadas a dar penas bem mais curtas, sem mencionar acordo, se quiserem ter “certa” paz!
Corrijo aqui, como o caso da Iga foi divulgado em novembro, foi antes da finalização do Sinner, mas certamente o acordo já estava correndo, então pensando na burrada “que fariam em andamento”, acho que no caso da Iga só penalizaram menos, sem mencionar acordo.
Concordo com com você Edu. Foi uma confusão enorme este caso do Sinner. Se foi detectado antes, deveriam já anunciar e, se fosse o caso, punir antes e não deixar tudo correr e depois de grande tempo punir o atleta. O que fica, como você bem disse, é a lição para os eventuais próximos casos. Para quê haja, digamos, uma melhor padronização do sistema de controle e de punição nos casos de doping.
A Itia e Wada cometeram uma tremenda covardia com a Halep, acabando com a carreira dela. Deram essa penalidade para o Sinner (que nao teve culpa pelo incidente) apenas para justificar que todos devem ser tratados igualmente, o que e apenas uma desculpa esfarrapada para livrar a cara.
O que houve no caso da Halep?
isso aí, Sinner, não dê bola aos críticos… vc é uma pessoa acima de qualquer suspeita, ao contrário de um certo espanhol e um certo iugoslavo…
Chegou a quinta série aqui nos comentários. Não dá nem para argumentar com tanta infantilidade.
Quinta série já não pensa mais assim meu amigo.
Ao menos, quando eu a frequentei.
Kkkkk
Dois suspeitos livres, sempre.
E um acima de qualquer suspeita, julgado, condenado e cumprindo pena.
Que baita argumento.
Erro tremendo da WADA… mas aposto que a maioria faria o mesmo que o Sinner. Havia grandes chances de ficar mais de 1 ano fora do circuito, ele foi lá e fez um acordo de 3 meses, de quebra vai poder jogar Roma e Roland Garros.
Não é erro, é conveniencia, pois eles olham e muito bem quem punir! Um corredor brasileiro do passado definiu bem como funciona as coisas: “todos se dopam, porem, poucos são punidos” !
Eles ficaram naquela: “o cara é inocente, mas foi encontrada uma substância em seu corpo, é o número 1 do mundo, precisamos punir senão vamos parecer fracos”. Na prática se enrolaram e passaram vergonha, falta credibilidade.
Quem é inocente não faz acordo onde sua honra está em jogo.
Quem é inocente não dispensa prestadores de sua equipe para justificar um caso mal explicado.
Quem é inocente não se vitimiza a todos momento.
(Acho que ele não é inocente, inocente é quem aceita a situação do Sinner).
Exatamente.
O cara foi forjado em substâncias ilícitas…
Não jogou as olimpiadas pq não era a ATPitaliana que faz o controle de doping…
Pelo seu raciocínio um inocente nunca foi condenado injustamente. Pelo seu raciocínio, um inocente não pode fazer um acordo para evitar um mal maior. Pelo seu raciocínio, a Justiça não falha.
Realmente, eu devo ser inocente por não pensar como você.
Que você entenda que o Sinner é culpado, eu compreendo. Mas não por esse raciocínio raso.
Até acho que o condicionamento absurdo que ele vem mostrando nos torneios, de uma forma para mim surpreendente, dá margem para discussões.
Acredito que a resposta vai vir nos próximos torneios. Vamos ver como o garoto vai se comportar fisicamente.
“Até acho que o condicionamento absurdo que ele vem mostrando nos torneios, de uma forma para mim surpreendente, dá margem para discussões”.
Vc escreveu tudo, sinal que o raciocínio não é tão raso.
Minha colocação está baseada em ganho de rendimento, aumento de performance. Que pode ser comparada com o período anterior e posterior ao “doping”. É um critério bem objetivo.
E ainda faço a ressalva de que “dá margem a discussões”. Ou seja, por si só não é suficiente para considera-lo culpado, mas seria suficiente para considera-lo, a meu ver, inocente.
Já cansei de assistir documentários em que inocentes se viram obrigados a fazer acordos para evitar uma injustiça maior.
E também já vi alguns documentários em que inocentes são condenados, mesmo contra todas as evidências.
Olá Luiz…
No caso Sinner, ele foi condenado por evidências científicas, dois testes, em dias diferentes, detectaram uma substância dopante (clostebol), um esteróide, que está na lista de doping durante décadas.
Serve tanto para ganho, como para mascarar outras substâncias.
Segundo o regulamento da agência antidoping, o tenista pode ser responsabilizado por simples negligência (contaminação), não é necessário ele ter culpa direta, Sinner é responsável por aquilo que é detectado no corpo dele, não importa a quantidade, até porque outras substâncias podem mascarar e diminuir a quantidade do esteróide no corpo (geralmente usadas em pré treinamento para campeonatos ou torneios).
A quantidade não diz muito.
A conveniência sim.
Ele teve a sua parcela de culpa, foi punido e está cumprindo a punição. Pelo que foi apurado na investigação, acho que a suspensão do Sinner ficou de bom tamanho. As punições exageradas e injustas do passado não dá pra mudar mais. Aqueles que foram vítimas dessas punições exageradas já arcaram com as consequências produzidas e só dá pra usar os casos para tentar dar um tratamento mais justo para ocorrências futuras. A Bia Haddad Maia deu uma entrevista em dezembro/2024 para o jornalista Fernando Nardini e o ex-tenista Fernando Meligeni dizendo que a Agência de Controle Antidoping tem o nº do telefone celular dela, e pode ligar pra ela a qualquer momento solicitando coleta de material para exame. Então, acredito que esse procedimento é feito com todos os jogadores e jogadoras do circuito. Caso haja novos episódios de doping no futuro, que façam como nos casos do Sinner e da Iga, investiguem de forma sigilosa primeiro, dando oportunidade de defesa, e depois, caso seja apurada alguma culpa do atleta, que se estabeleça uma punição na proporção da culpa detectada.
Caro Carlão
Com todo respeito, a Bia foi pega no doping, não é um bom exemplo.
Caso tenha novos casos de doping, se puna exemplarmente, existe uma mancha nos dois casos (Iga e Sinner).
Caso eu diga que o Carlos é um assaltante, vcluta na justiça contra a infâmia ou luta para reparar a injustiça?
O problema é que “punições exageradas do passado” não podem ser substituídas por acordos, com o dopado, para atenuar prejuízos.
Como disse um colega acima, todo caso agora será julgado sob outros prismas, trazendo sempre o caso Jannick Sinner como referência.
OK, tenho a substância, quais são as condições para um acordo?
Será???
As piscinas do tênis estão cheias de ratos, caro Kazuza.
Eu vejo o futuro repetir o passado.
O tempo não para, não para não, não para.
Nesse caso, concordo plenamente.
Por isso (apenas um dos pontos), admiro muito um certo sérvio, que abriria mão de sua carreira, como abriu mão de várias oportunidades de vencer grandes torneios, para não ferir sua honra.
Sério mais digno mesmo cumprir o que a instituição lhe atribuísse como pena, sem aceitar acordos. O argumento de aceitar para atenuar o prejuízo não lhe cai bem.
Olá Luiz…
Vejo uma certa normalização sobre determinados assuntos, o tenista alegar “mal menor” para aceitar um acordo, um escândalo.
A punição atinge a honra, a conduta de Sinner (não o tenista, o cidadão) perante seus admiradores e adversários.
Deveria lutar até a última chance de inocência, mesmo que pegasse 20 anos de suspensão, afinal, Sinner se diz inocente.
Apenas para comparar ídolos e “pessoas comum”…
Mohammad Ali, se recusou a servir o exército americano, foi preso, perdeu seus títulos mundial, ficou três anos sem lutar, mas não se curvou, foi oferecido diversos acordos (mudar discurso, ficar numa base militar igual Elvis, se calar), depois de solto, discursou contra a guerra e pelos direitos dos negros americanos.
Em 1971 a Suprema Corte americana cancelou a sentença.
Ali voltou a lutar, voltou a ser campeão mundial e foi elevado a maior figura do esporte.
O contexto histórico diz muito sobre o indivíduos que vivem no esporte.
Imagine se Ali aceitasse um acordo?
Até ele admite que saíu barato.
Sim, e a horda de defensores “eram só nanogramas” sumiu….
Pra quem era inocente ficou bem feliz com 3 meses de suspensão hein?
Sinner se vitimizando, é a estratégia que ele encontrou pra vender a ideia de que é inocente.
A punição não poderia ser pior; ela DEVERIA ser pior. O fato do Sinner ter aceito esse acordo não se deve ao fato de que ele é inocente, e sim porque ele não podia ser suspenso por longo tempo por ser nº 1 do mundo.
Não interessa se o consumo da substância foi sem intenção. Se foi detectada no corpo dele, o tenista já teria que ficar suspenso preventivamente como todos os outros ficam. Essa postura das agências abriu margem pra que agora, outrps tenistas também exijam o mesmo tratamento.
O fato do Sinner ficar se vitimizando toda hora, é uma mentira que ele tá querendo transformar em verdade na marra. Curiosamente, a grande maioria dos que apoiam ele são os torcedores brasileiros do Djokovic. Por que será?
Jannick Sinner é o único caso na história do tênis que, enquanto corria um processo de doping, escalava o ranking, alcançando seu pico e acumulando troféus.
Fez um acordo de suspensão e voltará à ativa ainda como #1 e com margem de segurança para seus concorrentes.