Buenos Aires (Argentina) – A saúde mental tem sido um assunto cada vez mais abordado entre os esportistas das mais variadas modalidades. O mais recente a confessar esta situação pessoal particularmente complicada foi o argentino Federico Gomez, que em 2024 alcançou o seu melhor ano no circuito, mas o mesmo não o acompanhou no lado privado.
Atual 135 do mundo, apenas duas colocações abaixo da melhor da carreira, o tenista de 28 anos decidiu tornar pública sua complicada situação, falando sobre os problemas que um atleta pode enfrentar enquanto outros desconhecem a situação. Ele publicou recentemente um desabafo em sua conta no Instagram.
“Isso pode ser uma surpresa para muitos, mas 2024 foi, sem dúvida, o melhor ano da minha carreira no tênis, mas ao mesmo tempo o pior ano em nível pessoal. Os últimos seis meses foram alguns dos mais difíceis que já vivi como ser humano”, afirmou o argentino, que conquistou três challengers e um ITF M25 na temporada passada.
“Vivendo com pensamentos de abandonar o tênis completamente, de realmente questionar se tudo isso realmente vale a pena e até mesmo, em repetidas ocasiões, pensamentos suicidas de não querer mais viver e deixar este mundo. Queria que vocês soubessem para que pudessem entender ações ou comportamentos que eu possivelmente tive”, escreveu Gomez.
O argentino quis ressaltar que esse tipo de discurso dos atletas não é feito para tentar ganhar fama, mas sim para fazer com que o público em geral entenda que todos eles enfrentam dificuldades que explicam muitas de suas ações, inclusive dentro de quadra.
“Espero que depois de me abrir um pouco (algo que é tão difícil para mim), possa me sentir um pouco melhor comigo mesma e conseguir viver um pouco mais em paz fazendo o que amo, que é jogar tênis. Tentarei recuperar aquela alegria natural que me caracterizava e, acima de tudo, sentir-me bem comigo mesmo novamente”, finalizou.
É impressão ou nas gerações anteriores tinha muito menos isso?
Talvez só não sabíamos…
Hoje em dia com as redes sociais, bem como com a diminuição do preconceito em relação a saúde mental, esse tema é mais abordado…
Certamente, pressões menores, sem redes sociais, sem muitos torneios como hj…
Com certeza. Já dizia o provérbio: Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.
Nao vejo fraqueza em relacao a expor problemas de saude mental. Ao contrario, homens fracos se escondem de problemas.
Acho que há outros fatores também, mas é por aí mesmo
O livro geração ansiosa explica muito sobre como uma infância reconfigurada alterou bastante comportamentos e a perda de uma janela fundamental do convívio social. Tentativas de suicidio, automutilação, depressao, ansiedade, que aumentou absurdamente depois de 2010 (geração Z). Para de olhar no olho das pessoas e resolver conflitos brincando e socializando para ficar em média mais de 30 horas por semana olhando para uma tela, em relação assíncronas, tendo como referência pessoas que possuem zero excelência, havia de ter um resultado avassalador nos adultos.
Faz sentido
Existia do mesmo jeito, o que acontecia era que sofriam calados. Que bom que isso está mudando…
Muito corajoso, depoimento necessario, porque a gente cobra muito de nossos atletas!!!
A autocobrança vem de dentro. Competir em alto nível não é algo super saudável para a mente.
O mundo está muito exposto…
Os pais e a sociedade cobram muito dos filhos pra atingir o sucesso.E pra isso sacrifica-se tudo. Longe dos pais, longe dos amigos, exclusividade a profissão. E em alguns casos viverão num cárcere. Busca da fama, busca de dinheiro, milhões para ter segurança financeira na vida. Esses conceitos voltados para a felicidade buscando fama e dinheiro está destruindo as gerações. Conceito de felicidade tem que ser repensado.
Vontade é uma coisa q não se passa. Ninguém vai te julgar se vc comprar um Bugatti, e ninguém pode te julgar se vc resolver pular do décimo andar, somos livres e temos q saber viver com essa liberdade, sem transferir a terceiros nossas angústias e frustrações.