Monte Carlo (Mônaco) – O tenista grego Stefanos Tsitsipas, ex-número 3 do mundo, atravessa um momento difícil na carreira, tendo registado a sua pior classificação na ATP desde 2019, o 13º lugar, após romper a relação de trabalho com o pai, Apostolos, em agosto passado, e optar por iniciar um processo de conhecimento pessoal.
Tsitsipas voltou a falar sobre os motivos que levaram ao rompimento com o pai, em conversa no canal do Youtube chamado Tennis Insider Club, da francesa Caroline Garcia. “Acho que muitas coisas mudaram fora do meu tênis, afetando diretamente meu tênis. Então, tenho refletido sobre essa mudança que tive com meu pai, que esteve comigo desde o começo. Obviamente tivemos muitas tensões ao longo do caminho. Ele tem sido um grande apoio para mim e é uma pessoa muito emotiva. Algumas pessoas não percebem que ele é um pai muito emotivo para se ter por perto”, apontou.
“Ele é alguém que tem sido muito solidário comigo. Ele mostrou o caminho por muitos anos como chegar lá, como tentar fazer isso. Ele não estava sempre errado, mas também é um homem de honra. Ele admitiu seus erros muitas vezes”, acrescentou o jovem de 26 anos.
“Eu já estava vendo muitas coisas que o estavam cansando. Ele não tinha mais os mesmos níveis de energia de antes. Talvez ele estivesse cometendo erros com mais frequência do que o normal”, revelou o tricampeão do Masters 1000 de Monte Carlo.
O ateniense contou que foi difícil a tomada de decisão. “Eu queria seguir meu próprio caminho, mas achei difícil me desconectar e deixar meu pai, que fez tanto por mim. Porque, no final do dia, penso em todas as coisas positivas e boas que ele trouxe para minha vida. E fazer isso com ele, afastá-lo de repente, assim, é algo que vai machucá-lo muito. É difícil cortar esse relacionamento que tivemos de repente e seguir caminhos separados. Tem que acontecer mais gentilmente e pouco a pouco. Desde o momento em que nos separamos em setembro, esse foi realmente o momento em que decidi realmente deixá-lo ir”, continuou o dono de 11 títulos no circuito da ATP.
Mais tarde, o vice-campeão de Roland Garros-2021 e do Aberto da Austrália-2023 reconheceu: “Estou em contato com ele, conversamos. Eu realmente quero que ele seja meu pai porque sinto que, por meio do nosso relacionamento no tênis, as coisas ficaram um pouco confusas. Perdi aquele pai que eu queria ter na minha vida pessoal diária, tornando-se mais um sentimento empresarial. Sinto que ele estava mais integrado ao meu tênis do que sendo um pai para mim. E isso é algo que também me afetou nos últimos anos porque eu sempre quis ter um pai ao meu lado. Esse pai que eu lembro quando tinha 10 ou 12 anos de idade”, explicou o campeão do ATP Finais de 2019.
Por fim, Tsitsipas admitiu que tomou a decisão também por seu pai: “Vê-lo estressado, vê-lo sofrer tanto, isso me machuca também. Essa também é uma das grandes razões pelas quais decidi deixá-lo ir. Sua personalidade nunca vai admitir que ele está sofrendo ou está se sentindo mal. E se ele não fizer isso, eu tenho que fazer por ele. No final do dia, é para o seu próprio bem e proteção. Nem sempre é sobre mim.”
A melhor entrevista que ele dá sobre esse tema é com a terapeuta…
Não ganhou GS ainda, mas é o rei do mi-mi-mi
O problema dele não é o pai…