Com final inédita, Zverev se aproxima do tão sonhado primeiro Grand Slam

Melbourne (Austrália) – Beneficiado com a surpreendente desistência do sérvio Novak Djokovic, que abandonou a semifinal contra alemão Alexander Zverev após perder o primeiro set no tiebreak, o atual número 2 do mundo garantiu sua primeira final no Australian Open e a terceira em Grand Slam, se aproximando mais uma vez da conquista inédita.

Derrotado nas outras duas decisões que disputou, ficando com o vice-campeonato do US Open de 2020 e de Roland Garros em 2024, o alemão de 27 anos terá uma terceira oportunidade agora em Melbourne. Ele enfrentará  o italiano Jannik Sinner, atual campeão do torneio e número 1 do mundo, que venceu o norte-americano Ben Shelton por 7/6 (7-2), 6/2 e 6/2.

Zverev tem vantagem no retrospecto contra o líder do ranking. Foram seis os embates, com quatro vitórias do alemão. Ele também derrotou Sinner dois encontros em Slam, ambos no US Open. Ainda assim, ele destaca o ótimo momento do jovem rival de 23 anos, que vai em busca do terceiro Grand Slam. “Acho que Jannik é o melhor jogador do mundo nos últimos 12 meses. Não há dúvidas sobre isso. Ele venceu dois Grand Slam e é muito estável no circuito. Será um jogo duro”.

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“Finais de Grand Slam são sempre difíceis. São os dois melhores jogadores do mundo em quadra. Perdi duas vezes em um quinto set, uma vez em um tiebreak do quinto set no US Open. Então, sofri duras derrotas. Sinto que talvez seja hora de eu ter um pouco de sorte em uma final de Slam também”, acrescentou.

2 – This is only the second Men’s or Women’s Singles SF at a GS event in the Open Era to be decided via a retirement immediately after the first set, after Francesca Schiavone-Elena Dementieva (Roland Garros 2010). Surreal.#AO2025 | @AustralianOpen @atptour @ATPMediaInfo pic.twitter.com/gFy6ByOIk1

— OptaAce (@OptaAce) January 24, 2025

Semifinalista duas vezes em Melbourne (2020 e 2024), o germânico enfim conseguiu passar desta fase e vai para a final pela primeira vez, se tornando o terceiro de seu país na Era Aberta a disputar a decisão do torneio, se juntando ao bicampeão Boris Becker (1991 e 1996) e ao vice-campeão Rainer Schuettler (2003).

Ao alcançar sua terceira final de Grand Slam, ele igualou o número de Michael Stich e aparece em segundo na lista de alemães que mais vezes decidiram um título deste porte, atrás apenas das 10 de Becker. Em sua décima aparição no Australian Open, Zverev é o jogador que mais tentativas fez até conseguir jogar uma final, empatado com Marin Cilic e Kim Warwick.

Preocupação com físico

“Eu não esperava que o Djokovic fosse abandonar a partida. Claro que não. Até porque o primeiro set foi de altíssimo nível”, declarou o alemão. “Mas acho que, depois do primeiro set, ele sabia que provavelmente teria que jogar mais três horas com uma lesão muscular e isso é muito difícil de fazer se você tiver uma ruptura ou uma lesão muscular. É difícil continuar jogando em alta intensidade porque não melhora. No pior cenário, agrava a lesão. Talvez tenha sido mais isso”.

“Mas é claro que há algumas dificuldades e quanto mais você continua jogando, mais chance tem de piorar. No tiebreak, ele talvez não estivesse se movendo tão bem quanto no restante do primeiro set. Mas eu pensei que tivemos ralis extremamente longos e extremamente difíceis, que exigiam muito do físico. Foi quando eu o vi ter um pouco mais de dificuldade”, ressaltou o vice-líder do ranking.

A preocupação com o físico também fez com que Zverev contratasse o preparador Jez Green pra sua equipe. que trabalhou durante muito tempo com Andy Murray. O alemão se lembra da derrota para Carlos Alcaraz na final de Roland Garros e tenta não repetir os mesmos erros: “Foi por isso que o contratei, para estar fisicamente no mesmo nível que eu estava e poder competir com esses caras. Na final de Roland Garros, eu fiquei cansado contra Carlos. Simplesmente fiquei cansado no quarto e quinto set. Sim, tive alguns momentos de azar. Mas, no geral, fiquei cansado e não queria que isso acontecesse mais este ano”.