Quando pensamos em filmes que remetem aos Jogos Olímpicos, talvez o primeiro que venha à cabeça seja o óbvio Carruagens de Fogo, que ficou eternizado pela icônica trilha sonora do músico grego Vangelis, mas o domingo de tênis olímpico estava mais para o filme que ganhou o Oscar de 2023: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo.
Foi mais ou menos a sensação de um dia com 74 jogos divididos em 12 quadras, algumas delas contando com seis partidas. Confesso que me impressionou a rodada ter terminado em praticamente 12 horas, sem que alguém precisasse entrar madrugada adentro, algo que aconteceu algumas vezes nos últimos anos em Roland Garros.
Com tantas partidas acontecendo concomitantemente, era difícil acompanhar tudo, principalmente para a torcida brasileira, que teve jogos acontecendo ao mesmo tempo. O final da partida de Thiago Monteiro coincidiu com o começo da partida de Beatriz Haddad Maia, que jogou ao mesmo tempo que Laura Pigossi. Era preciso escolher um para acompanhar ao vivo e o outro pelo celular ou correr para tentar ver pelo menos um pouco de cada.
Embora o jogo de Bia tenha sido contra uma francesa, não foi o mais cheio entre os brasileiros. Coube ao paranaense Thiago Wild a honra de ter a partida mais cheia do dia entre os compatriotas, tanto que não consegui entrar. A quadra estava lotada, sem espaço para uma alma viva a mais. Curiosamente, a quadra ao lado, onde jogava o francês Corentin Moutet, também estava totalmente lotada.
Assim que acabou o clássico sul-americano entre Wild e o argentino Tomas Etcheverry, que viu a rivalidade ir para as arquibancadas, com as torcidas dos dois países fazendo o máximo de barulho possível.
Barulho também fizeram os franceses ao lado para Moutet, que buscou a virada sobre o indiano Sumit Nagal com direito a Marselhesa entoada na reta final da partida. A torcida da casa tentou repetir o mesmo mais tarde, na mesma quadra, para Varvara Gracheva, mas Bia colocou água no vinho francês e avançou em uma partida também em clima bastante eufórico dos fãs, com os brasileiros igualando a torcida local em número e empolgação.
Rolou em Roland Garros
– uma coisa que deu para notar neste domingo é como o público foi caindo com o decorrer do dia, já que as quadras nos primeiros jogos estavam quase todas lotadas ou muito cheias, mas já na metade do dia nenhuma delas mais ficou totalmente cheia.
– ainda no tópico torcida, é interessante quando se está acompanhando um jogo em uma quadra próxima a um tenista francês, dando para perceber como está o jogo de acordo com o barulho.
– vale destacar também a união dos brasileiros, que acompanharam os colegas de equipe em suas partidas conforme o possível, uma vez que os quatro representantes em simples estiveram em quadra no mesmo dia.
– por falar em brasileiros, um deles teve o privilégio de treinar com Novak Djokovic no começo do dia: antes de fazer sua estreia na chave principal, Monteiro bateu bola com o sérvio, que já deveria estar contando com a vitória de Rafael Nadal e chamou um canhoto para dividir a quadra com ele.
– os placares tiveram um dia difícil nas quadras externas, em algumas delas sequer estavam funcionando, como foi na quadra 11, onde jogaram Pigossi e Monteiro, e em algumas demoraram um pouco para trocar de jogo, como foi com Bia, que por alguns games o placar ostentava o resultado da partida anterior.
– em contrapartida, o que estava funcionando era o “espião” colombiano que acompanhou atentamente o jogo de Pigossi e Yastremska, fazendo anotações na boa e velha folha de papel, uma vez que a vencedora iria enfrentar Camila Osorio na segunda rodada.
Torcendo pela Camila Osório
O nome do filme é: “tudo em todo lugar ao mesmo tempo”!
Exatamente, peço perdão pelo deslize. Já corrigi….obrigado!
Muito bacana essa coluna!
Sei que os custos são grandes e não dá para estar presente em todo o circuito.
Mas bem que ela poderia continuar em outros torneios também.
Parabéns!!!!