Thiago Wild e João Fonseca, na base de saque pesado e forehand agressivo, deram o tom brasileiro nas rodadas iniciais do ATP 250 de Buenos Aires, um lugar nada fácil de fazer a bola andar, ainda mais depois de um dia de chuva intensa ou em rodadas noturnas.
E foram três vitórias sobre jogadores da casa, todos eles muito bem cotados. O paranaense tirou o atual campeão Facundo Diaz e em seguida o 31º do mundo Sebastian Baez para se garantir nas quartas, enquanto o carioca novamente fez exibição de gala em sua estreia atrasada pelo mau tempo e despachou o experiente Tomas Etcheverry, 44º e ex-27º. Show.
Wild ainda não havia vencido partidas na temporada e parecia ainda sofrer falta de ritmo depois das cirurgias de outubro. Quando perdeu o primeiro set para Diaz, ficou a dúvida se conseguiria segurar a cabeça. Mas ele foi impecável. Deu-se ao luxo de provocar a torcida para marcar uma senhora virada.
Novamente jogando à noite, mas no estádio secundário, Thiago misturou muito bem os golpes no primeiro set contra Baez, o que incluiu voleios e deixadas. O argentino subiu de produção e chegou a ter 3/0 na outra série, porém outra vez Wild mostrou estar muito bem na parte emocional. Salvou cinco break-points na luta pelas igualdades e aproveitou-se da queda de intensidade de Baez para obter a quebra definitiva. Venceu 77% dos pontos na devolução do segundo saque, o que teve um peso especial. Ele descansa até sexta-feira para pegar o calejado Laslo Djere, contra quem ganhou duas das cinco partidas já feitas, justamente as do ano passado.
Fonseca, por sua vez, entregou tudo o que se espera dele. Ou seja, um tênis ofensivo, plástico e criativo. Chegou a abusar do forehand – 21 winners e 17 erros -, mas acreditou no seu grande golpe sempre que foi necessário. Aliás, fechou a partida com 34 winners num início de rodada onde se percebia claramente a lentidão do piso. Sufocou Etcheverry do começo ao fim e se aproveitou muito bem das bolas pouco profundas do adversário.
Esta já foi a quinta vitória de Fonseca em nove partidas diante de jogadores de nível top 50 e a quarta nas últimas cinco tentativas. Notável para quem tem 18 anos e tão pouco tempo de circuito. Observe-se que todas suas 12 vitórias em torneios de ATP foram obtidas sobre oponentes com ranking superior ao seu.
Ele volta à quadra nesta quinta-feira para encarar Federico Coria, hoje 115º do mundo, que perdeu no qualificatório e entrou de última hora, superando então Hugo Gastón na estreia. Serão um confronto inédito e uma situação pouco habitual para o brasileiro: ele entrará em quadra com favoritismo de quase 5 para 1. Melhor ir se acostumando.
Diante do Coria, o Fonseca precisará de total atenção. O argentino não tem nenhum golpe intimidador, mas é extremamente sólido no fundo de quadra, e experiente.
De qualquer forma, acredito que somente uma atuação abaixo do brasileiro para ele não vencer. Se jogar com a cabeça no lugar, algo que ele mostra fazer com excelência, deverá passar sem sustos.
É mto esquisito o meu pessimismo com relação aos brasileiros. Todo bom momento dos jogos eu acho que é passageiro e que jaja a cabeça deles vai pifar. Principalmente o Fonseca. Mto acima da média o sangue frio desse menino.
É mesmo Artur. Tens razão!
Se vencer será a primeira vez que o João vence alguém com ranking inferior ao seu em ATPs. Curioso dado.
Quase: 25 anos, depois; do: Tri, de Roland Garros (Garrô) … o tênis brasileiro: vai quase- -ressurgindo!!!!! A Bia, ainda: precisa melhorar… e: muuuito!!!!
Será a primeira vez que o João enfrentará um jogador com ranking inferior ao dele num torneio de 1ª linha.
E vamos continuar com o show, porque nada indica que eles se contentem com algo menos que semifinal. Depois, só o que for muito forte, inclusive para vencer Zverev, que deve passear sem adversários do outro lado da chave.