Um dia antes de conhecer a chave que terá pela frente nos Jogos de Paris, no sorteio que acontecerá às 6h (horário de Brasília) desta quinta-feira, a paulista Beatriz Haddad Maia teve um dia cheio. Primeiro treinou ao lado do técnico Rafael Paciaroni, que faz parte também da equipe olímpica brasileira, batendo bola com um sparring. Um pouco mais tarde, foi a vez de visitar o principal palco de Roland Garros para dividir quadra com nada mais nada menos do que a número 1 do mundo Iga Swiatek, treinando por uma hora com a polonesa na Philippe Chatrier.
O treino de Bia é justamente o tema que abre este diário olímpico, principalmente porque virou indiretamente assunto correlato quando se fala dela e de sua fase oscilante. Isso porque muito se questiona sua equipe, com o foco em Paciaroni, que constantemente tem seu trabalho colocado em dúvida.
Claro que a número 1 do Brasil não vem apresentando seu melhor tênis ultimamente, mas é importante destacar que mesmo assim ela segue como a 22ª no ranking da WTA e aparece na 31ª colocação na corrida para o WTA Finals, que leva em conta apenas os resultados da temporada. Ou seja, o ano de 2024 está longe de ser um desastre.
Posto tudo isso, pude acompanhar de perto os dois treinos da canhota paulista e posso assegurar duas coisas: a primeira é que não falta empenho, tanto que teve uma dia com duas sessões de treino intenso; a segunda é que o trabalho está lá, com Paciaroni exigindo bastante de sua pupila durante o bate bola, principalmente no treino que fez sozinha.
Acompanhar bem de perto os treinos como foi possível hoje permite ver ao menos uma parte do trabalho que Bia e Paciaroni fazem juntos, algo que nem sempre é possível. Dá para ver que o treinador aponta os erros durante o treino, corrige escolhas de golpes que não considera ideais e explica o porquê. Do outro lado a tenista ouve atentamente e às vezes questiona o que é passado para que entrem em acordo.
O trabalho está lá, os resultados não têm sido bons como já foram, mas também estão longe de ser tão ruins como alguns pintam. Se a parceria entre Bia e Paciaroni será capaz de retomar os melhores momentos da paulista, como conseguiram fazê-la chegar lá, só um pouco mais de tempo para sabermos. Fato é que há esforço e força de vontade, de ambas as partes, e deu para notar isso vendo os treinos bem de perto.
Rolou em Roland Garros
– treino de Bia com Iga foi um dos mais cheios em questão de cobertura de imprensa que vi desde que cheguei em Paris nestes um dia e meio que estou aqui, talvez só perdendo para os treinos de Rafael Nadal.
– foi justamente o espanhol que treinou logo antes de Bia e Iga na Chatrier, em um bate bola ainda mais estrelado do que o feminino, já que do outro lado estava “apenas” o compatriota e parceiro de duplas Carlos Alcaraz.
– um dia antes, o atual campeão de Roland Garros também esteve com Rafa na Chatrier, porém acompanhando das arquibancadas.
– após o treino de Bia com Iga, as norte-americanas vieram em peso para ocupar a quadra, como Coco Gauff liderando a trupe que também tinha Jessica Pegula, Danielle Collins e Desirae Krawczyk, que treinaram a dupla sob os olhares mais do que gabaritados de Mike e Bob Bryan.
– medalhistas de bronze nos Jogos de Tóquio, as paulistas Laura Pigossi e Luisa Stefani também estiveram em quadra e treinaram juntas nesta quarta; o cearense Thiago Monteiro chegou no fim da tarde e só irá bater bola na quinta.
Parabéns ao Felipe pelo post. Que venham muitos mais com essa mesma qualidade. Bem interessante.
Obrigado. Irei publicando diáriamente daqui de Paris até a final, espero que aproveitem e gostem do conteúdo.
Sempre na torcida pelos nossos
Muito legal esse Diário. Parabéns!
parabéns Felipe! que relato bacana, viva o jornalismo de qualidade e com honestidade intelectual, trazendo pontos de vistas argumentados, com dados e evidências. Continue assim, parabéns!!
Felipe, vi uma foto onde aparecem o Paciaroni e o Oncins ao lado da Bia, Pigossi, Stefani e Monteiro. Os dois estão dividindo o comando técnico da equipe?
Quem está comandando tudo por aqui é Eduardo Frick, o chefe de delegação. Jaime Oncins é o capitão da equipe masculina e Luiz Peniza da feminina, já o Rafa Paciaroni entra como se fosse um técnico extra. Todas as equipes têm direito a um e fica a cargo de cada uma escolher. Na Espanha, por exemplo, David Ferrer é o capitão masculino, Anabel Media é a capitã feminina e também veio Carlos Moyá.
Valeu pela informação!
Saber sobre o trieno de Bia foi uma luz de informação atualizada. Pouco ou nada se sabe sobre o dia a dia da atleta. Impenho e dedicação não falta. O resultado virá com certeza. Fruto do trabalho incansavel de quem sabe onde quer chegar. Acreditar sempre! A vida presenteia quem se empenha com amor e resiliência.