Oviedo (Espanha) – A megacampeã Serena Williams receberá nesta sexta-feira, na Espanha, um dos mais prestigiados prêmios de sua carreira, o Prémio Princesa das Astúrias para o Esporte 2025, em cerimônia que deverá contar com a presença do rei da Espanha, Felipe VI.
Nada melhor então do que relembrar a trajetória ímpar de Serena, marcada por conquistas históricas que a colocaram entre as maiores atletas de todos os tempos. Ela é a maior campeã de Grand Slam da Era Aberta (pós-1968), somando 23 títulos entre 1999 e 2017 — números que superam até mesmo grandes nomes do circuito masculino, como Rafael Nadal (22) e Roger Federer (20).
Assim como as casas de apostas do Brasil transformaram a relação dos torcedores com o esporte, Serena Williams revolucionou o tênis feminino com sua força, talento e perseverança. A norte-americana ganhou até direito a uma alcunha exclusiva, o Serena Slam, pelo fato de ser dona de todos os quatro troféus de Grand Slam ao mesmo tempo, ainda que em temporadas subsequentes, por duas vezes.
O início meteórico
Serena Williams nasceu em Saginaw, Michigan, nos Estados Unidos. Foi tenista profissional por 27 temporadas e, ao lado de sua irmã Venus, ajudou a romper o estigma de que o tênis era um esporte predominantemente branco.
As duas foram influenciadas pelo pai, Richard Williams, que aprendeu o esporte por conta própria com vídeos e livros, com o objetivo de ensinar as filhas desde pequenas. Serena começou a treinar aos três anos e logo se destacou ao integrar o time júnior dos Estados Unidos.
Ela estreou como profissional em 1995, aos 14 anos — contra a vontade do treinador Rick Macci, que desejava mais tempo de preparação. O resultado mostrou que ele tinha razão: Serena sofreu uma dura derrota, ficou abalada e passou dois anos fora das competições.
Em 1997, completou sua primeira temporada completa como profissional e alcançou o 99º lugar no ranking mundial — um feito notável para uma estreante. No ano seguinte, chegou ao top 20, tornando-se a tenista mais rápida da história a vencer cinco adversárias do top 10.
Ascensão e tragédia familiar
Um ano depois, veio a sua primeira grande conquista. Serena Williams venceu o Aberto dos Estados Unidos em 1999 e conquistou seu primeiro título de Grand Slam, com apenas 17 anos de idade. Nesse torneio, Williams venceu por 6/3 e 7/6 (7-4) a suíça Martina Hingis, tornando-se a primeira tenista negra a vencer um Slam desde Althea Gibson, em 1958. Além disso, encerrou o ano em quarto lugar no ranking mundial.
O grande salto da carreira, no entanto, começaria em 2002, ao conquistar seguidamente Roland Garros, Wimbledon e US Open, assumindo pela primeira vez o número 1 do mundo. A final de Nova York foi especialmente memorável pelo fato de ter acontecido diante da irmã Venus, algo que se repetiria mais oito vezes – quatro consecutivas – em torneios de Grand Slam, com sete conquistas de Serena.
Em 2003, Serena Williams manteve o ritmo, conquistando o seu primeiro Aberto da Austrália e tornando-se uma das seis mulheres a vencer todos os torneios de Grand Slam na Era Aberta. Porém, ainda naquele período, ela sofreu uma lesão no joelho e perdeu sua irmã mais velha, Yetunde. Com isso, seu desempenho foi afetado, levando-a a cair para a 139ª posição no ranking em 2007.
Retorno triunfal e superações
Serena continuou a erguer grandes títulos no circuito, a partir do US Open de 2008, iniciando outra fase de domínio. Em 2010, sofreu um problema sério de coágulo no pulmão, mas em 2012 já estava de volta aos troféus de Slam, recuperando as coroas de Wimbledon e do US Open, além do título olímpico de Londres.
Sua última grande temporada aconteceu em 2015, mas dois anos depois causaria espanto ao ganhar novamente o Australian Open e revelar dias depois que estava grávida. Faria mais quatro finais de Slam em busca de igualar a marca de Margaret Court, mas sem sucesso. Por fim, colocou fim à notável carreira ao cair na terceira rodada do US Open de 2022.
Deixou as quadras com 73 títulos em simples e 23 em duplas. Foi número 1 do ranking WTA por 319 semanas, sendo 248 consecutivas, e se mantém como a mais velha vencedora do Australian Open, que venceu sete vezes; de Roland Garros, onde foi tri; e de Wimbledon, com sete troféus. Ainda foi campeã seis vezes do US Open.











