“O circuito future às vezes parecia um círculo do inferno”, afirma irlandês

Conor Niland (Foto: Brendan Moran/Sportsfile)

Dublin (Irlanda) – Melhor tenista irlandês da Era Aberta, Conor Niland jogou profissionalmente entre 1999 e 2012, nunca entrou no top 100 e teve como melhor marca a 129ª colocação alcançada em dezembro de 2010. Neste final de 2024, o capitão irlandês na Copa Davis lançou um livro que está fazendo sucesso, no qual fala um pouco sobre sua carreira e conta como é a vida de um tenista profissional que não chega ao mais alto nível.

Niland conta que aos 10 anos pensou em largar o tênis, mas foi dissuadido pelos pais, que acabaram insistindo e o tornaram um tenista profissional. “O tênis era o nosso negócio de família. Peguei uma raquete pela primeira vez aos três anos de idade e passei 15 anos da minha vida viajando pelo mundo tentando entrar em torneios importantes”, falou o irlandês no livro The Racket, que se tornou o terceiro livro irlandês a ganhar o prêmio William Hill Sports Book of the Year.

Com a maior parte da carreira disputando torneios menores, com quase 200 partidas de future e mais de 150 em challenger, conta somente 26 em nível ATP, ele fala que não é nada fácil disputar os torneios da base da pirâmide. “Existem três níveis na hierarquia do tênis profissional masculino.

“O circuito ATP é a divisão mais alta do esporte, reservada aos 100 melhores tenistas masculinos do mundo. O circuito challenger é preenchido principalmente por jogadores classificados entre 100º e 300º no mundo. Abaixo estão os futures, o vasto inferno do tênis com mais de 2.000 perspectivas reais e sonhadores desesperados. O circuito future às vezes parecia um círculo do inferno, mas em termos práticos é melhor entendida como um purgatório: um espaço liminar que existe apenas para ser abandonado o mais rápido possível”, descreveu Niland.

As dificuldades são diversas e ele lista várias, entre elas a busca por um parceiro para treinar nos torneios. “Tive que me aproximar de jogadores que nunca havia conhecido antes, tentando não parecer muito desesperado. Certa vez, comecei com ‘Estou bem, prometo’. Admito que parecia bastante desesperador. Quando viajava sozinho, muitas vezes ia para a cama preocupado se encontraria alguém para me aquecer antes do jogo do dia seguinte”.

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Paulo H
Paulo H
11 horas atrás

Parece ser um bom livro, falando sobre a realidade da maioria dos tenistas que tentam o profissionalismo, mas esbarram em suas próprias limitações, sejam de ordem financeira, técnica ou até mesmo emocional.

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