Miami esquenta a briga pelo 5º Slam

Com investimentos milionários e super ações promocionais, o Master 1000 de Miami quer retomar o simbólico título de 5º Grand Slam. Nos últimos tempos Indian Wells ganhou esse status, não oficial. Para jogadores e mídia internacional, o torneio na Califórnia é o preferido, ganhando as mais recentes indicações. Só que o evento realizado atualmente no suntuoso Hard Rock Stadium não desistiu da briga.

A gloriosa história de Indian Wells começou com um porto-riquenho Charlie Pasarell, que foi número 1 do tênis pelos Estados Unidos. Há décadas vislumbrou um grande torneio em Coachella Valley, em Palm Springs, uns 200 quilômetros de Los Angeles. Ao lado de um grupo de amigos compraram 88 acres no meio do nada e iniciaram um desafio de construir um grande complexo de tênis longe das áreas metropolitanas. Mas só lá pelo ano de 2009, com a grana vinda do Vale do Silício, com Larry Alison, da Oracle, o evento ganhou a fama que ostenta hoje.

Diferente da agitada Miami, Palm Springs, onde batizou-se o Tennis Paradise, não há muitas opções para turistas. Costumo dizer que Indian Wells é para quem gosta e curte tênis, praticamente 24 horas por dia. A região é contemplada por luxuosos condomínios (dizem que é o lugar perfeito para aposentados), inúmeros campos de golfe e bons restaurantes japoneses. Possui também hotéis magníficos. Em um deles, os hóspedes chegam à recepção em gôndolas, como se estivessem em Veneza. Tudo é muito chic.

Na realidade não há uma grande opção para outros divertimentos, mas é perfeito para quem curte esporte, assim como eu (ainda mais tênis e golfe). Só que é preciso reconhecer toda atmosfera eletrizante de Miami e região. Nem dá para começar a descrever tudo que a Flórida oferece. E acredito que para os brasileiros, o torneio hoje em Miami Gardens é, sem dúvida, o preferido. Dizem que é o “nosso” Grand Slam.

Em termos institucionais vejo que para Miami falta uma sede fixa. Ao contrário do que se via na charmosa Key Biscayne, o complexo de quadras era definitivo. Apenas a quadra central ganhava uma bela roupagem e mais assentos nas semanas do torneio. O Hard Rock Stadium tem vida própria e não respira tênis durante todo o ano.

Mas, sinceramente, se tamanho e conforto de complexo fosse o suficiente para se eleger o 5º Slam, acho também que o Masters 1000 de Cincinnati mereceria uma menção. Só que esse torneio, que antecede o US Open, tem como fama estar no “Middle of Nowwhere”, ou seja no meio do nada. Ali por perto várias empresas multinacionais – a maioria de produtos higiênicos – e justo ao lado das quadras um tremendo parque de montanhas russa. Uma delas é assustadora, pois os corajosos viajam amarrados de pé ao longo das peripécias aéreas.

Da mesma forma de Cincy, o 1000 de Madri esbanja sofisticação em suas instalações. Em certo ano até, quando Roland Garros ainda não tinha quadra coberta e chovia muito, o dono do torneio espanhol, o ex-tenista romeno Ion Tiriac ironicamente ofereceu o complexo da Caixa Mágica para realizar o Grand Slam francês.

Por outro lado se as instalações fossem definitivas para se conferir o status da competição, acho que Monte Carlo perderia a condição de ATP 1000. Mas assim como acontece na Fórmula 1, o charme e tradição falam alto o suficiente para ninguém duvidar da existência do torneio.

ROMA É CANDIDATA – A rivalidade entre Indian Wells e Miami vai ganhar esse ano mais um forte candidato ao título simbólico de 5º Slam. É o Masters de Roma. O já lindo complexo do Foro Itálico terá mais 4 quadras, uma delas com capacidade de 4,5 mil pessoas. Sem contar que há poucos anos a Central foi completamente remodelada. Como li num jornal italiano, em reportagem do grande amigo Vinzenzo Martucci, o Aberto de Roma quer sim ser considerado o 5º Slam, com um grande investimento já realizado e uma qualidade considerável, o de ter a “Cidade Eterna” como sede, algo deslumbrante.

E para finalizar essa “viagem” em alguns dos mais interessantes torneios do planeta, lembro que o Paris Bercy vai estar de casa nova esse ano. Costumo dizer que um dos maiores atrativos de Roland Garros é ter Paris como sede. Só que o Masters 1000 da capital francesa irá para um lugar que não tem as mesmas características da Cidade Luz. Será jogado na La Défense Arena, com uma quadra central coberta, com capacidade para 16,5 mil pessoas. Essa é uma região diferente da centenária vila. São prédios modernos, verdadeiros arranha-céus, construções de arrojo arquitetônico e avenidas largas bem asfaltadas e ruas limpas. Tem sim um Arco do Triunfo: só que é retangular… serve?

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Felipe
Felipe
3 horas atrás

“Nos últimos tempos Indian Wells ganhou esse status, não oficial”.

E aí Sérgio Ribeiro? Vai retrucar q é o atp finals e dizer que o Chiquinho e ninguém entende de tênis ou assiste tênis, só vc?

olhinhos para cima

Eduardo Rizzotto
Eduardo Rizzotto
3 horas atrás

Que artigo completo e cheio de informações com análises dos torneios Masters 1.000!

Marco Aurelio
Marco Aurelio
1 hora atrás

Estimado Chiquinho, que texto saboroso! Deu vontade de conhecer todos estes templos do Tênis!!! Show!!

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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