Edimburgo (Escócia) – Em uma entrevista ao The Herald, Judy Murray criticou as autoridades do tênis na Escócia e o governo escocês por não capitalizarem o legado de seu filho Andy Murray no esporte. Ela afirmou que a Tennis Scotland desperdiçou uma “oportunidade de ouro” para dar continuidade ao sucesso de seu filho.
Judy liderou um projeto de 20 milhões de libras para construir um centro de tênis perto da cidade natal dos Murray, em Dunblane, na Escócia, mas os planos foram descartados em agosto devido a problemas de planejamento e aumento de custos. Ela expressou sua raiva pelo projeto ter sido arquivado e argumentou que o legado de seu filho foi desperdiçado.
“Fui incentivada pela Sport Scotland e pela Lawn Tennis Association a dar-lhe escala para se tornar um centro de importância nacional. Eu diria que não precisava disso. Eu só queria um lugar para trabalhar e desenvolver outros treinadores e jogadores”, disse a matriarca da família Murray.
“Queria que fosse sobre comunidade, que fosse aberto a todos. Tudo demorou muito e ficou maior, então os custos aumentaram. Tivemos então a Covid e o Brexit, além de desafios com atrasos no planejamento. Trabalhei duro para tentar chegar onde chegamos. Mas quando os custos da construção começaram a subir vertiginosamente, precisávamos mesmo de todas as partes interessadas que se comprometeram a nos ajudar a preencher essa lacuna. E isso não aconteceu”, lamentou.
Ela falou que já havia conseguido a licença de planejamento preliminar e estavam prontos para ir em busca da licença de planejamento detalhado. “Cheguei a um ponto em que pensei: ‘Já trabalhei nisso por 12 anos; gastei uma fortuna; estou completamente exausto e não estou recebendo o apoio daqueles que são responsáveis por promover o tênis e o esporte na Escócia”, disparou.
Decepcionada, a mãe de Andy diz que não confia mais na liderança da Tennis Scotland. “Essa é uma das principais razões para eu não me envolver em mais nada aqui. quando foi o aniversário de 10 anos da vitória de Andy em Wimbledon, eles não fizeram nada, nem quando ele se aposentou”, lamentou Judy.
“Nunca se tratou de celebrar suas conquistas, mas sim de usá-las para aumentar o perfil do tênis na Escócia e no Reino Unido e alcançar comunidades que antes eram excluídas. Mas o que eles estão realmente fazendo? Agora, eles têm cerca de 20 funcionários em tempo integral, mas quando tiveram uma oportunidade de ouro, falharam espetacularmente”, finalizou.
Da mesma forma desperdiçamos o legado de Guga Kuerten.
Que coisa feia! Ah, esses cartolas…não têm jeito.
Não tira o peso de nossa incompetência em capitalizar o legado do Guga, mas é curioso ver que não é só por aqui que as boas ideias ficam pelo caminho, nas mãos de dirigentes incompetentes, desinteressados em realmente promover o esporte dentro de seu país.