Guga por Kuerten: a história bem contada de um gênio

Já que a Bia Haddad Maia caiu nas quartas de final do US Open – e até que foi muito bem – resolvi dar uma pausa no último Grand Slam do ano para abrir espaço a um gênio do esporte: Guga por Kuerten é o título do documentário que entrará no ar no dia 10 de setembro pelo Disney+. É uma história bem contada do tricampeão de Roland Garros, em cinco capítulos. Uma oportunidade que surge para quem não viveu a época do catarinense que adora pegar onda e surfava nas quadras de todo mundo.

Particularmente vivi todos esses momentos de Guga e via o tom de surpresa dele e do Larri Passos quando me encontravam nos aeroportos desse mundo afora e nos torneios mais distantes e incríveis. O meu primeiro ano em Roland Garros foi em 1985 e Kuerten lembrou desse meu tempo todo no torneio (o que me deixou lisonjeado) antes dele celebrar seu inédito título em Paris em 1997. Confesso que era um ano difícil para o tênis. A modalidade estava em baixa no Brasil. E só consegui embarcar para a França na véspera da chave principal.

Tanto Guga, como sua mãe, dona Alice, lembraram da transformação causada pela conquista em 1997. “Os brasileiros passaram a entender de tênis e comentar as jogadas”. Foi uma revolução das mais festivas e criou um novo esporte para a torcida.

Nesse ano em Paris era o único jornalista especializado na modalidade a estar na competição. Por lá desde o primeiro dia apareceu o Renato Maurício Prado, que tinha viajado com o intuito principal de ver a logística para a Copa do Mundo, mas como apaixonado pelo esporte resolveu passar antes em Roland Garros. E por 3 anos, ele manteve o incrível recorde de jamais ter visto uma derrota do Guga no saibro francês. Afinal, não pôde estar no torneio em 1998, nem em 1999 e só voltou para o bi em 2000 e depois para o tri em 2001.

É claro que a primeira conquista de Guga em Roland Garros é um dos temas principais do documentário e entra no ar, logo depois de a família relatar todas as dificuldades com a morte do pai, Aldo Kuerten, e a missão vencedora de Larri Passos ao cumprir a promessa de treinar aquele menino todo desajeitado.

Fiquem certos, porém, de que meu spoiler para por aí. Afinal, no lançamento para a mídia foram apresentados apenas os dois primeiros capítulos. Mas já deu para curtir e emocionar. Guga por Kuerten sem dúvida é um documentário que irá marcar uma época. E apesar do tempo de suas conquistas internacionais, ainda vejo como imprescindível para os seguidores do esporte e um exemplo a ser seguido.

12 Comentários
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João Sawao ando
João Sawao ando
2 meses atrás

Sim .um exemplo de vida.e como já disse vamos morrer e não veremos um tenista como Guga que foi número um do mundo e uma tenista como Maria Esther Bueno.

Neri Malheiros
Neri Malheiros
2 meses atrás
Responder para  João Sawao ando

Xô, João, com essa tua previsão pessimista. Por acaso você já se sente no bico do corvo, como diziam os antigos lá do Sul? Eu ainda quero estar vivinho da silva para ver o aparecimento de outros Gugas e Marias como notáveis tenistas brasileiros. Basta ler a matéria publicada neste site sobre o lançamento do documentário em que o próprio Kuerten exalta os feitos da nossa tenista número 1, aposta numa carreira promissora do jovem Fonseca e não descarta o surgimento de alguém ainda melhor que ele próprio, seja o menino que recém estreou na carreira profissional, ou qualquer futuro prodígio.

João Sawao ando
João Sawao ando
2 meses atrás
Responder para  Neri Malheiros

Neri. O feito do Guga e impressionante. Mas logico que torço para o João Fonseca e a Victória Barros estarem no topo .mas você bem sabe como é um esporte individual como é o tênis

Guilherme E.S. Ribeiro
Guilherme E.S. Ribeiro
2 meses atrás

Estou louco pra ver. Contando os dias. Vi e me apaixonei pelo esporte pelo Guga.

luarao
luarao
2 meses atrás
Responder para  Guilherme E.S. Ribeiro

Assim como você muitos e muitas, eu inclusive! Amo esse cara. Tênis é só alegria e prazer.

Neri Malheiros
Neri Malheiros
2 meses atrás

Chiquinho, o jornalismo, desde os tempos estudantis, também me proporcionou a proximidade com grandes figuras históricas, porém do campo político, e ainda alguns bons amigos, muitos desafetos, incontáveis prazeres e alegrias e não poucos dissabores. Mas nada que se compare a essa tua vivência internacional e às memoráveis coberturas de grandes eventos do tênis mundo afora.

Vida longa a ti, ao Dalcim e a tantas figuras dedicadas a difundir e fomentar um esporte que, embora tradicionalmente tão elitista, também permite que muitas crianças e jovens possam mudar de vida através dos projetos sociais de alguns técnicos apaixonados e benfeitores. Um abraço!

Márcio Falci Junior
Márcio Falci Junior
2 meses atrás

Parabéns aos dois pelo tamanho profissionalismo dentro e fora das quadras.
Vocês dois são pessoas que fizeram muito pelo tênis brasileiro.

João Sawao ando
João Sawao ando
2 meses atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Vocês dois são exemplos. Sabem muito de tênis e tem muito a ensinar pelo menos para mim

e o WILD NÃO VAI JOGAR
e o WILD NÃO VAI JOGAR
2 meses atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito

celia minguini
celia minguini
2 meses atrás

Maravilhoso ver a história do Guga, alias gostaria muito que minha mãe estivesse viva, ela era fã dele e toda noticia dos jornais ela recortava e escrevia Guguinha, lembrando que minha mãe não era totalmente alfabetizada, mas adorava esse tenista e com isso ela me fez começar a assistir esse esporte. Vou acompanhar com toda certeza e rever a história linda de vida dele….Hoje temos a Bia que desponta, e que venham mais tenistas brasileiros para que possamos enviar boas vibrações.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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