Londres (Inglaterra) – Pela primeira vez em sua jovem carreira, o carioca João Fonseca disputará a chave principal de Wimbledon. Aos 18 anos, o brasileiro estreia na manhã desta segunda-feira, por volta das 9h30 (de Brasília), contra o britânico Jacob Fearnley no segundo jogo da Quadra 1, segundo principal estádio do All England Club.
Depois de furar o quali e chegar à segunda rodada no Australian Open, e de alcançar a terceira fase em Roland Garros, Fonseca fará em Londres sua terceira participação em um Grand Slam, agora com o desafio de atuar no torneio mais tradicional do tênis mundial e também em uma das superfícies mais exigentes: a grama.
“Vai ser um sonho jogar minha primeira partida aqui em Wimbledon como profissional. Toda semana é uma nova experiência para mim, então vou aproveitar cada momento, curtir jogar tênis e fazer o meu melhor”, afirmou o brasileiro, que já havia disputado o quali no ano passado, quando caiu na estreia para o espanhol Alejandro Moro em uma partida bastante equilibrada, definida apenas no tiebreak do terceiro set.
Além do peso da estreia em um grande torneio, o fator piso também será um desafio para o brasileiro, que ainda tenta encontrar a melhor adaptação à grama. “Jogar na grama é uma experiência nova para mim e, a cada ano que passa, vou pegando mais o jeito. É um piso muito diferente dos outros, e você não tem muito tempo para se adaptar, então você precisa aproveitar ao máximo para trabalhar com o pouco tempo que tem. Aqui, você tem que focar mais no saque e aproveitar as poucas chances que aparecem”, explica.
Apesar do duelo contra um tenista da casa e do ambiente favorável ao rival, João mantém o otimismo. “Estou jogando e treinando bem, e minha mentalidade e confiança também estão boas. Tenho certeza de que será um bom jogo. O Fearnley é um bom amigo e um ótimo jogador”, avaliou o brasileiro, que espera contar também com a torcida brasileira. “É difícil ser mais barulhento que os brasileiros, espero que tenham vários por aqui me apoiando”, brincou.
O confronto desta segunda-feira marca o terceiro encontro entre Fonseca e Fearnley como profissionais. O brasileiro levou a melhor nos dois anteriores, ambos em quadra dura, na semifinal do challenger de Camberra, em janeiro, e na estreia do Masters 1000 de Indian Wells, em março.
Treino com Alcaraz e evolução
Em sua primeira coletiva de imprensa no All England Club, neste domingo, Fonseca comentou sobre a oportunidade de treinar com Carlos Alcaraz. “Conversamos sobre a vida, não só sobre tênis. Aproveitei para perguntar várias coisas a ele e ao time dele. Foi uma experiência muito legal”, revelou.
Ao falar sobre o significado de Wimbledon, o jovem carioca não esconde o encantamento com o torneio. “Tudo aqui é perfeito, até as flores. É meu Grand Slam favorito por toda a cultura e história que o cercam. Toda criança que joga tênis sonha em jogar aqui um dia, é muito especial.”
Com discurso maduro, João mostra consciência sobre o processo de crescimento no circuito. “A parte mais difícil é entender que você precisa de tempo para ganhar a experiência que os outros já têm. Ter uma carreira juvenil forte não garante sucesso no profissional. Às vezes você joga seu melhor tênis e mesmo assim perde. É tudo sobre aproveitar as oportunidades”, afirmou.
Inspirado pela recente final de Roland Garros, vencida por Carlos Alcaraz sobre Jannik Sinner, ele conclui: “Foi muito inspirador para mim. Eles são os dois melhores jogadores do momento. O que Alcaraz fez mentalmente foi incrível, com Sinner jogando um tênis muito bom e batendo forte na bola, e então tudo ficou mais equilibrado. Aprendi muito com aquela partida.”
Vamos passo a passo, próxima meta é ser número 50 do mundo, depois atingir o número 45. Fonseca tem tênis o suficiente pra estar no número 30 do ranking no momento. Tem tênis o suficiente para bater a colocação de Thomas Bellucci mas vamos devagar.
Excelentes respostas e postura impecável. A resposta sobre a dificuldade de fazer a transição de amador para profissional foi genial. Apesar da pouca experiência, João consegue se expressar com confiança e humildade, e isso aos poucos vai se materializando dentro de quadra.