PLACAR

Fonseca também cai, e Brasil está fora nas simples

Foto: Fotojump

Rio de Janeiro (RJ) – A rodada de quartas de final acabou da pior maneira para o tênis brasileiro no Rio Open. Depois de emplacar três tenistas na terceira rodada de forma inédita na competição, todos os representantes do país foram eliminados. O último a cair foi o carioca João Fonseca, que até saiu na frente do argentino Mariano Navone, número 113 do mundo, mas acabou levando a virada e caindo com parciais de 2/6, 6/3 e 6/3, em 2h20 de jogo.

Apesar da derrota, Fonseca tem muito a comemorar nesta semana. Com as suas primeiras vitórias de ATP na carreira, diante do francês Arthur Fils e do chileno Cristian Garin, ambos no top 100, o jovem de 17 anos dará um enorme salto no ranking de mais de 300 posições, saindo do atual 655º lugar para o 341º posto. Isso sem contar as façanhas de se tornar o primeiro jogador nascido a partir de 2006 a chegar nas quartas de um torneio da elite do circuito e o segundo mais jovem a fazê-lo em um ATP 500, atrás apenas do alemão Alexander Zverev em Hamburgo 2014.

Por sua vez, Mariano Navone, de 22 anos, disputará a primeira semifinal da carreira e fará sua estreia no top 100 na próxima segunda-feira, atingindo por enquanto a 76ª colocação. Seu rival neste sábado será o atual campeão e segundo cabeça de chave do torneio, o britânico Cameron Norrie, que derrubou pouco antes o paranaense Thiago Wild em jogo de três sets, com o placar final de 6/1, 3/6 e 6/2. A semifinal com Norrie será por volta das 19h (de Brasília).

Mais do que isso, a classificação de Navone completa a festa argentina no Jockey Club Brasileiro, já que a outra semi às 17h verá um duelo entre o quinto principal favorito Sebastian Baez, algoz de Thiago Monteiro, e o quarto pré-inscrito Francisco Cerúndolo, que bateu de virada o sérvio Dusan Lajovic.

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Convidado para o Rio Open nos dois últimos anos, Fonseca disputou apenas o segundo ATP de sua carreira profissional e sentiu o desgaste por não conseguir manter o mesmo nível de intensidade em dias seguidos e até no mesmo jogo. Depois de ter feito um primeiro set dominante, o tenista da casa chegou a ter quebra acima na segunda parcial, mas permitiu a reação do argentino, que igualou a disputa e depois foi superior no último set.

O início de partida foi o melhor possível para João Fonseca, que conseguiu duas quebras consecutivas e saiu vencendo por 4/0. Com seu jogo agressivo e de muita potência no golpes, o carioca comandava os pontos com seu forehand. E mesmo que Navone tenha devolvido uma das quebras, o tenista da casa logo recuperou a vantagem. Ele terminou a parcial com 6 winners contra apenas 1 de Navone e cometeu 8 erros contra 9 do rival.

Logo na abertura do segundo set, Fonseca voltou a quebrar. Mas foi um início de parcial marcado por games longos e oportunidades para os dois lados, com Navone buscando o empate de imediato. Ainda bastante agressivo e com facilidade para mudar a bola de direção, o brasileiro escapou de um 0-40 e depois voltou a quebrar para fazer 3/2. Mas o argentino se mantinha fiel à estratégia de sustentar o maior número de trocas de bola que fosse possível. Navone fez boas devoluções, sacou melhor e já aguentava mais a pancadaria nos ralis de fundo, e com isso Fonseca cometeu 22 erros não-forçados na parcial. O argentino terminou o set vencendo quatro games seguidos.

Navone também foi o primeiro a quebrar no terceiro set, no momento em que Fonseca já dava os primeiros indícios de desgaste. Ele sinalizou atendimento do fisioterapeuta em uma das viradas de lado, mas o profissional sequer entrou em quadra. O argentino abriu 5/1 no placar e Fonseca conseguiu devolver uma das quebras, levantando a torcida. No game seguinte, ainda salvou o primeiro match-point, mas não conseguiu evitar a virada do rival.

24 Comentários
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Horacio
Horacio
5 meses atrás

Prá tudo se acabar na sexta feira…

Joana
Joana
5 meses atrás

Pena. Tinha tudo pra patrolar . Argentino so passava a bola… nao sei se chegou a fazer algum winner no jogo… todos de erros nao forçados do brasileiro… ganhou dos melhores perdeu pra um jogador de challenger que o mesmo ja tinha ganhado com 16 anos… melhorando o fisico vai brilhar … potencialmente o melhor brasileiro

Davi Poiani
Davi Poiani
5 meses atrás

João Fonseca tem muito potencial e um futuro promissor! Golpes muito limpos e potentes, a mecânica de movimento dele me lembra um pouco a do Sinner. Hoje faltou perna no final, mas o saldo deste torneio é espetacular para um garoto de 17 anos!

Beto_poa
Beto_poa
5 meses atrás
Responder para  Davi Poiani

pra mim a mecânica me lembra o Juan Carlos Ferrero.

Luiz Neto
Luiz Neto
5 meses atrás

João jogou muito e tem um bom potencial, mas precisa trabalhar mais a parte física.

Bukele
Bukele
5 meses atrás
Responder para  Luiz Neto

Sim, até porque aos 17 anos é impossível ter físico de maratonista, o auge da resistência física humana só se adquire mais pra frente após muito treino.

Última edição 5 meses atrás by Bukele
Paulo A.
Paulo A.
5 meses atrás

Tem que seguir trabalhando mais o físico. Mas está de parabéns o nosso garoto de Ouro. Talento puro.

Andre Borges
Andre Borges
5 meses atrás

Tem muito recurso, primeira semana que ele sentiu a realidade do circuito de verdade. Morreu a partir do segundo set, normal. Trabalhar o físico e colher os frutos que virão.

Ubiratan (Black)
5 meses atrás

Teve um torneio sensacional!
Fez história sozinho e com os outros brazucas juntos nessas QF.
O outro jogo contra o Navone, pelos dados, não foi nada fácil vencer.
Teoricamente, depois de tudo que fez nos primeiros jogos, esse não seria o mais complicado, mas os jogos foram tendo mais dificuldades ao descer o ranking dos adversários. Daí vem essa questão do cansaço.
Bem! foram grandes saltos no ranking mas, mesmo que os próximos sejam bem menores, mais demorados, não espero o Fonseca menos que top 200 quando estiverem decidindo o futuro profissional daqui a alguns meses.
Resta os parabéns!!!

Luiz
Luiz
5 meses atrás

Fiesta hermana como sempre

JBG
JBG
5 meses atrás

João Fonseca confesso que está num grande momento, uma atenção especial na parte física e está tudo resolvido. Mas não largaria os estudos da universidade de jeito nenhum, ainda mais nos EUA, oportunidade de ouro que tem também o tênis Universitário. Conciliar tudo, seguir na carreira com confiança e segurança. Parabéns ao garoto pela belíssima campanha, inclusive com direito a recorde sobre Djokovic e Alcaraz na ATP.

Tadeu
5 meses atrás
Responder para  JBG

Que recorde? Alcaraz ganhou com 15 assim como Nadal. Djokovic com 16. Que recorde?

JBG
JBG
5 meses atrás
Responder para  Tadeu

Fonseca supera Djokovic e Alcaraz e entra no top 5 em marca da ATP.

João Fonseca segue quebrando marcas de precocidade no circuito mundial com sua campanha no Rio Open e se tornou, na noite desta quinta-feira, o quinto mais jovem a fazer quartas de final de um ATP desde 2000.

O brasileiro atingiu esta fase ao bater o chileno Cristian Garin por um duplo 6/4 aos 17 anos e 6 meses. O mais precoce a obter tal marca é Rafael Nadal com 17 anos e 1 mês em Bastad, na Suécia, e umag, na Croácia, ambos em 2003. Em seguida vem Alexander Zverev com 17 anos e dois meses em 2014 em Hamburgo, na Alemanha, o russo Karen Khachanov em Moscou, na Rússia, em 2013, com 17 anos e quatro meses e Kei Nishikori, com 17 anos e seis meses, em Indian Wells. Todos os citados acima foram ou ainda estão no top 10.

Fonseca supera números de Novak Djokovic que atingiu sua primeira quartas em janeiro de 2006 em Zagreb, na Croácia, quando tinha 18 anos e sete meses, e Carlos Alcaraz que atingiu quartas com Marbella, na Espanha, em abril de 2021 quando tunha perto dos 18 anos.

Roger Federer, outra lenda do tênis, atingiu quartas de um ATP em 1998 com 17 anos e quase dois meses em Toulouse, na França.

Entre os brasileiros ele superou Gustavo Kuerten que era o mais jovem em Umag em 1996 com 19 anos e 10 meses. O mais jovem brasileiro campeão de um ATP foi Thiago Wild com 19 anos e 11 meses em Santiago, no Chile, em 2020.

Fonte: Tênis News

Última edição 5 meses atrás by JBG
Albert
Albert
5 meses atrás

Que pena. Com um pouco de sorte poderíamos ter tres brasileiros nas semis. E acabamos com tres argentinos! Mas os brazucas estão de parabéns. O João foi uma grata surpresa. Cansou. Mas está no caminho certo.

Thiago
Thiago
5 meses atrás
Responder para  Albert

Rapaz… com muita sorte, conseguimos quase um milagre de 3 nas quartas! Imagina 3 nas semis! Fonsceca nas semis seria o mais óbvio, mas não perdeu pra nenhum pangaré. O físico evoluiu muito, mas apitou. Normal. Segue o jogo.

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
5 meses atrás

O físico apitou ainda no segundo set.
Em sua evolução, que se inicia de forma mais contundente a partir de agora, não só o físico que é o principal de todo atleta, mas a tática também precisa ser revista. Tamanha intensidade ainda no set inicial, diante de um fator climático que exige muito – foram várias trocas de camisas – deveria ser mais dosada. O saque ainda é uma arma de pouca contundência.
Mas são apenas 17 anos. Terá um universo de possibilidades para evoluir.

Vanessa
Vanessa
5 meses atrás

Questão de detalhes… João, claramente, ganhou casca por conta desse torneio. Sem fazer comparações, porém, me lembrou o Alcatraz no seu primeiro Us Open onde veio arrasando nas primeiras rodadas e, infelizmente, o físico o traio. No ano seguinte voltou fisicamente “maior” e levou o caneco. Ou até mesmo o Sinner que por muito tempo sofreu com o físico que não o deixava passar de determinada rodada nos campeonatos. João ainda está desenvolvendo o físico e com o potencial que tem, acredito que irá se adaptar melhor para os próximos campeonatos ainda neste ano. Vamos!!!

Tadeu
5 meses atrás
Responder para  Vanessa

Nunca compare Thiago Fernandes e Fonseca a Alcaraz. E completamente sem nexo. Compare a um Top20 como Garin e Jarry e terá mais êxito

Vanessa
Vanessa
4 meses atrás
Responder para  Tadeu

Falando sobre as épocas que fiz a comparação, faz todo o sentido, visto que o Alcaraz tinha 17 anos quando jogou o Us Open mencionado, se você acompanhou esse torneio sabe do que estou falando. Sendo assim, a comparação é válida, visto que é necessário “trabalhar” o físico para aguentar o circuito profissional. Caso não tenha assistido, sugiro não falar nada sobre o assunto, pois não teria sentido.

Última edição 4 meses atrás by Vanessa
Matheus Ferreira
Matheus Ferreira
5 meses atrás

Dá gosto de ver esse garoto jogar,se não fosse o físico teria varrido esse argentino,uma excelente semana do nosso futuro número 1 do Brasil,e diga se de passagem muito melhor que o Wild.

Dennis Silva
Dennis Silva
5 meses atrás

Esse jovem vai longe. Mostrou que tem várias armas. Será nosso melhor brasileiro no tênis atual. Só precisar aprimorar a parte física haja vista que os jogos com melhores do ranking exigirá muitooooo mais da parte física. Tem só 17 anos e muito a evoluir. Esse vai dar alegria junto com a Bia

Sabino Sabenada
Sabino Sabenada
5 meses atrás

Pareceu ter relaxado um pouco demais quando teve a segunda quebra no segundo set. Deve ter pensado que o jogo estava sob controle.
Se tivesse se esforçado mais pra confirmar seu serviço, não teria deixado o jogo ir pro terceiro set.

Vacilou, dançou.

JONY MARCIO SANTOS
JONY MARCIO SANTOS
5 meses atrás

Acaba de receber convite pro ATP de Santiago. Excelente.

Refaelov
Refaelov
5 meses atrás

Analisando a semana: obviamente o resultado do João foi sensacional e completamente fora da curva, mostrou por A + B q já tem peso de peso mais q o suficiente pra jogar contra o top 100..

Pra mim só fica uma pontinha de frustração em função do adversário dele nessas QFs, Navone é um cara bem competente no nível CHL, teve um segundo semestre de 2023 sensacional(n a toa vai sair desse Rio Open no top 100) mas, inegavelmente, é um cara com beeem menos recursos q os adversários das rodadas passadas..

E sobretudo pelo peso q essas SF teriam pro João em termos de ranking: estaria virtualmente garantido no Qualy de RG.. agora vai ter q brilhar em alguns CHL pra chegar à mesma condição..

A ver ao final do semestre a decisão q tomara acerca do College nos USA, entendo a posição de quem defende mas, em se pensando num jogador q pode ambicionar o topo da pirâmide do tênis, o ir pro College é basicamente abandonar essa possibilidade e é só avaliar o histórico pregresso dos atletas oriundos de lá pra confirmar isso..

Última edição 5 meses atrás by Refaelov

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