Las Vegas (EUA) – Sem vencer um título desde a conquista de Wimbledon no ano passado, o espanhol Carlos Alcaraz vem sofrendo alguma pressão pelo jejum, algo que para o treinador Juan Carlos Ferrero não se justifica. Em entrevista ao Marca, o técnico do atual número 2 do mundo disse que vê com normalidade o período de baixa, principalmente se tratando de um jogador de apenas 20 anos.
“Ele vem conseguindo bons resultados. O torneio de Cincinnati foi uma pena porque estávamos a um ponto de distância. No US Open, ele chegou às semifinais. Quando você joga com gente tão boa é difícil vencer todos os torneios. Para jogadores muito bons é importante alcançar os resultados que se colocam”, disse Ferrero, lembrando do vice em Cincy contra o sérvio Novak Djokovic,
“Claro que Carlos quer vencer, mas eu o vejo bem, não o vejo com qualquer tipo de desejo, e isso é muito importante. Ele não tem o estresse de querer vencer a qualquer custo, quer fazer as coisas bem e quer melhorar em todos os aspectos que puder. E isso aos 20 anos é muito. Os objetivos estão aí, para todo torneio que vai o objetivo é fazer um bom resultado. E se ele estiver bem fisicamente, um ótimo resultado para ele é ser campeão”, acrescentou o treinador.
Ferrero sabe que jogadores do potencial de Alcaraz precisam pensar em ser campeões sempre, mas também têm que saber administrar as expectativas, ainda mais quando são jovens. “Quando você não consegue, tem que saber administrar e sair igualmente motivado. Estude o que aconteceu e pronto, não pode perder a confiança se for a um torneio e não ganhar. O tênis é muito difícil e num ano você ganha seis títulos, como já aconteceu, e no próximo dois. Nem todo ano você consegue vencer seis ou sete torneios e isso não significa que será um fracasso”, observou.
Apesar de trabalhar com Alcaraz para conquistar o máximo possível de títulos, Ferrero vê com normalidade não vencer tudo. “Não podemos chamar isso de fracasso. Há muitas coisas positivas em um ano, mesmo que você tenha ganhado menos. Você pode ter evoluído em aspectos que podem ser úteis para o futuro. É onde estamos. O mais importante é que ele esteja feliz, que treine bem, que fique feliz e a partir daí gere um bom tênis, que é o que ele adora”, finalizou o técnico.
Ele mesmo se colocou essa pressão quando disse que mirava os recordes de Djokovic. Como não consegue vencer nem um atp 250? Falou demais e está fazendo de menos.