As exigências do tênis profissional mudaram drasticamente nas últimas duas décadas. Antes baseado principalmente em talento e técnica, o jogo se transformou em uma batalha fisicamente intensa que exige níveis elevados de resistência, força, velocidade e prevenção de lesões. Os principais jogadores de hoje são treinados mais como atletas de elite do atletismo do que como praticantes tradicionais de esportes com raquete. À medida que o tênis atrai mais públicos globais e se integra a formatos de entretenimento como transmissões ao vivo e jogos de apostas, a pressão física por desempenho constante só aumentou.
Por que a preparação física é mais importante do que nunca
As partidas modernas de tênis podem durar várias horas, com trocas rápidas, mudanças de direção constantes e ralis explosivos que testam os limites físicos dos jogadores. Diferente do passado, quando um golpe forte podia decidir o jogo, os atletas de hoje precisam estar fisicamente preparados para manter alta intensidade durante toda a partida.
Jogadores como Novak Djokovic, Iga Swiatek e Carlos Alcaraz são frequentemente elogiados por sua velocidade, flexibilidade e recuperação. Essas qualidades não são apenas dons naturais. Elas são o resultado de programas de treinamento rigorosos que combinam trabalho de força, agilidade, resistência, mobilidade e nutrição personalizada.
Para jogadores brasileiros, isso significa investir não apenas em técnica, mas também em uma equipe de apoio que inclui preparadores físicos, fisioterapeutas e analistas de desempenho. Sem essa base, o talento por si só já não é suficiente para alcançar os níveis mais altos. O padrão global aumentou, e a preparação física se tornou parte fundamental desse avanço.
Treinar com inteligência, não apenas com intensidade
Ficaram para trás os dias em que corrida de longa distância e musculação básica eram suficientes. A preparação física atual no tênis é altamente personalizada. Técnicos de desempenho no Brasil estão utilizando abordagens baseadas em dados para monitorar fadiga, controlar carga de treino e prevenir lesões.
Câmeras de alta velocidade, sensores vestíveis e plataformas de força estão sendo usados para avaliar movimento, deslocamento e potência. Rotinas de mobilidade fazem parte dos treinos diários, focando na saúde articular e na prevenção de lesões. Por exemplo, o trabalho de mobilidade nos ombros é essencial para jogadores com saque potente, enquanto a força nos quadris é fundamental para quem desliza frequentemente no saibro.
A recuperação também se tornou uma ciência. Banhos de gelo, terapias de compressão e até monitoramento do sono são utilizados para garantir que os atletas se mantenham em alto nível durante torneios. Jogadores brasileiros que competem em circuitos internacionais enfrentam desafios como longas viagens e fusos horários diferentes, o que torna as estratégias de recuperação ainda mais essenciais.
Jogadores brasileiros adotando o novo padrão
O tênis brasileiro tradicionalmente produziu atletas com talento e forte desempenho em quadras de saibro. Mas, à medida que o jogo evolui, os novos talentos do país começam a combinar desenvolvimento técnico com preparação física de ponta.
Jogadores que treinam em instituições avançadas já incorporam regimes modernos de condicionamento desde a base. Atletas juvenis passam por avaliações físicas com frequência e aprendem desde cedo a cuidar do próprio corpo dentro e fora da quadra.
Alguns profissionais brasileiros já estão dando o exemplo. Beatriz Haddad Maia, por exemplo, atribui sua ascensão no ranking da WTA à melhora na parte física e a uma abordagem mais profissional quanto à recuperação e aos treinos. Sua resistência em partidas longas e consistência em quadras duras refletem esse novo foco na preparação.
À medida que mais jogadores brasileiros reconhecem a importância do condicionamento físico para alcançar o topo, o futuro do tênis nacional pode ser definido não apenas pela técnica, mas também pela excelência física.