Apesar da falta de ritmo, Djokovic destaca intensidade dos treinos

Foto: Pete Staples/USTA

Nova York (EUA) – Tetracampeão do US Open, Novak Djokovic não disputou torneios preparatórios para o último Grand Slam da temporada e chega a Nova York tendo atuado pela última vez em Wimbledon, onde chegou à semifinal. Aos 38 anos, o sérvio conta que aproveitou o período fora das competições para passar mais tempo com a família, mas destacou a intensidade dos treinos das últimas semanas.

Djokovic já estreia no próximo domingo, às 20h (de Brasília) contra o jovem norte-americano Learner Tien, canhoto de 19 anos e 48º do ranking. O vencedor pode enfrentar o norte-americano Zachary Svajda ou húngaro Zsombor Piros, ambos vindos do qualificatório.

“Em termos de partidas, é verdade que não joguei nada desde Wimbledon, mas treinei muito nas últimas três ou quatro semanas”, disse Djokovic, na coletiva de imprensa desta sexta-feira. “Decidi não disputar torneios porque queria passar mais tempo com minha família. E, para ser sincero, acho que já conquistei o direito e tenho o luxo de escolher onde quero estar e o que quero jogar”.

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O atual número 7 do mundo também comentou sobre o atual calendário da ATP, especialmente os Masters 1000 de duas semanas, que considera excessivamente longos. “Para ser bem franco, já não gosto mais desses Masters de duas semanas. São muito longos para mim. Meu foco hoje está nos Grand Slams, sempre foram os torneios que mais me motivaram. Não estou mais perseguindo ranking ou pontos. Hoje penso em onde encontro motivação e alegria para jogar e os Slams são esses torneios”.

Ao mesmo tempo, o sérvio mostrou frustração com a dificuldade de mudanças no calendário: “Não vejo como isso vai mudar. Os contratos são muito sólidos, de 30 anos, pelo que entendo. Muitos jogadores de ponta são contra esses eventos longos, mas quando é hora de realmente se envolver nas negociações e nas decisões, não há participação suficiente. Eu já estive muitas vezes nesse lugar e sei que é difícil, mas necessário se quisermos contribuir para as próximas gerações”.

Rivalidade entre Sinner e Alcaraz

O vencedor de 24 títulos de Grand Slam também foi perguntado sobre a ascensão de Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, que vêm protagonizando a principal rivalidade do circuito. “Acho que a rivalidade entre eles é incrível. O que fizeram nos últimos dois anos é notável, especialmente este ano, com finais em Roland Garros, Wimbledon e outros torneios. Para o nosso esporte, é fantástico. O tênis sempre viveu de grandes rivalidades, como em outros esportes individuais, e essa é sem dúvida a maior que temos hoje. Parece que vai continuar assim por bastante tempo”.

Djokovic ainda brincou sobre a possibilidade de um “terceiro elemento” entrar nessa disputa: “Sempre há espaço para outro jovem desafiar os dois. O Rune já esteve perto, o Fonseca está chegando. Eu me identifico com o terceiro jogador, porque já estive nessa posição com Federer e Nadal. Então quero ver alguém aparecer nesse lugar (risos)”.

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Paulo Almeida
Paulo Almeida
1 mês atrás

Com certeza conquistou esse direito, mas é aquele negócio: os fãs querem ver cada segundo dos seus últimos momentos no circuito. E que sejam eternos enquanto durem!

Jonas
Jonas
1 mês atrás

Estamos presenciando os últimos passos do maior tenista de todos os tempos. Quem não é hater do sérvio e gosta do esporte, está tendo um grande privilégio de assistir. Como falei há um tempo, espero que ele não se despeça de forma vexatória, como ocorreu com o Federer. Murray é outro que ficou se arrastando… por anos.

A verdade é que o Djokovic joga ainda um tênis de alto nível, melhor do que Nadal, Federer e Murray jogavam entre 36-38 anos, por isso está no top 10 e pontuou bem na temporada até aqui, mesmo escolhendo onde e quando quer jogar.

É possível que ele faça bons jogos nesse US Open, mas pensar em título é uma loucura nesse momento, visto que diversos fatores pesam contra ele. Djokovic não joga oficialmente desde Wimbledon e está sem ritmo, pegou uma chave em tese complicada e não tem tido físico pra aguentar as fases finais, devido à idade bem avançada. Pra mim o favorito é o Sinner, seguido de perto pelo Alcaraz. Agora Zverev, Fritz, Draper… talvez tenham chances até parecidas com as do sérvio.

RODRIGO
RODRIGO
1 mês atrás
Responder para  Jonas

Sim. Em 2017 , ano em que que completou 36 anos, Roger Federer só ganhou o Australian Open, Wimbledon, Miami, Indian Wells… Acho que “vexatório” é fazer o comentário que você fez…

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
1 mês atrás
Responder para  RODRIGO

Djoko com 36 venceu 3 slam, 1 atp finals, 2 masters 1000 e 1 atp 250

João Silva
João Silva
1 mês atrás

Era bom ter jogado um 250, 500 antes.. vai ser difícil. Mas pensando que o Sinner tem a saúde frágil e o Alcaraz as vezes oscila, perdendo sets, tudo é possível.

Tom França
Tom França
1 mês atrás

Djokovic não precisa provar mais nada pra ninguém! Chegou em um nível , de jogar mais por diversão do que por posição, como ele bem disse. O mais legal é ele citar sempre o Fonseca, como uma realidade, e não mais uma promessa. Um país continental que menospreza o esporte pela arte, nunca vai grandes jogadores de destaque. Quando cada um faz por si, o país fica do tamanho do menor país do mundo. Não que a arte não seja importante, mas ela não pode sobrepujar aquilo que é mais saudável, para o corpo e para a mente. A arte é um importante instrumento terapêutico que complementa o dia a dia do cidadão, mas jamais pode ser comparada aos benefícios que o esporte possibilita, para o ser humano.

JClaudio
JClaudio
1 mês atrás
Responder para  Tom França

” A arte existe, porque a vida não basta”

Pedro
Pedro
1 mês atrás
Responder para  Tom França

Você acredita mesmo que o problema de investimento no esporte no Brasil é por culpa da arte? Que país você vive?

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