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Aliassime fala da importância do Prêmio Arthur Ashe

Felix Auger-Aliassime (FAAPointsForChange – BNP Paribas)

Ganhador do Prêmio Humanitário Arthur Ashe, o canadense Félix Auger-Aliassime comenta por que retribuir é importante para ele, em conversa com Andrew Eichenholz para a ATP.

“Quando me disseram que receberia o Prêmio Humanitário Arthur Ashe 2023, fiquei surpreso. Foi uma ótima notícia. Ouvi falar do legado de Arthur Ashe pela primeira vez quando tinha 16 anos e desde então aprendi muito mais sobre o impacto que ele causou. Respeito imensamente o que ele fez. Quando ele era tenista profissional, havia coisas muito mais importantes acontecendo nos Estados Unidos, incluindo a luta pela igualdade de direitos. Acho que ele teve um papel importante, como muitos outros atletas, artistas, atores e políticos conhecidos. Ele serviu e ajudou muitas pessoas”, comentou o jovem de 23 anos.

“Estamos em um momento melhor no mundo, mas ainda vemos muitos problemas. Acho que a principal coisa a lembrar é que ser humanitário é estar presente para outros seres humanos. Trata-se de trabalhar com pessoas. Muitos estão sofrendo e precisam de ajuda. Posso ajudar de alguma forma? Posso dar-lhes esperança? Posso ajudá-los a sonhar com um futuro melhor? Acho que para mim é isso que significa ser humanitário, e isso é algo que Arthur mostrou repetidas vezes. É realmente sobre as pessoas”, acrescentou o atual nº 29 do mundo.

“Fico feliz por ser reconhecido não apenas pelo que faço como tenista, mas como pessoa. O meu pai, Sam, cresceu no Togo, um país do terceiro mundo, onde não teve muitas oportunidades na educação ou no acesso ao esporte. Quando ele se mudou para o Canadá, sempre foi importante para ele retribuir à sua família e a outras pessoas que conhecia no Togo. Ele sempre contava histórias para nossa família sobre seu tempo lá e a falta de recursos com que as famílias lutam. É claro que quando você é criança você realmente não entende, mas quando você cresce, isso faz sentido.”

Há três anos, Auger-Aliassime se associou ao BNP Paribas para criar o programa #FAAPointsForChange. “Por cada ponto que ganhei desde o início da temporada 2020, 20 dólares foram doados à EduChange, que foi criada pela ONG CARE para ajudar crianças na região de Kara, no Togo. Os fundos ajudaram a criar grupos de apoio educativo, forneceram kits escolares e formação profissional, materiais didáticos para escolas e permitir às crianças o acesso à educação e ao esporte. Ganhei 19.956 pontos desde o início de 2020, então cerca de US$ 400 mil foram destinados à causa, ajudando mais de 2.500 crianças.”

Félix não pôde visitar o Togo no início do programa por causa da pandemia, mas em dezembro passado, passou duas semanas lá. “Imediatamente, fiquei muito impressionado com o espírito das pessoas. Com o pouco que têm materialmente, as crianças sempre encontram formas de se divertir. Elas ficam muito entusiasmados com coisas pequenas como uma bola de futebol e sempre fazem tudo com um grande sorriso no rosto. Todos passam por momentos difíceis, mas apesar de tudo mantêm o bom humor”, contou. “A recepção que me deram ficará comigo por muito tempo. Muitas das crianças criaram os seus próprios chapéus nos quais escreveram coisas como “Merci, Mr. Aliassime”. Pude ver o quanto os suprimentos têm sido valiosos, desde mochilas até cadernos.” Recentemente, um orfanato foi reformado e ganhou uma biblioteca, computadores com acesso à internet e jogos de tabuleiro.

“As crianças apenas ouvem o nome Félix e ficam sabendo que um tenista as está ajudando. Mas estar fisicamente ali os aproximou do mundo em que vivemos. É encorajador ver o progresso que está sendo feito e que poderemos fazer a diferença na vida das pessoas, ajudando a proporcionar um futuro melhor. Sou grato por minha família ter se envolvido muito para ajudar a melhorar o projeto. Meu pai já viajou várias vezes para o Togo e estava lá quando me disseram que receberia este prêmio. É ótimo ter o apoio da minha família.”

No início deste ano, Félix se tornou porta-voz da campanha “Grow Beyond” da Fundação CHU Sainte-Justine, o braço beneficente do hospital onde ele nasceu. A instalação se concentra na medicina pediátrica, apoiando crianças e suas famílias. “Foi uma honra ser convidado porque as pessoas envolvidas nela são muito conhecidas em Quebec.” O tenista visitou o hospital no início deste ano. A fundação quer arrecadar US$ 500 milhões com a campanha para se modernizar.

“Quero fazer a minha parte para ajudar a que isso aconteça”, afirmou. “Às vezes, essas pessoas não sentem que são ouvidas. Elas não se sentem valorizadas ou importantes. Para mim, retribuir é uma forma de dizer a elas que suas vidas são tão importantes quanto a minha e a de todos os outros. Em última análise, o objetivo é que um dia as pessoas que recebem ajuda estejam numa posição em que não precisem mais dela e possam ajudar outras pessoas. Esse é um ciclo lindo que queremos ver ao nosso redor. Quer seja apenas no nosso bairro, na nossa cidade, no nosso país, no nosso mundo, são apenas pessoas que se ajudam umas às outras para elevar todos a alturas maiores.”

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