Ainda jovens, Iga e Alcaraz seguem caminho de lendas

Foto: Corinne Dubreuil/FFT

A edição de 2024 coroou dois jovens campeões. Carlos Alcaraz, de 21 anos, e Iga Swiatek, de 23, ambos já experientes quando o assunto é conquistar um Grand Slam. Foi o terceiro para o espanhol e o quinto da polonesa, que conquistou também o tetra em Paris. Pela idade e o momento de ambos nos respectivos circuitos, algumas marcas estabelecidas por lendas do esporte ficam cada vez mais plausíveis tanto para Iga quanto para Carlitos.

A conquista de Roland Garros é ainda mais especial para Alcaraz se considerarmos o que vinha sendo seu ano até aqui, com uma torção no tornozelo durante o Rio Open, outra lesão no braço direito no início da temporada de saibro e que limitou seu calendário de preparação para o segundo Grand Slam da temporada. O espanhol chegou a Paris cercado de desconfiança em seu próprio forehand, um dos principais atributos de seu jogo. Declarou ter superado os problemas ainda na primeira semana de jogos.

Roland Garros também é o torneio favorito de Alcaraz, que assistia aos jogos pela TV depois de voltar da escola. Quando derrotou Jannik Sinner na semifinal e garantiu vaga na decisão, reiterou o desejo de marcar seu nome na história do evento que foi dominado por Nadal e que tantos outros espanhóis, inclusive seu treinador Juan Carlos Ferrero, também brilharam. Toda essa motivação, confiança, força mental e a letalidade para aproveitar as chances que teve foram decisivos nas vitórias contra Sinner na semi e também diante do alemão Alexander Zverev, ambas definidas no quinto set.

Só falta o Australian Open para Alcaraz
Foto: Corinne Dubreuil/FFT

Também campeão do US Open em 2022 e de Wimbledon no ano passado, Alcaraz fez história no último domingo ao se tornar o jogador mais jovem a conquistar troféus de Grand Slam em três pisos diferentes. Seu ídolo, Rafael Nadal, era o detentor dessa marca desde seu primeiro título no do Australian Open em 2009.

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Resta apenas o Australian Open para que Alcaraz conquiste o raro Career Slam, algo que apenas oito jogadores conseguiram na história do tênis masculino (Fred Perry, Don Budge, Roy Emerson, Rod Laver, Andre Agassi, Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic). O espanhol só disputou a chave principal de Melbourne três vezes e fez sua melhor campanha este ano, quando chegou às quartas.

O Grand Slam australiano tem sido dominado por Djokovic, decacampeão, que completou 37 anos em maio e passou por cirurgia no joelho na semana passada. E mesmo que o sérvio possa retornar ao evento nos próximos anos, e sempre como candidato ao título, Alcaraz terá ainda um longo período para tentar buscar o último Slam que falta.

Iga se aproxima das recordistas no saibro
Foto: Corinne Dubreuil/FFT

Na chave feminina, Iga Swiatek manteve o domínio no saibro, confirmando o amplo favoritismo construído por seus títulos anteriores em Paris e pelas conquistas dos dois principais torneios preparatórios, os WTA 1000 de Roma e Madri. Com 23 anos recém-completados, a polonesa igualou as quatro conquistas de Justine Henin, que dominou o saibro nos anos 2000. Os seis títulos de Steffi Graf e os sete de Chris Evert também já estão ao alcance da polonesa. Ela e sua psicóloga Daria Abramowicz falaram após a conquista em Paris sobre o trabalho de administrar as expectativas e lidar com o favoritismo durante seu torneio mais forte na temporada.

Um outro fator que dá muita confiança para que Iga possa ampliar seu reinado no saibro e buscar novos recordes: A disposição para corrigir pontos fracos em seu jogo. Ela já havia feito isso no começo de 2022, quando trouxe o técnico Tomasz Wiktorowski buscando alternativas para se tornar mais agressiva e ser competitiva contra adversárias como Maria Sakkari e Aryna Sabalenka, contra quem tinha mais dificuldade pelo estilo de jogo e potência nos golpes. Hoje, já joga de forma muito diferente do que apresentava em sua primeira conquista em Paris em outubro de 2020.

A breve perda da liderança do ranking para Sabalenka no ano passado despertou a polonesa para necessidade de melhorar o jogo de rede e trazer mais repertório, ela declarou. A derrota para Linda Noskova na terceira rodada no Australian Open a fez ter mais atenção às devoluções. E nas últimas semanas, tem alterado a mecânica do saque, em busca de um serviço mais veloz e com mais opções. Vimos em Roland Garros uma Iga muito mais segura nos games de saque, especialmente depois da virada sobre Naomi Osaka na segunda rodada, que ela mesma reconheceu ter dado muita confiança.

Se Iga Swiatek já tem tantas conquistas com essa idade: cinco Grand Slam, 4 Roland Garros, 22 títulos no circuito e mais de 100 semanas na liderança do ranking com os atuais 3.700 pontos de vantagem e dando ‘pneu’ em todo mundo, imagina quando todas as atualizações de seu jogo estiverem em pleno funcionamento? Dá para pensar em feitos muito grandes para ela…

Coco termina Paris ‘on a high note’
Coco Gauff e Katerina Siniakova (Foto: Cédric Lecocq/FFT)

Campeã de duplas em Paris, Coco Gauff conseguiu terminar o torneio ‘on a high note’ como dizem os analistas de esportes americanos. Passada toda a frustração e o bloqueio pela derrota para Iga Swiatek na semifinal, quando simplesmente não conseguiu jogar, a jogadora de 20 anos conseguiu se recompor nos dias finais de Roland Garros e conquistou o título ao lado da tcheca Katerina Siniakova. É o segunfo Slam para Gauff, que já tem o US Open em simples, enquanto Siniakova chega ao oitavo título e o primeiro sem a habitual parceira, Barbora Krejcikova.

Gauff consegue finalizar o torneio com sensações melhores do que se tivesse apenas atuado em simples e tivesse que digerir uma resultado negativo e uma atuação abaixo das próprias expectativas por muito tempo. Ela também inícia a semana com o melhor ranking da carreira em simples, o segundo lugar, e que premia sua regularidade no circuito desde o segundo semestre do ano passado. Preparada desde cedo para ser uma campeã, o que já é, resta agora trabalhar no próprio jogo e administrar as expectativas e frustrações. Especialmente quando tiver uma uma Iga no meio do caminho.

12 Comentários
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Flávio
Flávio
3 meses atrás

Vai me desculpar meu caro Mestre,Dalcin, mas sobre a Iga acho precipitado ou exagero em falar que ela caminha a passos de lendas porque ela não é gênio, pode virar desde que evolua tecnicamente, pois gênio foi Navratilova, Steffi Graff, Court e também a Serena que não era tão brilhante como essas,só que ela tinha uma habilidade no saque que era extraordinário que é diferente da Iga que acho mais eficiente no segundo saque principalmente no saibro, agora é verdade que ela domina o saibro por mérito, mas é bom lembrar que o tênis feminino atual esta limitadíssimo e vejo que a Iga joga de maneira muito burocrática, lógico se ela evoluir tecnicamente pode sim explodir no tênis e dominar todas as quadras, mas no momento só deve dominar o saibro porque lá o seu estilo de jogo a ajuda,agora lhe faço uma pergunta você acredita que ela vai evoluir mesmo tecnicamente? Eu espero que sim e apresentar um pouco de jogo vistoso, mas eu acho muito difícil ela evoluir tecnicamente, pois o seu estilo é esse de jogar só na pancadaria de fundo de quadra que esta dando certo, principalmente no saibro, porque suas adversárias ,maioria, são frágeis fisicamente, em relação a Alcaraz, que joga muito porque tem muita qualidade técnica mesmo muito novo , também acho precipitado dizer onde pode chegar, pois o tênis masculino é muito competitivo e não sabemos como o corpo dele irá reagir em outros desafios, mas que ele tem potencial isso ele tem. Grande abraço.

José Nilton Dalcim
Admin
3 meses atrás
Responder para  Flávio

Então você acha que Navratilova já era ‘lenda’ aos 23 anos? Dá uma olhada no currículo dela. Ou mesmo a Chris? A Graf com 23 anos tinha ‘apenas’ dois Roland Garros. Negar que Swiatek tem o potencial de marcar números incríveis no saibro ou no tênis é não entender como o circuito feminino funciona, Flávio. Acho que você poderia parar de fazer tantas críticas infundadas à polonesa e se dedicar a elogiar as outras ótimas tenistas em atividade ou quem sabe tratar apenas do tênis masculino.

Paulo Justos
Paulo Justos
3 meses atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Isto é paixão e das fortes. Não consegue tirar a Iga do pensamento.

Muito bom texto. Temos que apreciar os tenistas em seu tempo porque depois que passa só fica a história.

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  Paulo Justos

Paulo entendeu o que eu disse? Se não entendeu releia, pois o que falei é que o jogo do tênis feminino, no momento, esta limitado e vc viu isso no RG,ou vai negar isso? Não desmereci o favoritismo da polonesa e sempre disse que ali era o habitat dela pelo seu estilo de jogo que era mérito dela só que apresenta um tênis limitado e não acredito que ela possa mudar se mudar aí analiso de outra forma ,até a Dadá disse isso que já´esta na hora dela evoluir, agora tirando Osaka x Iga que me surpreendeu pela entrega não teve outro jogo delas que teve um grande impacto, agora será que falar isso que foi visto é errado? Acorda cara e entenda uma simples mensagem.

William
William
3 meses atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Esse Flávio deve ser apaixonado pela Sabalenka….Kkkkkk. Ele é igual o Meligeni que sempre tenta falar algo contra o jogo da Iga e a favor da russa. Pela lógica desses dois, a Iga não joga nada..tem sorte. Ah, detalhe. Iga tem mais prêmios de quadra dura que 90 % do circuito…dúvida? Veja aí qtas da atualidade tem master de Miami e US Open. O cara tem problemas, só pode..

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  William

É minha opinião cara, e tem muitos aí que eu vi, inclusive de mulheres desmotivadas com o tênis feminino e você quer o que,que elas neguem também, então se eu gosto ou não da Sabalenka é um direito de cada um ou não pode preferir algo? Agora eu nunca desmereci os títulos da polonesa e esta registrado aqui e sempre disse que ela é vencedora, apenas disse que o seu estilo de jogo ´é limitado com quase nula variação parece que vc não quer ver,mas se não quer é direito seu e também disse que o tênis feminino atual esta limitado e o RG provou isso aí, só que vc vai quer brigar com as imagens?

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Se você pensa diferente ok faz parte meu caro mestre, mas o tênis feminino esta limitado e o RG provou isso aí e nisso não tem como negar o que é mostrado, infelizmente no momento é a realidade .Abraço.

Luis Ricardo
Luis Ricardo
3 meses atrás

Dalcim , obvio que tinha que aparecer pra encher uma pagina de barbaridades como sempre o faz , vc não pode dar uma cancelada pelo menos por um tempo , meu deus !!!

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  Luis Ricardo

Luiz agindo assim mostra como é antidemocrático, aliás, não respeita opiniões contrárias ou não aceita e já percebi que a contradição fere o seu orgulho e li comentários seus agindo assim em comentários de mulheres, demonstrando a sua hipocrisia além de possuir argumentos fracos ou vazios porque não consegue sustentar seu ponto de vista aí utiliza palavras incoerentes, pois tenta cria factoide porque eu não ofendi ninguém apenas falo de um estilo de jogo porque sei que isso é errado aí vc quer usar o único método fraco que possui que é o ataque através de pressão e não é assim que vai conseguir mudar argumentos, se quer criar fato novo apresente argumentos, pois já disse discordâncias de A ou B fazem parte agora sugerir cancelamento mostra como você é pequeno, insensato, antidemocrático e medíocre, quer saber aprenda a viver com a contradição pra alguém de levar a sério.

Edward
Edward
3 meses atrás

Engraçado que não foi nem o Dalcim que escreveu o texto.

Oswaldo Euclydes Aranha
Oswaldo Euclydes Aranha
3 meses atrás

Volto a bater na tecla, por que ficam dando destaque ao Alcaraz e deixam o Sinner à margem; como alguém já destacou no blog querem empurrar o Alcaraz goela abaixo

Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.

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