“Em certo sentido, eu sou meu próprio ídolo”, afirma Medvedev

Moscou (Rússia) – Um dos jogadores mais diferentes do circuito atual por seu comportamento dentro de quadra, o russo Daniil Medvedev também mostrou ter ideias inusitadas fora dela. Em entrevista à mídia russa MAIS!, ele deu uma resposta interessante ao ser questionado sobre um vídeo do compatriota Andrey Rublev, no qual fala que era mais feliz quando figurava entre os 400 do mundo que no top 10.

“Não importa se eu me torno um jogador top 10 ou não, eu ainda sou Daniil Medvedev. Em certo sentido, eu sou meu próprio ídolo. Idolatrar outra pessoa? Eu diria: ‘viva como você vive, aconteça o que acontecer’. No final, tudo correu muito bem e estou feliz com isso. Então não haveria nenhuma mensagem para dar, apenas viva e siga em frente”, afirmou o atual número 5 do mundo.

As dificuldades desta temporada e os problemas nos ombros também foram assunto para o russo. “Em relação ao meu ombro, todos os tenistas têm alguma dor no ombro ou no cotovelo. Meu ombro doía muito, não conseguia treinar bem o saque e às vezes isso afetava minhas partidas. Depois de Roma consegui treinar o saque novamente e acho que está muito melhor agora do que no início deste ano”, contou.

Apesar de não vencer títulos, temporada é positiva

Embora não tenha levantado uma taça sequer em 2024, o russo vê a temporada com bons olhos. “Este ano também será especial, apesar de não ter conquistado nenhum título. Houve muitos momentos bons e muitos ruins também. Será um ano especial, mas não ruim. Provavelmente terminarei o ano como o número 4 do mundo e acho ótimo, mesmo que você sempre queira mais”, comentou Medvedev.

Para ele, as temporadas de 2021 e 2023 foram as melhores da carreira até então. “Em 2021 conquistei o US Open, mas fora dos Grand Slams, 2023 foi o melhor ano, com muitos resultados incríveis. Fui campeão em Roma e cheguei a fazer cinco finais consecutivas. Acho que se voltar mentalmente para 2019 ou 2020, nem me lembro das vitórias ou dos títulos”, falou o tenista de 28 anos.

“Acho que o momento mais difícil foram os Jogos Olímpicos e a mudança do saibro para o piso duro. O Australian Open foi uma loucura. Eu poderia ter perdido na segunda rodada, nas quartas de final e deveria ter perdido nas semifinais. Milagrosamente cheguei à final e até joguei bem naquela partida, mas estava exausto e o Jannik (Sinner) jogou muito bem, algo que ele continua fazendo hoje”, disse Medvedev, relembrando o ano.

Sem arrependimentos com participação olímpica

Medvedev garantiu que mesmo caindo cedo nos Jogos de Paris, não teria mudado sua agenda. “Não me arrependo nem um pouco, sabia por que estava tomando essa decisão. Primeiro, para mim os Jogos Olímpicos são importantes. Segundo, eles acontecem a cada quatro anos. Gostei muito de Tóquio e gostei muito de Paris. Sim, gostaria de ter jogado muito melhor, mas é saibro em Roland Garros, sofro lá”, observou o russo.

“Se falarmos da temporada, talvez eu pudesse ter me preparado melhor para a turnê em quadra dura, talvez pudesse ter jogado melhor em Montreal e em Cincinnati. Não consegui encontrar meu jogo lá e sempre é uma pena perder na primeira partida em dois torneios importantes, onde normalmente jogo bem, mas acontece”, analisou Medvedev.

O russo fez questão de reforçar seu comprometimento com os Jogos Olímpicos, uma competição especial para ele. “Se eu não tivesse ido para Paris, quem sabe (o que poderia ter acontecido), talvez não tivesse me lesionado treinando em quadra dura. Estou decepcionado com o resultado, mas é a cada quatro anos, então vou jogar”, finalizou.