Por Felipe Priante,
Da redação
A temporada do saibro vai chegando ao seu ápice, com a disputa dos Masters 1000 de Madri e Roma, com uma semana de intervalo e então fechando com Roland Garros. Este período do ano será crucial para as aspirações dos tenistas brasileiros que pretendem voltar ao saibro parisiense pouco mais de um mês depois para defender o país nos Jogos Olímpicos.
Embora ainda haja muitos pontos em disputa, algumas classificações estão praticamente certas. O Brasil deve contar com uma delegação de pelo menos três atletas no tênis, por enquanto todas no feminino. As paulistas Beatriz Haddad Maia, Luísa Stefani e Laura Pigossi, as duas últimas medalhistas de bronze em Tóquio nas duplas, têm tudo para conseguir a classificação.
Campeã panamericana no ano passado em Santiago, Pigossi precisa estar entre as 400 primeiras no ranking divulgado logo após a disputa de Roland Garros para carimbar seu passaporte para mais uma edição dos Jogos Olímpicos. A paulista de 29 anos atualmente é a 124ª colocada na WTA e tem quase 500 pontos de folga para a primeira fora do top 400.
Assim como a vaga de Laura praticamente está certa, o mesmo vale para Bia, que atualmente é a 14ª do mundo e mesmo que precise defender semi em Roland Garros, tem pontos de sobra para ficar em uma zona confortável e se classificar para os Jogos. Na “corrida para Paris”, que desconta os pontos defendidos pelos tenistas até depois de Roland Garros, a canhota paulista é a 22ª.
Mesmo que não vença mais jogos, Bia tem tudo para se manter no top 70, faixa que garantiu um lugar olímpico nas edições de Londres (2012), Rio (2016) e Tóquio (2020).
O mesmo vale para Stefani, que tem duas frentes para buscar mais uma medalha olímpica. A duplista paulistana pode entrar direto se estiver no top 10, precisando de uma parceira top 300, algo que não é problema para o Brasil, mas também pode entrar com o ranking combinado ao lado de Bia. Nas últimas três edições, ter uma somatória de 90 foi suficiente (as brasileiras estão com 32 no momento).
Também poderia entrar na disputa a carioca Ingrid Martins, com a possibilidade de duas duplas brasileiras, mas para isso a questão é mais complexa. Luisa teria que garantir o top 10 e escolher Laura para ser sua parceira e Ingrid tentaria entrar com Bia pelo ranking combinado, que atualmente é de 79 somando as marcas das duas.
Classificação masculina é mais complicada
Se entre as mulheres o Brasil já praticamente colocou três nos Jogos de Paris, entre os homens o panorama é bem mais complicado, já que nenhum dos tenistas do país conta com rankings muito altos no momento. Há a chance de nenhum se classificar, mas também podem entrar quatro dependendo dos resultados das próximas semanas.
O paranaense Thiago Wild vive grande momento e atualmente é o 63º do mundo, sua melhor marca da carreira. Essa posição garantiria vaga nas três edições anteriores, até mesmo na de Londres, que foi com sobras a mais concorrida, na qual o último a entrar direto foi o búlgaro Grigor Dimitrov, então 72º do mundo. Porém, Wild defende terceira rodada em Roland Garros e precisa somar nas próximas semanas.
Também em uma linha tênue estão os duplistas Marcelo Melo e Rafael Matos. O mineiro é o atual 34 do mundo e o gaúcho o 42º, contando com uma somatória de 76, bem perto da linha de corte. Em Londres, cujo corte foi 69, eles ficariam de fora, mas teriam entrado no Rio (89) e em Tóquio (90).
Por fim, quem também ainda pode sonhar com os Jogos de Paris é o cearense Thiago Monteiro, que tem frente dupla para apostar. A primeira delas é conseguir uma recuperação aguda no ranking, já que atualmente é apenas o 118º colocado. Porém, ele também pode torcer contra o argentino Facundo Diaz Acosta, que atualmente é o quinto argentino e assim deixaria sua vaga panamericana ao brasileiro.
Medalha de ouro no Pan de Santiago, o argentino pode não ficar com a vaga se quatro compatriotas se classificarem pelo ranking. Caso isso aconteça, Monteiro, que foi medalhista de bronze, ficaria com a vaga panamericana junto com o chileno Tomas Barrios.
Entenda o sistema de qualificação para os Jogos Olímpicos
O sistema de classificação olímpica para os Jogos de Paris não teve modificações significativas em relação a Tóquio. Cada país pode qualificar até 12 atletas, seis por gênero. Os rankings serão usados para definir as listas de entrada em simples e duplas. Nas duplas mistas, só pode se inscrever quem já estiver em uma das outras chaves.
Para serem elegíveis, os atletas devem seguir as regras de elegibilidade da ITF, mas pode haver exceções. Os rankings ATP e WTA de 10 de junho de 2024, logo após a disputa de Roland Garros, é que determinam a classificação.
As chaves de simples incluirão 64 jogadores para cada competição (masculino e feminino). Serão 56 entrando através do ranking, respeitando a cota máxima de quatro por país e mais seis vagas continentais (campeão e vice nos Jogos Pan-americanos, campeão dos Jogos Asiáticos, campeão dos Jogos Africanos, o melhor europeu e o melhor tenista da Oceania no ranking. Há ainda uma vaga de cota da ITF e outra do país sede, que a França não deverá usar (abrindo mais um espaço para o ranking).
O evento de duplas conta com 32 equipes, duas no máximo por país. Os top 10 estão garantidos, desde que tenham um parceiro top 300 e não ultrapassem sua cota máxima. Depois disso, as vagas são distribuídas utilizando o ranking combinado dos parceiros. Por fim, a prioridade vai para os times que já possuem jogadores qualificados para simples.
A Ingrid vai jogar com a Bia esta semana. Talvez seja um teste. Seria incrível ter duas duplas, mas ex-ante a maior chance de medalha é para um dupla da Luisa com a Bia.
Posso estar enganado mas as duas tem resultados horrorosos juntas, acho que se a Luisa ficar no top 10 ela vai puxar a Laura. Eu faria o mesmo.
Basta procurar: https://www.wtatennis.com/players/318176/beatriz-haddad-maia#matches
2024: SF em Abu Dhabi (WTA 500);
2020-2023: Nenhum torneio juntas;
2019: Campeãs em Ilkley (ITF 100); Finalistas em Cagnes-Sur-Mer (ITF 80); QF no Aberto de Praga (WTA 250);
2018: QF em Vancouver (ITF 100).
E é só isso. De fato, estás enganado. Um hiato de 5 anos sem jogar juntas até Abu Dhabi e você “lembra” de resultados horrorosos juntas.
Elas não disputaram a SF em Abu Dhabi. Foram 2 vitórias e nenhuma derrota.
5 torneios com 11V e 3D.
Com a Laura foram 7 vitórias e 3 derrotas. Olimpíadas, derrota na Davis e SF de um ITF 60.
Ou seja resultados horrorosos, obrigado pelo levantamento. O hiato sem jogar juntas eh justamente por só ter resultados horrorosos.
O levantamento foi feito em segundos (uso do Crtl-F).
Claramente os resultados com a Bia são muito bons (11V e 3D). Não tem como não escolher esta parceria.
Thiago Monteiro tem muitas chances de herdar a vaga do Facundo, ele está a mais de 150 pontos atrás do quarto argentino, que hoje é Etcheverry
Etcheverry defende QF em RG, acho beeeem possível o Acosta ultrapassa-lo e ficar com essa vaga..
Segue aqui link com o acompanhamento da corrida:
https://live-tennis.eu/en/olympics-race-men-singles
Ao meu ver,cada país deveria ter não mais q 1 vaga em simples masculino, 1 vaga em simples feminino, 1 vaga em dupla masculina, 1 vaga em dupla feminina e 1 vaga em dupla mista, no máximo, assim como no Judô…