Minsk (Belarus) – Atual número 2 do mundo e bicampeã do Australian Open, a bielorrussa Aryna Sabalenka vive a melhor fase de carreira e parece finalmente ter se consolidado entre os grandes nome do circuito feminino, depois de ter passado por uma série de frustrações na carreira. Aos 25 anos de idade, ela soma 14 títulos em 26 finais e alcançou ao menos as semis do últimos seis Grand Slam que disputou.
Quem vê os números e feitos atuais de Sabalenka, no entanto, pode não lembrar de alguns períodos decepcionantes em quadra em que ela não atendeu às expectativas e apresentou muitas inconsistências em seu jogo, principalmente no saque, que é hoje uma de suas principais armas.
Para falar sobre isso ninguém melhor do que o ex-técnico da jogadora, o polonês Maciej Domka, que trabalhou com ela na adolescência e conhece bem cada detalhe de sua evolução dentro e fora das quadras. Segundo ele, aquela jovem que conheceu nada tem a ver com a mulher que agora brilha nos principais palcos do tênis.
“Hoje Aryna é vista de uma forma completamente diferente do ponto de vista dos seus sucessos recentes. Naquela época, na academia, ela se destacava pelo empenho, pois estava incrivelmente determinada a trabalhar e treinar em altíssima intensidade. Acho que ninguém lá treinou tanto quanto ela. No entanto, a carreira juvenil de Aryna foi mediana, senão fraca. Ela também jogou em torneios menores, mas inicialmente sem muito sucesso”, relembra Domka.
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Cerca de um ano depois de começar a trabalhar com o treinador polonês, Sabalenka venceu seus primeiros torneios de nível ITF e aos poucos foi decolando. Porém, a bielorrussa passou por momentos pessoais difíceis e teve que lidar contra constantes contratempos que refletiram na quadra.
“Pelo o que sei, o pai dela teve alguns problemas legais e Aryna acabou ficando sozinha em meio a tudo isso. Tenho a impressão de que essa foi também a sua motivação interna que a impulsionou para cima. Ela queria se destacar a todo custo. Você poderia ler nas entrelinhas que o pai dela tinha problemas e ela queria ajudar e começar a ganhar dinheiro. Havia muita raiva dentro dela e ela transformou toda aquela energia negativa em rebatidas. Seu poder de acertar a bola era gigantesco, com força total em todas as jogadas”, diz.
Para ele, essa instabilidade fora do tênis marcou muito o progresso de Sabalenka, mas ela conseguiu canalizar tudo e transformar em resiliência para então conquistar títulos de Grand Slam e se tornar número 1 do mundo. “Na juventude ela foi muito instável. Eu sei que ela trabalhou com psicóloga e tem uma equipe muito boa ao seu redor. Conheço essas pessoas. Ela é ajudada por uma equipe estável e com atitude positiva. Estou muito feliz que tenha evoluído tanto”, conclui Maciej Domka.
A polonesa iga é bem melhor.
Sem dúvida, um belo case de sucesso!