Toronto (Canadá) – Tommy Paul já foi uma das grandes promessas do tênis norte-americano, principalmente depois de ter ganhado o torneio juvenil de Roland Garros. Mas a ascensão entre os profissionais viveu altos e baixos. A temporada 2023 começou com a semifinal no Australian Open e agora, depois de eliminar o número 1 do mundo Carlos Alcaraz em Toronto, ele pode finalmente deslumbrar a chance de atingir o top 10 do ranking.
“Gosto de desafios. Estar na quadra central, contra o melhor do mundo, isso é divertido”, definiu o tenista de 26 anos e 1,85m, que provisoriamente atinge o 12º posto, seu recorde pessoal. “Claro que a semi na Austrália me deu confiança, mas o tênis se joga semana após semana. Alguém ganha um título e perde na primeira rodada na semana seguinte. Então a questão é consistência”.
Paul foi muito questionado sobre sua postura tática na partida. “Comecei super agressivo, mas no segundo set ele foi ainda mais, principalmente no começo dos games, e isso me fez cometer erros. Entendi então que precisava aumentar o percentual de primeiro saque e lutar mais nas trocas de bola, além de complicar mais a vida dele nas devoluções”. Ao ser lembrado que ganhou 21 dos 23 voleios, ele até se surpreendeu. E brincou: “Numa dessas, levei a passada de grand-willy”.
Ele no entanto acha que a qualidade geral da partida foi inferior à de um ano atrás, quando superou Alcaraz em Montréal. “O nível foi alto no segundo e terceiro sets, mas no ano passado o nível foi melhor. Carlos evoluiu muito, tem lidado muito bem com a pressão de estar no topo do ranking e pudemos ver isso em Wimbledon. Eu estou indo aos poucos, trabalhando todos os dias”.
Ao ser lembrado que o US Open deste ano irá marcar os 20 anos do título de Andy Roddick, último tenista da casa a ganhar em Flushing Meadows, Paul disse que se lembra daquele momento e que Roddick foi um dos seus ídolos. “Mas nunca tentei jogar como ele. Vejo muito tênis e tento copiar uma coisa ou outra. Vejo principalmente jogos dos anos 80 e 90 no Youtube e é incrível como esses caras conseguiam esconder os buracos de seu jogo. Roddick não tinha grande backhand, mas escondia com slice e sacava muito. O circuito de hoje tem todos muito sólidos, sem deficiências. Tudo é muito mais mental”.