Paris (França) – O documentário mostrando os bastidores de Carlos Alcaraz no circuito voltou à tona nesta semana com os comentários do compatriota Rafael Nadal, que defendeu o atual número 2 do mundo das críticas que vem sofrendo e ainda criticou duramente o produto. Questionado sobre as falas do canhoto de Mallorca, o jovem espanhol agradeceu o apoio.
“Aprecio muito o que o Rafa disse, mas as pessoas não podem esquecer que cheguei aqui sendo de uma certa maneira”, disse Alcaraz, rebatendo mais uma vez aqueles que o criticaram por não estar muito focado. “Há muitas opiniões diferentes. Houve quem disse que eu mostro muito o meu lado festeiro. Pessoalmente, não vejo dessa forma, mas estou aberto a todo o tipo de opiniões”, comentou.
“Obviamente, sou profissional, priorizo o tênis, mas também tento ter os meus momentos de diversão. Talvez tenha coincidido com o fato de eles registrarem que gosto de sair, como qualquer jovem de 21 ou 22 anos, mas sem perder o foco no que é realmente importante: o tênis. Agradeço as críticas, as opiniões”, acrescentou o vice-líder do ranking.
Nadal criticou duramente o documentário
Em entrevista ao L’Equipe, o dono de 14 títulos de Roland Garros reclamou que o documentário passou uma imagem errônea de Alcaraz. “Conhecendo Carlos um pouco, acho que o documentário não reflete sua personalidade nem a maneira como ele vive sua carreira. Ficou parecendo que ele é um tenista que não treina, mas sim alguém que gosta de festejar”, observou Rafa.
“Parece que ele não é muito profissional e isso simplesmente não é verdade. Carlos é um grande profissional. Ele é uma pessoa que se esforça muito para levar seu tênis e seu físico ao mais alto nível. Acho que o documentário foi abordado de forma errada, porque a percepção das pessoas é diferente da sua vida real”, acrescentou.
Boas sensações antes de Roland Garros
Campeão de dois dos três principais torneios na preparação para o Grand Slam francês, Alcaraz chega confiante, mas não se coloca acima dos demais. “Não me sinto assim. O Jannik (Sinner), por exemplo, teve uma semana incrível em Roma e vinha de uma pausa de três meses. Essa falta de ritmo de jogo é perceptível quando você avança em torneios importantes”, analisou o espanhol.
“Também tive alguns momentos muito difíceis, partidas em que poderia ter perdido facilmente”, contou o vencedor do Masters 1000 de Roma, que também conquistou o Masters 1000 de Monte Carlo nesta temporada.
Em seus primeiros treinos em Paris, ele privilegiou buscar boas sensações em quadra. “Notei uma grande diferença de ontem para hoje, senti que a bola estava um pouco melhor. Não estamos trabalhando em nada específico, apenas em me sentir bem e confortável, tentando impor meu jogo nos treinos, pensando em como vou começar o torneio e como será a primeira partida”.
Rivalidade com Sinner e preferência de horário
Outro assunto que o espanhol abordou em sua entrevista coletiva antes do torneio foi a rivalidade com o italiano Jannik Sinner, contra quem jogou recentemente na final de Roma. “Já disse isso muitas vezes: nossa rivalidade é muito bonita justamente porque nossas partidas são muito táticas. Tenho certeza de que da próxima vez que nos enfrentarmos ele vai mudar as coisas, vai melhorar. E eu também farei mudanças para vencê-lo. Acho que é isso que o Big 3 fazia”, analisou.
Embora tenha dito recentemente que não gosta de acordar muito cedo, o espanhol prefere jogar de dia e evitar rodadas noturnas. “Não gosto muito do frio (risos). Quando você termina mais cedo, dá para fazer muito mais coisas depois da partida, o que é ótimo. À noite, quando você termina tudo, já é muito tarde, faz o tratamento, janta e acaba indo dormir por volta das 2h ou 3h. É muito tarde”.
