Sabalenka fala de tênis, moda e família a revista americana

Los Angeles (EUA) – Aryna Sabalenka, atual número 1 do mundo, ilustra a capa da edição 196 da Flaunt, uma revista satírica americana de moda e cultura sediada em Los Angeles, fundada em 1998. É totalmente independente e publicada seis vezes por ano. Em longa entrevista a Sarina Benezra Bell, a bielorrussa fala sobre seu jogo, moda e a importância de sua família.

A jovem de 26 anos disse que se ela não fosse tenista, provavelmente seria modelo. A entrevista foi feita em Miami na pré-temporada. Semanas atrás, Sabalenka havia conquistado o primeiro lugar na WTA pela segunda vez na carreira.

“Aprender a perder é a lição mais difícil. Primeiro, você não aceita a derrota e age como uma vadia. Aprender a perder e ainda ser uma boa pessoa e entender que isso é só um momento… Isso é difícil. Sabe, sou a número um do mundo, mas ganhei apenas quatro torneios. É importante aproveitar a vida enquanto você ainda não está tendo o sucesso que gostaria de ter na quadra.”

Para Sabalenka, a vida fora da quadra parece ser boa e divertida: passear de barco com as amigas, passar um tempo na praia, dançar, fazer compras e ensaios fotográficos para “revistas legais”.

 

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A bielorrussa comenta que as sessões de fotos a fazem mudar a imagem.  “Quando você vai para sessões de fotos, você usa maquiagem, arruma o cabelo, tenta estilos diferentes, se vê de perspectivas diferentes. Adoro isso. Você esquece da sua vida normal.”

Sabalenka valoriza muito a família. “Eles são definitivamente aqueles que me motivam a continuar. Houve momentos em que eu queria desistir, mas pensava ‘não posso desistir’. Quero que eles tenham orgulho de mim, para trazer um pouco de positividade para suas vidas porque eles ficam felizes quando eu ganho. E quero ser um exemplo para minha irmã, ela é 11 anos mais nova. Quero que ela veja um bom exemplo em mim, assim como eu vi em meu pai.”

Sergey Sabalenka faleceu inesperadamente em 2019 de meningite. Ex-jogador de hóquei de sucesso, ele foi grande incentivador de Sabalenka. Nos anos seguintes à morte do pai, o jogo de Sabalenka decaiu. Ela cometia muitos erros de saque. “Não sei o que aconteceu com minha saúde mental, mas houve um ano em que não consegui sacar. Não conseguia chegar ao nível que queria, ganhar um Grand Slam. Lutei por talvez um ano e meio”, disse e chegou a pensar em desistir. “Ok, terminei. Eu só… eu não consigo”, lembra Sabalenka. “De certa forma, era constrangedor. Eu não conseguia encontrar uma solução, e talvez fosse um sinal de que eu tinha que desistir.”

Mas depois de horas e horas treinando e falando com um psicólogo, Sabalenka percebeu que o problema não era interno, mas biomecânico. Ela trabalha com um treinador biomecânico até hoje.

 

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Fora da quadra, Sabalenka é bem alegre, mas tem seus momentos de introspecção. “Sou muito aberta. Mas tenho que dizer que, quando perdi meu pai, de vez em quando, eu ia à igreja e acendia uma vela em sua memória e em memória do meu avô. É algo que você nunca mostra nas redes sociais”,  diz.

Sabalenka se considera uma irmã legal para Tonechka. “Seja lá o que ela me peça, estou sempre tentando descobrir uma maneira de dar. Eu estava em Dubai, e ela me enviou esta lista de compras. Minha equipe estava voltando para casa e eu estava correndo pelo shopping, tentando encontrar as coisas, e o shopping de Dubai é enorme. Uma lista sem fim. Eu estava exausta.”

No fim, Sabalenka conta, rindo, que comprou uma bolsa Yves Saint Laurent para a irmã de 15 anos. “Eu queria ter ganhado este presente quando tinha 15 anos.” Sabalenka também revela o quanto ficou feliz com a chegada da irmã caçula. “Quando ela nasceu, eu era a pessoa mais feliz. Pedi uma irmã para minha mãe por anos e anos.”