Adelaide (Austrália) - A número 1 do mundo Ashleigh Barty conta os dias para voltar ao circuito. Afastada das competições desde fevereiro do ano passado, a australiana retoma a rotina do circuito na próxima sexta-feira, quando participa de exibições em Adelaide. Na sequência, segue para Melbourne para a reta final de preparação, visando o Australian Open que começa em duas semanas.
Enquanto os tenistas que chegam do exterior (mesmo os australianos) precisam cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias após o desembarque na Austrália, alguns com liberação para treinar durante cinco horas e outros completamente isolados por terem contato com pessoas infectadas pela Covid-19, Barty tem conseguido treinar normalmente nos últimos meses. Ainda mais porque a transmissão comunitária da doença está bastante controlada no país.
Em entrevista ao site da WTA, a líder do ranking revelou que sua pré-temporada começou ainda em outubro. Os trabalhos foram retomados depois que o governo australiano flexibilizou algumas restrições para as viagens dentro do próprio país. Na fase mais restritiva da pandemia, Barty não podia contar com o técnico Craig Tyzzer, já que ela é de Queensland e seu técnico de Victoria.
"I missed the routine and craved the training that had become so normal to me for so many years now."
— WTA Insider (@WTA_insider) January 24, 2021
As she readies for her return to competition, World No.1 Ash Barty reflects on her 11 months on the sidelines.
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"Começamos, provavelmente, no início de outubro. Foi uma longa pré-temporada e fiquei um pouco impaciente nas últimas três ou quatro semanas, querendo começar a jogar e a competir novamente. Mas, no geral, foi um ano único para todos, sem dúvida. Foi um pouco complicado, mas sinto que estou pronta para jogar e animada para sair e me divertir um pouco", disse Barty.
A jogadora de 24 anos falou sobre o que fez para se manter ativa durante tanto tempo longe do circuito. "Quando não estava jogando tênis, descobri diferentes maneiras de treinar e, nas diferentes fases do bloqueio, descobri novas maneiras de permanecer ativa. Mas as bolhas nas mãos e nos pés foram os maiores problemas no primeiro mês de volta às quadras".
"Tenho sorte de ter um treinador como o Tyzz, que trabalhou em muitas pré-temporadas. Saber como estruturar esse tempo é muito importante, para não se apressar muito no início. No geral, tem sido ótimo e eu sinto que estamos em boas condições para tentar jogar um bom tênis", acrescentou a campeã de Roland Garros de 2019.
Nas últimas semanas, Barty conseguiu treinar em Melbourne com outras tenistas australianas para ganhar ritmo de jogo. "Tentamos incorporar a simulação de jogos da melhor maneira possível nas últimas semanas. Para nós, pessoalmente, tem sido bom bater bola com algumas das outras meninas australianas, que eu não via muito nos últimos 12 meses porque elas moram aqui em Melbourne. Nós mesmas criamos uma pequena mini-bolha, o que foi ótimo. Conseguimos fazer muitos treinos e trabalhar no que precisamos".
Saúde é prioridade da australiana e de sua equipe
Barty também comentou sobre a decisão de não atuar no segundo semestre de 2020. A temporada chegou a ficar paralisada por cinco meses em razão da pandemia da Covid-19. Mas mesmo quando o circuito foi retomado em agosto, ela preferiu não viajar, deixando de disputar torneios como o US Open e Roland Garros.
"Nossas decisões, como foram em 2020, sempre serão priorizadas pela saúde de todos", afirmou. "É claro que eu sinto falta das competições. Houve momentos em que tivemos que tomar algumas decisões difíceis, mas eu sinto que fizemos essas escolhas pelos motivos certos. É isso que importa. Isso me fez sentir muito melhor, sabendo que eu e minha equipe estamos todos na mesma página. Acreditamos nos mesmos valores e sabemos que se tomarmos as decisões certas, pelos motivos certos, tudo ficará bem no final".