Nova York (EUA) - Jogadores insatisfeitos com a liderança atual da ATP, sob o comando do italiano Andrea Gaudenzi, estudam a criação de uma associação paralela ao circuito profissional. Os rumores ganharam força nos últimos dias, às vésperas do início do US Open, previsto para a próxima segunda-feira.
Segundo a apuração dos jornalistas Simon Briggs (Telegraph) e Ben Rothenberg (New York Times), o canadense Vasek Pospisil seria um dos líderes do movimento. Ele faz parte do Conselho de Jogadores da ATP e pode ganhar o apoio de Novak Djokovic, número 1 do mundo e presidente do Conselho. Um anúncio deve ser feito neste sábado.
In New York bubble, Vasek Pospisil is rallying ATP (Association of Tennis Professionals) players to sign on to be part of new "Professional Tennis Players Association."
There will be a meeting Saturday evening; players who sign up will pose for an Original 9-esque group photo. https://t.co/YikpNY4RTT— Ben Rothenberg (@BenRothenberg) August 28, 2020
O movimento a favor da criação de uma nova associação de tenistas ganhou força na última semana após a repercussão do caso envolvendo Guido Pella e Hugo Dellien. O argentino e o boliviano ficaram isolados na bolha da USTA em Nova York, sem poder nem treinar, depois que o preparador físico deles, Juan Manuel Galván, testou positivo para a Covid-19.
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Muitos jogadores chegaram a fazer um abaixo-assinado para que eles pudessem jogar o Masters 1000 de Cincinnati e manifestaram apoio para que fossem ser reinstalados na chave, mas não obtiveram sucesso. A pressão sobre os organizadores do torneio ficou maior depois que o segundo exame do preparador físico apresentou resultado negativo.
The feeling in New York is that Pospisil's union will attract a high proportion of the men. It's looks like it could be a goer. The bubble is a disaster for the ATP management, bringing all the players together to discuss this issue. And no Roger nor Rafa to advise caution
— Simon Briggs (@simonrbriggs) August 28, 2020
Outro fator que gerou descontentamento do grupo foi o cancelamento de toda a rodada da última quinta-feira do torneio de Cincinnati, que está acontecendo excepcionalmente em Nova York. Isso aconteceu depois que a japonesa Naomi Osaka aderiu aos protestos iniciados pelos jogadores de basquete da NBA contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos e anunciou que não jogaria a semifinal contra a belga Elise Mertens. Osaka pretendia conceder a vitória à rival e abandonar o torneio, mas aceitou a condição proposta pelos organizadores de paralisar o evento por um dia e voltou à quadra nesta sexta-feira.
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Presidente da ATP, o italiano Andrea Gaudenzi divulgou um breve comunicado à imprensa a respeito do assunto. O dirigente afirma que eventuais integrantes do Conselho de Jogadores que fizerem parte dos protestos devem deixar seus cargos imediatamente.
Another interesting bit from the Gaudenzi letter here ... pic.twitter.com/dYBf76kWV3
— Simon Briggs (@simonrbriggs) August 28, 2020
"As discussões relacionadas a uma associação de jogadores paralela já estão circulando há algum tempo e esperamos que esta carta ajude a fornecer algum contexto para este assunto. Embora respeitemos que todos os jogadores tenham direito às suas próprias opiniões, não acreditamos que seja do melhor interesse para eles ou para o circuito que uma associação paralela coexista com a ATP", disse Gaudenzi.
"Com isso em mente, pedimos a todos os jogadores que estão avançando neste assunto enquanto ocupam posições eleitas no Conselho de Jogadores da ATP que deixem suas posições, com efeito imediato", acrescentou o dirigente italiano.