Wesley Chapel (EUA) - Os dois brasileiros mais bem colocados no ranking de especialistas em duplas da ATP falaram sobre o cancelamento de Wimbledon e o futuro incerto do circuito em meio à pandemia da Covid-19. Enquanto o número 5 do mundo Marcelo Melo lamentou o fato de não poder disputar o Grand Slam londrino neste ano, o 25º colocado Bruno Soares espera que algo seja feito para ajudar financeiramente os jogadores e outros profissionais que trabalham com tênis.
"Foi uma notícia realmente muito triste para todos nós tenistas, para os fãs de Wimbledon e para os fãs do tênis. Todos sabem que é um dos meus torneios favoritos, especialmente depois do título de 2017. Mas, a situação é muito adversa, não temos como jogar o torneio. Enfim, vamos ter de esperar mais um ano para poder voltar ao templo sagrado de Wimbledon, que é tão especial para nós", disse Marcelo Melo por meio de sua assessoria de imprensa.
Melo segue nos Estados Unidos, mantendo os treinos físicos e em quadra na Saddlebrook Tennis Academy, na Flórida, junto do alemão Alexander Zverev, um de seus melhores amigos no circuito. Com o cancelamento de toda a temporada de grama, os jogos não voltam antes de 13 de julho. "Não tenho certeza ainda de quando voltaremos a jogar. Agora passou mais para frente. Espero, logicamente, que o quanto antes essa situação termine para retornarmos às quadras".
Já Bruno Soares falou ao portal Globoesporte.com sobre a paralisação do circuito. O mineiro reiterou a posição que já havia dado em recente entrevista ao jornal argentino La Nación de que ainda não é o momento de cancelar eventos com muita antecedência e que é preciso avaliar a situação periodicamente. "Agora são mais três meses e meio sem trabalho, sem eventos, não só para os jogadores, mas para muita gente que trabalha com tênis".
"Eu acho ainda um pouco cedo para tomar a decisão. Dei uma entrevista falando que o correto seria anunciar isso entre quatro a seis semanas antes do torneio. A gente não sabe por quanto isso pode evoluir nas próximas semanas. Wimbledon está tomando uma decisão dois meses antes, mas eles devem ter os motivos deles", avalia o jogador de 38 anos, que também acredita que é preciso buscar soluções para ajudar financeiramente os atletas e outros profissionais do esporte.
"Agora é seguir em frente, buscando soluções e alternativas. É preciso fazer alguma coisa agora, um fundo para ajudar os tenistas nesse momento difícil. Tem muita gente que não tem poder aquisitivo para sustentar esse tempo todo sem ganhar dinheiro".