Tudo começou com a rápida e ousada decisão de Roland Garros em anunciar uma nova data para a realização do torneio. O mundo do tênis acusou os franceses de decisão unilateral e reagiu suspendendo o circuito até o dia 8 de junho, ou seja, um dia após o término do Grand Slam francês no calendário original.
A atitude mais provocativa e que deixa o tênis em pé de guerra veio num recente comunicado sobre a decisão de mudar a volta do tour de 27 de abril para 8 de junho, em razão da pandemia. Um detalhe deixa bem claro a indignação com o franceses. Afinal, o documento é assinado pela ITF (Federação Internacional de Tênis), AELTC ( o All England Club, organizador de Wimbledon), a USTA (faz o US Open), Tennis Austrália, WTA e ATP e só não tinha o aval da FFT (a Federação Francesa de Tênis).
A decisão de adiar Roland Garros foi tomada de maneira muito rápida, pois já se tinha uma certeza: não daria para cumprir o cronograma de obras no novo complexo e da Philippe Chatrier, em razão da proibição do governo francês de reunir 500 operários nas obras por causa do coronavirus.
Embora o presidente da FFT, Bernardo Giudicelli, tenha afirmado que escolheu uma quinzena tranquila – de 20 de setembro a 4 de outubro -na realidade o Grand Slam parisiense atropelaria uma série de outros eventos. Entre eles, a badalada Laver Cup, de Roger Federer. O dirigente francês reconhece que não consultou o tenista suíço, mas falou com seu agente Tony Godsick. Enfim, criou-se mais uma intriga. Afinal, Federer estaria disposto a jogar o US Open, mas não iria a Paris duas semanas depois.
Apesar deste clima, o cenário ainda é muito incerto. Nem sequer sabe-se se o Tour vai mesmo poder voltar dia 8 de junho. Nem mesmo o que vai acontecer com a Olimpíada, que achataria ainda mais o já complicado calendário do tênis. Mas uma coisa é certa: quem tinha Roland Garros nos planos, sabe que pode pedir o reembolso dos ingressos ou trocá-los para a nova data. Refazer os planos ou desistir de vez.