Os títulos de Fabio Foginini, em Monte Carlo, e Dominic Thiem em Barcelona colocam um ingrediente bem apimentado na atual temporada europeia de saibro. Mas, antes de qualquer conclusão, é preciso deixar claro uma verdade: tanto Rafael Nadal, como Novak Djokovic são jogadores que, de repente, voltam ao melhor nível e começam a levantar troféus e troféus.
Não resta dúvida, porém, que novas caras agitam ainda mais este lindo período do circuito da ATP. E um detalhe que colabora para colorir ainda mais a Primavera europeia está na volta de Roger Federer aos torneios da quadra batida. Madri, considerada a superfície mais rápida destas competições, ganha ênfase com a presença do suíço.
Thiem chega muito forte. Este ano, o austríaco já ganhou dois títulos em diferentes superfícies. Em Indian Wells bateu Federer na final. E, em Barcelona, atropelou Rafael Nadal. Costumo dizer que existem três grandes desafios quando se desafia o tenista espanhol. O primeiro é vencê-lo; o segundo é superá-lo no saibro; e o terceiro é batê-lo jogando em casa. E Thiem alcançou os três estágios.
Apesar da excelente fase, Dominic Thiem ainda não fala em Roland Garros. É, lógico, pois o pior que poderia fazer neste momento é acrescentar uma grande dose de pressão e cobrança. Mas não se pode esquecer que ele já esteve na final de Paris. Perdeu o título de forma categórica para Nadal.
Nesses casos, gosto de relembrar um fato que aconteceu justamente em Roland Garros, que comprova a tese de que chegar a uma final de Slam, seja com quem for, pode sim revelar um novo campeão. Certo ano, a alemã Steffi Graf dominava o circuito feminino. Na decisão teria pela frente uma jovem jogadora espanhola, meio cheinha, aparentemente sem grandes recursos, mas que que tinha passado por grandes desafios nas duas semanas do torneio. A presença de Arantxa Sanches num duelo com Steffi causou até um certo mal estar na imprensa espanhola. Os mais chegados comentavam comigo que estavam receosos de um vexame, como um duplo 6/0. Mas, de repente, a espanholinha (como a chamava na época) venceu e sem deixar dúvidas de sua capacidade.
Portanto, os títulos de Fognini e Thiem deixam a perspectiva de que muito ainda está para acontecer nestes próximos torneios do saibro que culminam com Roland Garros.