A 20a. conquista de um torneio do Grand Slam, no Aberto da Austrália, reforça a ideia de que Roger Federer é o melhor de todos os tempos. Merece o título de “g.o.a.t.” greatest of all time”. Até mesmo Rod Laver acha isso. E o mundo do tênis empolgado com tudo já tenta colocar o suíço como o maior esportista da história.
Na euforia dos fatos, também fui contagiado pela ideia. Mas ao refletir uma conversa entre amigos vejo que devemos deixar as coisas em seus devidos lugares e respeitar outras modalidades e paixões. Um companheiro de clube – não estou autorizado a divulgar seu nome – ex-craque do São Paulo, do Vasco da Gama, Cruzeiro, entre outros, e que também defendeu a Seleção Brasileira, confessou o que nem precisava. Disse que é um amante do futebol, mas surpreendeu ao revelar que com Federer aprendeu também a gostar de tênis. E saiu-se com a seguinte frase: Roger Federer é o Pelé do tênis. É claro que usou a referência ao maior craque do futebol como sinônimo ás, conforme alguns dicionários da língua portuguesa.
A definição praticamente deu fim a discussão de quem deveria ser o melhor esportista da história. Derrubou as argumentações dos amantes do futebol, dos apaixonados pela NBA e fez-me lembrar dos bons tempos de Tiger Woods. Era, indiscutivelmente, o melhor. Hoje existe um número cada vez maior de grandes craques em suas modalidades, que são seguidos fervorosamente pelos seus fãs.
Satisfeito em ter Roger Federer como g.o.a.t. do tênis, os amantes do esporte da bolinha amarela podem ter também o orgulho de que tenista suíço trouxe admiradores de outras modalidades para as arquibancadas das quadra. E se Federer não é uma unanimidade como o maior esportista de todas as modalidades, respeitando os que idolatram outro esporte, vamos combinar… nada mal ter o título de Pelé do tênis.